Uma mulher identificada como K.L.P, de 41 anos, que foi agredida pelo ex-namorado no s�bado, no Bairro Buritis, na Regi�o Oeste de Belo Horizonte, prestou depoimento nesta segunda-feira na Delegacia Especial de Atendimento � Mulher. A assistente de escrit�rio levou diversos socos e chutes no rosto depois de decidir terminar o relacionamento com o advogado D.A.V.M, cuja idade n�o foi informada. Ela foi levada inconsciente para o Hospital de Pronto-Socorro Jo�o XXIII, onde ficou internada at� hoje. O homem dever� ser investigado por tentativa de homic�dio, de acordo com a advogada da v�tima, Isabel Ara�jo Rodrigues.
“Ela caiu na cal�ada e ele come�ou a agredi-la com v�rios socos e chutes na regi�o do rosto. Os vizinhos contaram que viram o advogado imobilizando a v�tima pelo pesco�o para agredi-la”, disse. Ela ainda conta que o homem � lutador de Muay Thai. O advogado s� teria parado as agress�es depois dos vizinhos ouvirem os gritos de socorro e chamarem a Pol�cia Militar (PM). Ele fugiu em um carro.
De acordo com a corpora��o, a mulher estava deitada no passeio, bastante machucada e cercada de v�rias moradores do bairro. Os moradores contaram � PM que presenciaram o momento da agress�o e que o homem “pisava na cabe�a da v�tima e a batia sobre o meio fio do passeio.” O Servi�o de Atendimento M�vel de Urg�ncia (Samu) tamb�m foi chamado para atender e encaminhar a v�tima, que estava inconsciente, com v�rios traumas na cabe�a e no nariz.
Muito machucada e abalada, a mulher teve alta do hospital. “Ela foi liberada, mas optamos por ela n�o ir pra casa. Ela est� com muito medo dele e com raz�o. � evidente que uma pessoa como essa n�o sabe controlar as suas emo��es”, afirma a advogada. Ainda segundo ela, o procedimento criminal j� est� em andamento e poder� classificado pela Pol�cia Civil como “tentativa de homic�dio”. “Ele atingiu apenas a cabe�a dela e de forma muito violenta. Como luta Muay Thai, ele tinha consci�ncia do que estava fazendo,” afirma a advogada. Ela sustenta que o agressor teria ido trabalhar hoje “normalmente”.
Casos recorrentes
A cada hora, 15 mulheres s�o v�timas de estupros, torturas, espancamentos, humilha��es, homic�dios, roubos e outras formas de agress�o no ambiente dom�stico e familiar em Minas Gerais. E o perigo � maior justamente nas companhias de quem elas deveriam se sentir seguras, j� que 43% dos agressores s�o os pr�prios companheiros ou namorados das v�timas.
Nos �ltimos tr�s anos, foram quase 388 mil ocorr�ncias registradas por crimes relacionados � viol�ncia ligada ao g�nero no estado: sexual, f�sica, moral, psicol�gica e patrimonial. Os dados fazem parte do Diagn�stico da Viol�ncia Dom�stica e Familiar em Minas Gerais, divulgado pela Secretaria de Estado de Seguran�a P�blica.