
“Fazemos v�rios projetos e patrulhamento educativo, preventivo e de fiscaliza��o, seja em dia de chuva, seja com sol escaldante, mas chega num ponto em que o que se precisa � de obras”, afirma o tenente Barreiros. “O Anel foi constru�do h� 50 anos, para um determinado n�mero de ve�culos e de pessoas, e n�o acompanhou a evolu��o da cidade. H� pontos por onde passam mais de 160 mil ve�culos por dia e que se tornaram caminho de motoristas que querem evitar o tr�nsito dos bairros, al�m de ser passagem para S�o Paulo, Rio de Janeiro, Esp�rito Santo e Bras�lia. Ou seja, � uma rodovia urbana”, ressalta o comandante.
Ele cita tr�s pontos cr�ticos da via, onde h� grande n�mero de acidentes por causa de um estreitamento brusco da pista. “S�o tr�s faixas, que de repente mudam para duas, ocasionando frenagens repentinas e colis�es”, explica o policial. Um desses trechos � o km 536, pr�ximo � sa�da para a Avenida Amazonas, no Bairro Madre Gertrudes, na Regi�o Oeste. Cerca de um quil�metro antes do acesso a um dos principais corredores da capital, debaixo da linha f�rrea, h� um estreitamento brutal da pista.
Em hor�rio de pico, causa engarrafamentos at� a via do Min�rio, deixando a situa��o do trevo do Bet�nia ainda mais delicada, pois os carros parados formam uma esp�cie de barreira para quem desce em dire��o ao Esp�rito Santo. A pista passa de tr�s para duas faixas de rolamento repentinamente tamb�m no km 470, no Bairro Carlos Prates, na Regi�o Noroeste de BH. O terceiro ponto onde os mesmos problemas se repetem � o km 465, no Bairro S�o Francisco, na Pampulha.
GEST�O DA PBH As obras que nunca saem do papel podem cair nas m�os do poder municipal se depender da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Ontem, o prefeito Alexandre Kalil (PHS) reagiu e criticou duramente a falta de a��es para solu��o do problema. Kalil disse que aceita assumir a gest�o do Anel, que hoje � feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), desde que o �rg�o federal repasse o dinheiro que tem em seu or�amento para as reformas. Apesar da fala do prefeito, a assessoria de imprensa do Dnit em Minas Gerais informou que esse assunto, “quando e se for tratado”, ser� em conversa entre o prefeito e o ministro dos Transportes, Maur�cio Quintella Lessa, sinalizando que essa medida n�o � t�o simples.
“Tivemos uma reuni�o para tratar de outro assunto com a diretoria do Dnit aqui na prefeitura. Fui procurado por eles. A PBH aceitaria assumir a responsabilidade sobre o Anel Rodovi�rio desde que a verba que j� est� alocada para o Dnit seja repassada para a via. Que n�s tomar�amos conta e tentar�amos assumir a responsabilidade do Anel, porque essa carnificina tem que acabar”, disse o prefeito.
Para Kalil, o Anel n�o pode ser considerado uma rodovia, uma vez que j� est� totalmente integrado ao ambiente urbano. “N�s simplesmente dissemos o que n�s dissemos na campanha. O que acontece em Belo Horizonte � responsabilidade de Belo Horizonte. Tem que estar ao nosso alcance. N�o quer dizer que aqui tem ningu�m mais inteligente que ningu�m. O que n�s vamos fazer � tentar arrumar, porque do jeito que est� n�s j� temos certeza de que est� errado. Ent�o, (j�) que est� absolutamente errado, matando, machucando todo dia duas, tr�s vezes por semana, pelo menos n�s poder�amos fazer uma tentativa de melhorar o caos que �, porque ali n�o � o Anel, ali j� � uma avenida urbana”, acrescentou.
Por fim, Kalil ainda adiantou que � necess�rio atuar principalmente no gargalo que anteontem provocou um congestionamento que chegou ao Bairro Bet�nia (Oeste de BH) e acabou se transformando em uma barreira para o caminh�o que ficou sem freio. “Essa carnificina tem que acabar. Pelo visto nada � feito, nada � colocado. N�s sabemos que tem que alargar algumas �reas de estrangulamento que s�o os pontos cr�ticos”, completou.
Tamb�m por meio de nota, o Minist�rio dos Transportes informou que n�o consta solicita��o de municipaliza��o do trecho. E acrescentou que, a princ�pio, “qualquer trecho rodovi�rio que esteja sob jurisdi��o deste minist�rio pode ser transferido a outro ente federado (estado ou munic�pio), ressalvados fatores limitantes como contratos de concess�o ou delega��es em vigor, entre outros”.

A tentativa de tirar o Anel da responsabilidade do governo federal e dar uma solu��o � s�rie de acidentes n�o � nova. Em 2009, projeto de lei chegou a ser aprovado em segundo turno na C�mara Municipal de BH autorizando a municipaliza��o do Anel. Na campanha de 2010, o ent�o candidato � reelei��o ao governo de Minas A�cio Neves (PSDB) tamb�m prop�s deixar a rodovia a cargo do estado.