
Um dado h� muito aguardado na sa�de p�blica mineira finalmente se confirmou, mas, infelizmente, acompanhado da abertura de outra frente de batalha e de preocupa��o. O surto de febre amarela d� sinais de perder for�a em Minas, que pela primeira vez no ano completa oito dias sem nenhum novo registro feito pela Secretaria de Estado de Sa�de (SES). Mas a doen�a da vez � a chikungunya, que j� se alastrou por 126 munic�pios mineiros, o equivalente a aproximadamente 15% do total. Enquanto autoridades de sa�de comemoravam a tr�gua no surto de uma virose, em apenas uma semana mais de mil novas notifica��es da outra eram registradas, chegando � marca de 4.852 pacientes com contamina��o prov�vel pela febre chikungunya em territ�rio mineiro, que, desde 2014, quando a enfermidade apareceu, nunca havia contabilizado �bitos e agora investiga duas mortes suspeitas.
A escalada da chikungunya come�ou em janeiro, com 706 casos suspeitos. No m�s seguinte, o n�mero j� era quatro vezes maior: em apenas 28 dias, foram computadas 2.826 notifica��es. Neste m�s, at� o dia 27, a Secretaria de Estado da Sa�de registrou 1.320 casos prov�veis. A alta era prevista pelas autoridades sanit�rias, devido ao pequeno n�mero de pessoas que j� tinham desenvolvido resist�ncia diante da enfermidade.
A grande preocupa��o de especialistas agora � com cidades do Leste de Minas Gerais. Governador Valadares lidera o n�mero de notifica��es da doen�a, com 3.074. Em seguida, v�m Te�filo Otoni (651), Conselheiro Pena (308), Aimor�s (174) e Medina (106), todas na por��o oriental do estado. Diante do quadro, a Secretaria de Sa�de promoveu semin�rio com m�dicos e profissionais que fazem parte do SUS nos 51 munic�pios da �rea da Regional de Governador Valadares, com a meta de informar sobre cuidados com a enfermidade.
FEBRE AMARELA J� em rela��o � febre amarela, a estagna��o h� muito prevista por autoridades sanit�rias parece enfim come�ar a se confirmar. Depois de uma escalada no in�cio do ano, com maior n�mero de notifica��es na segunda e terceira semanas (entre 8 e 21 de janeiro de 2017), houve redu��o significativa a partir da sexta semana (entre 5 e 11 de fevereiro), segundo a Sa�de estadual.
O principal fator para o controle � a vacina��o, que resultou neste ano na aplica��o de mais de 3,1 milh�es de doses do imunizante no territ�rio mineiro. “A Secretaria de Estado da Sa�de vem mantendo o trabalho de preven��o e bloqueio vacinal, bem como de vigil�ncia e investiga��o, tanto de novos casos (que t�m se reduzido dia a dia), quanto das epizootias (mortes de macacos com suspeita de cont�gio pela febre amarela)”, informou a pasta, em nota.
Embora a quantidade de casos notificados da virose tenha se mantido desde o �ltimo balan�o, do dia 21, Minas confirmou mais 29 casos de febre amarela, totalizando 376 diagn�sticos positivos. Al�m disso, mais seis mortes suspeitas foram registradas, saltando de 195 para 201. Em rela��o �s mortes confirmadas, o aumento foi de mais 14 (de 123 para 137). Outras 398 notifica��es foram descartadas. Segundo a SES, a maioria dos �bitos, 90,5%, s�o de pessoas do sexo masculino, com m�dia de idade de 45 anos.
A secretaria afirma que continua tomando medidas tanto para a febre amarela quanto para a chikungunya. “Ambas necessitam de monitoramento constante e a��es oportunas de preven��o e controle. Para a febre amarela, a principal medida de preven��o � a vacina, enquanto para a febre chikungunya, � imprescind�vel a remo��o e tratamento qu�mico de criadouros de mosquitos Aedes aegypti”, informou.

PREVIS�O O infectologista Una� Tupinamb�s, professor da Faculdade de Medicina da UFMG, explica que o equil�brio dos casos de febre amarela ainda em mar�o era esperado, diante das a��es de controle. “Mas j� estava previsto tamb�m que ter�amos problemas com a chikungunya, com muitos casos contra�dos dentro do pr�prio estado, j� que nos anos anteriores houve principalmente notifica��es importadas de outros estados, especialmente da Bahia”, afirmou. O especialista alerta que a �nica forma de frear essa virose � com o trabalho intenso de combate ao transmissor, uma vez que n�o h� vacina dispon�vel. E chama a aten��o para outro ponto importante: “Os casos ainda devem aumentar. E, embora seja poss�vel haver um abrandamento das notifica��es em maio e junho, por causa da diminui��o das chuvas, o problema vai voltar a ocorrer no fim do ano. Por isso, o enfrentamento ao mosquito deve ser constante”, disse.
E ainda tem a gripe...
Com a chegada do frio, surge nova preocupa��o no setor de sa�de no estado: a gripe. Medidas de preven��o j� come�am a ser tomadas para evitar um grande n�mero de mortes, como o ocorrido no ano passado. Em 2016, a S�ndrome Respirat�ria Aguda Grave (Srag) provocada pelo v�rus influenza tirou a vida de 290 pessoas em Minas. Neste ano, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de (SES), foram registrados 15 casos de Srag por influenza. Destes, quatro foram pelo tipo B e 11 pelo tipo A (H3N2). Uma das formas de enfrentamento � pela imuniza��o da popula��o. Os �ltimos ajustes est�o sendo feitos para a 19ª Campanha Nacional de Vacina��o contra a gripe, que ser� realizada de 17 de abril a 26 de maio, sendo 13 de maio o dia da mobiliza��o nacional.