Dois meses depois de o pr�prio prefeito de S�o Paulo, Jo�o Doria (PSDB), apagar grafites em muros daquela capital, numa atitude que se transformou em grande pol�mica no pa�s, cerca de 80 grafiteiros da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte se reuniram, na manh� deste domingo, no 1º Festival de Arte Urbana de BH.
Os artistas cobriram os 200 metros de um muro da unidade Silva Lobo da Newton Paiva, no Bairro Graja�, com figuras inspiradas nos 17 objetivos de desenvolvimento sustent�vel da Organiza��es das Na��es Unidas (ONU), como empoderamento feminino, educa��o inclusiva, sa�de, sustentabilidade, meio ambiente e saneamento b�sico.
“Quando eu ponho o grafite na rua, ele n�o � mais meu. � da cidade. O festival est� maravilhoso. O que ocorreu em S�o Paulo, no meu entendimento, foi falta de conhecimento da equipe do prefeito em saber que o grafite � arte”, avaliou o artista urbano Negro F., um dos coordenadores do evento, organizado pela Newton Paiva em parceria com o Centro Comunit�rio Vera Cruz.
Negro F. � um dos idealizadores do projeto “Amor pelo Alto Vera Cruz nos Muros”, que tamb�m tem o apoio da institui��o de ensino e cuja miss�o � contar a hist�ria do bairro por meio do grafite: “Valoriza a identidade cultural e a hist�ria de toda a sociedade”.
O festival atraiu a aten��o de muita gente. Houve at� quem colocou cadeiras na cal�ada para acompanhar o trabalho dos artistas. Para Erick Sanderson, da Comunica��o e Marketing da Newton Paiva, eventos como o de ontem s�o boas oportunidades para a popula��o ver que o grafite, embora muita gente tenha resist�ncia em consider�-lo como arte, pode transformar positivamente a paisagem de uma cidade.
“Sabemos que nem todos reconhecem o valor dessa manifesta��o art�stica em espa�os p�blicos. Nosso objetivo � justamente mostrar que o grafite pode transformar positivamente a paisagem urbana. Temos obras de artistas brasileiros espalhadas pelo mundo. Nosso estilo � pr�prio e reconhecido internacionalmente. Em nossa opini�o, iniciativas que engajam as pessoas em prol da comunidade ajudam no desenvolvimento social e humano e devem fazer parte das a��es de educadores”, disse Ercik.
MUTIR�O Quem passou pela Silva Lobo durante o festival p�de deixar sua contribui��o no muro. Os grafiteiros promoveram a oficina Mutir�o das Cores. Um espa�o no muro foi reservado para que os participantes tamb�m pudessem colorir o muro. “Foi muito legal. A galera interagiu bem: crian�as, jovens, idosos etc”. Al�m do grafite, o festival contou com rodas de conversas tem�ticas sobre cultura de rua e o movimento Hip Hop. Bandas da regi�o fizeram apresenta��es.