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Estado de Minas

Estudo aponta sa�de fragilizada de moradores afetados por lama de barragem

Pesquisa realizada pelo Instituto Sa�de e Sustentabilidade (ISS), com apoio do Greenpeace, teve foco nas condi��es de sa�de da popula��o de Barra Longa, cidade inundada pelo rejeito de min�rio


postado em 30/03/2017 19:09 / atualizado em 30/03/2017 22:43

Segundo estudo, barra-longuenses se apresentam vulneráveis a determinadas doenças(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press )
Segundo estudo, barra-longuenses se apresentam vulner�veis a determinadas doen�as (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press )
O Instituto Sa�de e Sustentabilidade (ISS), com apoio do Greenpeace, realizou pesquisa em Barra Longa, cidade a 215 quil�metros da capital, na Zona da Mata, voltada para as condi��es de sa�de da popula��o depois do rompimento da Barragem do Fund�o, da mineradora Samarco, na vizinha Mariana. A cidade, depois do distrito de Bento Rodrigues, do munic�pio em que ficava o reservat�rio, foi a mais atingida pela lama de rejeito de min�rio, que ainda poluiu a Bacia do Rio Doce. A divulga��o dos resultados do estudo, cerca de um ano e cinco meses depois do desastre ecol�gico, aponta que os barra-longuenses demonstram maior vulnerabilidade e frequ�ncia de alguns sintomas em rela��o a moradores de outras regi�es, como afec��es de pele, v�mitos, dores nas pernas e c�ibras (“dor nos ossos”).

O Instituto Sa�de e Sustentabilidade � uma Organiza��o da Sociedade Civil de Interesse P�blico (Oscip) que tomou a iniciativa da pesquisa, depois da constata��o de que o derramamento dos rejeitos causou o revolvimento e aumento da biodisponibilidade de uma s�rie de componentes t�xicos – inclusive metais – demonstrado por uma s�rie de an�lises em v�rios componentes naturais de �gua, solo e fauna (peixes e crust�ceos), em n�veis superiores aos preconizados para seguran�a segundo as leis brasileiras. De acordo com a ISS, a bacia a�rea da cidade tamb�m se tornou t�xica, devido ao p� proveniente da lama seca, exacerbado pelas obras de reconstru��o.


A Oscip divulgou o estudo na quarta-feira e, segundo as an�lises, a sa�de da popula��o de Barra Longa est� comprometida de diversas formas. “Os dados de sa�de encontrados espelham o sofrimento da popula��o a multivariadas queixas e doen�as, e ao acometimento de sua sa�de e qualidade de vida plenas”, destaca a pesquisa. “Embora os sintomas relatados possam caracterizar diversas doen�as, tamb�m podem eventualmente ocorrer em casos de intoxica��o por alguns metais. O estudo aponta os sintomas sugestivos, mas n�o permite afirmar a associa��o causa-efeito da exposi��o aos metais e adoecimento”, conclui.

Conforme a ISS, a pesquisa n�o encontrou diferen�as significativas na an�lise estat�stica quando estudados grupos de doen�as entre os locais de moradia: proximidade ao rio, centro urbano e �rea rural. E, diante da maior vulnerabilidade e frequ�ncia de alguns sintomas dos barra-longuenses em rela��o a grupos populacionais de outras regi�es, o estudo sugere o monitoramento e vigil�ncia da �rea afetada e da popula��o exposta como parte dos problemas de avalia��o de riscos, bem como estudos futuros, que possam elucidar eventual associa��o com intoxica��o e comprometimento de sa�de.

O estudo destaca ainda que s�o escassos os dados de sa�de contabilizados e monitorados desde o desastre. Uma pesquisa epidemiol�gica em sa�de EPI INFO, foi realizada pelo Minist�rio da Sa�de, em julho de 2016, em Barra Longa, e at� mar�o de 2017, os resultados ainda n�o haviam sido divulgados. C�pias da pesquisa da Oscip foram enviadas ao Minist�rio P�blico de Ponte Nova e � Secretaria Municipal de Sa�de de Barra Longa.

O Minist�rio P�blico informou que, na �rea administrativa do �rg�o em Ponte Nova, que responde pelo munic�pio vizinho, n�o foi acusado o recebimento do estudo. Os promotores de Justi�a da comarca n�o foram localizados. Ningu�m foi encontrado na Prefeitua de Barra Longa para falar sobre a pesquisa e seus resultados.

Funda��o afirma que cidade teve refor�o na �rea de sa�de

Por meio de nota, a Funda��o Renova, criada para reparar os danos do desastre ambiental causado pelo rompimento da barragem, que pertence � mineradora Samarco, informou que sua prioridade foi disponibilizar profissionais da �rea de sa�de, fortalecendo a equipe local de Barra Longa. De acordo com a funda��o, para o atendimento na cidade, foram escalados 27 profissionais, entre eles nove cl�nicos gerais, um psiquiatra e dois psic�logos, que atendem sem agendamento, al�m de manter uma ambul�ncia de suporte b�sico para emerg�ncias, com uma equipe de 10 socorristas.

“A Renova prepara um amplo estudo epidemiol�gico e toxicol�gico, com foco em toda a �rea impactada, que analisar� indicadores de sa�de no horizonte de 10 anos antes e, no m�nimo, 10 anos depois do rompimento da Barragem do Fund�o. Nesse contexto, a pesquisa do Instituto Sa�de e Sustentabilidade apresenta-se como uma importante base de dados e de avalia��o a ser considerada”, diz o comunicado.

Ainda segundo a funda��o, desde fevereiro de 2016 Barra Longa conta com uma esta��o de monitoramento autom�tico da qualidade do ar, instalada no Centro da cidade. “Os resultados mostram que a qualidade do ar na cidade est� dentro dos par�metros exigidos pela legisla��o brasileira”, destaca a nota. A Renova afirma ainda que foram retirados 157 mil metros c�bicos de rejeitos depositados na �rea urbana de Barra Longa, volume transportado e disposto no aterro da cidade.

 

(RG) 


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