
Em tr�s dias, foi o segundo relato de estupro registrado pela pol�cia em ruas da regi�o – teoricamente tamb�m uma das mais policiadas da cidade. Enquanto o caso envolvendo a jovem j� tem um acusado sob investiga��o, o epis�dio envolvendo uma mulher de 40 anos, que denunciou ter sido estuprada por dois homens na �ltima quinta-feira, no Bairro Barro Preto, continua sem solu��o. Os registros de viol�ncia contra a mulher no estado mostram que n�o s�o casos isolados: 10 ocorr�ncias de estupro s�o registradas, todos os dias, em Minas, sendo tr�s na Regi�o Metropolitana de BH. Em 2016, foram 3.556 atos de viol�ncia sexual no estado, segundo a Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica (Sesp).
A delegada Camila Miller, da Delegacia de Combate � Viol�ncia Sexual, explica que ataques do tipo ocorrem em qualquer regi�o da capital mineira, inclusive nos bairros com maior fluxo de pessoas, como na Regi�o Centro-Sul. “A viol�ncia sexual acontece em todas as regi�es da capital mineira e em qualquer hor�rio do dia. N�o existe um n�mero maior em um bairro espec�fico. Para os agressores, o estupro depende de oportunidade”, afirma a policial. Ela ainda relata que os estupradores rendem suas v�timas com amea�as, com a for�a f�sica ou com o uso de arma, e as for�am a ir at� um local onde possam consumar o ato. “� mais frequente que agressores abordem mulheres que est�o sozinhas na rua, no in�cio da manh� ou no final da noite”, diz.
No epis�dio da Pra�a da Liberdade, de acordo com a m�e da jovem de 17 anos, que preferiu o anonimato, a menina estava sozinha esperando amigos, sentada em um dos bancos da pra�a, quando foi abordada. Segundo o relato da v�tima, o acusado, descrito como bem-vestido e de boa apar�ncia, alegou ser universit�rio e ter sido abandonado pela fam�lia, tendo, por isso passado a morar na rua. O ponto indicado como local do ataque foi um corredor escuro da pra�a, � esquerda de quem sobe a Avenida Jo�o Pinheiro.
O homem foi preso e levado para a Central de Flagrantes da Pol�cia Civil (Ceflan), onde foi feito o flagrante por suspeita e estupro qualificado (pelo fato de a v�tima ser menor de 18 anos), cuja pena varia de oito a 12 anos de pris�o. Ele continua detido no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira. O teor de seu depoimento � Pol�cia Civil n�o foi divulgado.
BARRO PRETO Dois dias antes, uma v�tima de 40 anos havia denunciado � Pol�cia Militar que dois homens “bem-vestidos e de apar�ncia jovem” a estupraram, no in�cio da noite de uma quinta-feira, no Bairro Barro Preto, tamb�m na Regi�o Centro-Sul. De acordo com o relato da v�tima, ela passava pela Rua dos Goitacazes quando a dupla a abordou, puxando-a com viol�ncia para um canto, onde teve parte das roupas rasgada e a viol�ncia sexual foi consumada por um dos homens.
A assessoria da Pol�cia Civil informou que a v�tima foi ouvida na segunda-feira, na Delegacia Especializada de Crimes Contra a Mulher, e est� muito abalada, tanto que nem sequer conseguiu terminar seu depoimento. A corpora��o ainda informou que a investiga��o segue colhendo imagens de circuitos de seguran�a vizinhos ao local da ocorr�ncia, mas que at� ontem ningu�m havia sido preso.
Tamb�m ainda n�o foi detido nenhum suspeito da ocorr�ncia de estupro registrada em outubro do ano passado, quando uma mulher de 47 anos relatou ter sido atacada por volta das 5h40, quando seguia para o trabalho no Bairro Funcion�rios, tamb�m na Regi�o Centro-Sul da capital. Segundo informa��es da PM na �poca do crime, a auxiliar de servi�os gerais foi abordada na Rua Piau�, na altura do n�mero 1.465, esquina com a Rua Cl�udio Manuel. Al�m de sofrer viol�ncia sexual, a v�tima levou coronhadas na cabe�a e foi assaltada. O inqu�rito corre em segredo de Justi�a.
PRIORIDADE Na ocasi�o, chefe da assessoria de comunica��o da PM, major Fl�vio Santiago, informou que a PM estava tomando todas as provid�ncias para prender o respons�vel e que se tratava de uma situa��o pontual. Procurado pelo Estado de Minas ontem, o oficial informou n�o dispor de dados estat�sticos sobre os registros de estupro na Regi�o Centro-Sul.
Ele destacou, por�m, a atua��o da PM diante da modalidade de crime, que classifica como inadmiss�vel, e considerou o combate ao estupro uma prioridade, indiferente em que regi�o da cidade ou do estado tenha ocorrido. E acrescentou; “Cada caso � um espec�fico e muitos deles precisam de um aprofundamento investigativo, inclusive para o resguardo das pr�prias partes envolvidas. Nenhum homem pode atentar contra a mulher e tampouco agir de forma tal que impere qualquer tipo de machismo.”
A APREENS�O E A DEN�NCIA
Para uma das idealizadoras da campanha “Tira a m�o: � hora de dar um basta”, a feminista Renata Chamilet, o medo na rua � constante e as den�ncias s� comprovam a raz�o disso. “A gente sempre tem medo de sair na rua. N�o importa o hor�rio nem o local. O exemplo b�sico �: se estamos andando sozinhas na rua e percebemos algu�m andando atr�s, o cora��o dispara”, afirma. Segundo a ativista, os n�meros envolvendo estupros nunca retratam a realidade – estima-se que somente de 10% a 30% dos crimes sejam denunciados. “Ent�o, quando nos deparamos com not�cias assim, pode ser um reflexo da mulher partindo para denunciar. Quero acreditar que fa�a parte de uma tomada de consci�ncia por parte da mulher que n�o aceita mais, ou est� aceitando menos, que a culpem por atitudes violentas dos homens. Ao mesmo tempo, a m�dia est� dando mais aten��o a esses casos. Ou seja, sendo otimista, talvez seja a sociedade dando voz � mulher”, afirma.
Caso a caso
Pra�a da Liberdade
(25/3/2017)
Um homem de 30 anos foi preso em flagrante por suspeita de estuprar uma adolescente de 17 na noite de s�bado, em um corredor escuro da pra�a. Segundo o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds), a agress�o teria ocorrido por volta das 21h do s�bado
Barro Preto
(23/03/2017)
Mulher de 40 anos denunciou � Pol�cia Militar ter sido violentada por dois homens “bem-vestidos e de apar�ncia jovem”. De acordo com o relato � PM, a v�tima passava pela Rua dos Goitacazes quando dois homens a abordaram e a puxaram, com viol�ncia, para um canto, onde um deles praticou o ato.
Bairro Funcion�rios
(4/10/2016)
Uma mulher de 47 anos denunciou � PM ter sido estuprada quando seguia para o trabalho. A auxiliar de servi�os gerais foi abordada na Rua Piau�, na altura do n�mero 1.465, esquina com a Rua Cl�udio Manuel. Al�m da viol�ncia sexual, a v�tima levou coronhadas na cabe�a e foi assaltada