
As v�timas e o chef trabalhavam no estabelecimento. A primeira den�ncia contra ele foi feita em fevereiro deste ano por uma auxiliar de cozinha de 33 anos. Ela afirmou que a partir de outubro de 2016 passou a ser assediada pelo homem e que, em 4 de janeiro �ltimo, foi v�tima de tentativa de estupro dentro do carro do cozinheiro, que estava estacionado pr�ximo ao estabelecimento. Em mar�o, a pol�cia abriu outro inqu�rito, depois que uma segunda funcion�ria do estabelecimento, de 21 anos, tamb�m acusou o chef de ass�dio sexual.
A primeira mulher a denunciar o cozinheiro disse ontem ao EM que se sente aliviada por saber que o agressor vai responder por seus atos. “Nesses �ltimos meses, em v�rios coment�rios fui colocada como a vil� da hist�ria, que estaria interessada em levar dinheiro com a situa��o. Na Justi�a do Trabalho, os advogados da empresa fizeram de tudo para me desqualificar moralmente. Senti-me como uma prostituta. Mas n�o foi isso o que aconteceu, pois sofri calada pois precisava do meu emprego. Espero que seja feita justi�a, pois ele sabe o que fez”.
De acordo com as den�ncias contra o homem, a tentativa de estupro e ass�dio sexual teriam ocorrido dentro do carro dele, depois do expediente. “Fui at� aquele carro pois pensei que iria me dar o adiantamento de sal�rio que estava precisando. N�o fui l� depois de um convite para uma rela��o �ntima”, afirmou a v�tima.
CONVERSAS A Pol�cia Civil informou que as testemunhas ouvidas na fase de investiga��o foram coerentes sobre o que ocorria no restaurante e relataram � delegada Camila Miller, titular da Delegacia de Atendimento � Mulher, Menores e Meio Ambiente, que o chef tinha o h�bito de conversar sobre sexo no local de trabalho e que o assunto deixava as mulheres constrangidas.
De acordo com a advogada das v�timas, Suellen Passos Garcia, oito testemunha foram ouvidas, das quais cinco funcion�rias que sustentam ter passado por situa��es de constrangimento. “Elas confirmaram as situa��es de ass�dio praticados por ele. Um delas, que era constrangida constantemente, decidiu formalizar a den�ncia contra ele”, disse a advogada.
Em depoimento na Deam, o chef de cozinha negou todos os crimes e, segundo a assessoria de imprensa da pol�cia, disse que tudo n�o passou de “brincadeirinha”. A pena para o crime de tentativa de estupro � de seis a 10 anos de reclus�o. No caso de ass�dio sexual, a puni��o varia entre dois e sete anos de deten��o.
O Caf� com Letras, condenado pela Justi�a do Trabalho a pagar R$ 1 mil em indeniza��es por danos morais � auxiliar de cozinha, afirmou ontem por meio de nota que, assim que soube dos casos, demitiu o chef. Disse ainda, no texto, que, junto com a Associa��o Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel), promove a��es para manter o respeito no ambiente de trabalho. “Para zelar pela rela��o de respeito e dignidade entre seus colaboradores, clientes e fornecedores, a empresa est� implementando um programa de a��es de natureza educativa e preventiva”, diz trecho da nota.
A empresa acrescentou que “repudia e nunca tolerou condutas que configuram desrespeito aos colaboradores, clientes e fornecedores. Por fim, afirma que vem contribuindo com as autoridades para completa apura��o dos fatos”. O ex-chef e seus advogados n�o foram localizados.