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Estado de Minas

Pol�cia espera receber mais den�ncias de abusos praticados por ginecologista preso

Acusado de apalpar pelo menos sete pacientes de forma inapropriada, m�dico de Betim � indiciado pela Pol�cia Civil e denunciado pelo MP por viola��o sexual mediante fraude


postado em 27/04/2017 06:00 / atualizado em 27/04/2017 08:03

Médico tem 70 anos e foi preso em casa, no Bairro Gutierrez, em BH(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
M�dico tem 70 anos e foi preso em casa, no Bairro Gutierrez, em BH (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
A Pol�cia Civil espera receber den�ncias de outras poss�veis v�timas de um ginecologista preso ontem acusado de abusar de pelo menos sete pacientes na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Saulo Andrade de Oliveira, de 70 anos, � acusado de cometer as infra��es durante exames ginecol�gicos feitos em consult�rios de unidades de sa�de p�blicas e particulares. Ele foi levado ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) de Betim, na Grande BH, depois de ser preso em casa, no Bairro Gutierrez, Oeste da capital. Diante das suspeitas, foi suspenso de suas atividades na prefeitura da cidade, onde atua como m�dico concursado. O Conselho Regional de Medicina (CRM) tamb�m vai abrir procedimento para investigar o caso.


O m�dico foi preso pela Pol�cia Civil de Betim, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, por causa de tr�s casos ocorridos na cidade. De acordo com a delegada respons�vel pelas investiga��es, Cristiane de Oliveira, da Delegacia de Mulheres do munic�pio, houve tamb�m duas v�timas em Belo Horizonte e outras duas em Nova Lima. Os casos teriam ocorrido entre 2008 e 2016.

Segundo Cristiane, o m�dico se aproveitava da sua condi��o profissional e da posi��o ginecol�gica em que as pacientes ficam durante os exames para cometer os abusos. “Ele fazia exames de toque sem usar luvas, acariciava a regi�o genital das mulheres e apalpava os seios de forma desnecess�ria ao examin�-las. Algumas mulheres ficam na d�vida se ocorreu o abuso ou n�o por se tratar de um exame �ntimo, mas se h� a suspeita, tem que denunciar”, disse a delegada.

Em Betim, o ginecologista atendia desde 2015 no posto de sa�de do Bairro Alvorada e num hospital particular. Antes, havia trabalhado nas unidades dos bairros Bueno Franco e Nossa Senhora de F�tima. Na cidade, a primeira v�tima registrou ocorr�ncia em 2015. Ela estava gr�vida e fazia pr�-natal no posto. O caso n�o foi apurado, pois a v�tima n�o compareceu � Delegacia de Mulheres para prestar depoimento. Em junho do ano passado, outra mulher reacendeu a quest�o, acusando Saulo Andrade de abuso dentro do Hospital da Unimed.

“Ela estava em posi��o ginecol�gica para um exame preventivo de papanicolau. De repente, viu o m�dico se afastando com as cal�as abaixadas e o p�nis para fora. Ela se assustou, perguntando o que aquilo significava, e ele respondeu para ela se acalmar, que n�o tinha doen�as. Como estava com as pernas cobertas pelo pano, ela n�o viu que houve uma conjun��o carnal sem ela esperar”, conta a delegada. “A paciente deixou o local transtornada e veio � delegacia dois dias depois. Foi feito exame de corpo de delito, mas acusou apenas que ela teve rela��o sexual, sem viol�ncia. � o �nico caso em que houve penetra��o”, acrescenta Cristiane. Na ocasi�o, o m�dico foi afastado do hospital.

Diante desse fato, a delegada retomou as investiga��es anteriores e convocou as v�timas. Ouviu ainda o suspeito e funcion�rios que trabalhavam com ele em Betim. “Nos postos, os colegas confirmaram que havia muitas reclama��es, mas eram todas informais, mulheres que sa�am da consulta e iam � recep��o, por exemplo. Mas, no Alvorada, a dire��o determinou, diante de tantas reclama��es, que ele atendesse somente se acompanhado de uma t�cnica de enfermagem”, afirma. Em depoimento, o ginecologista negou as acusa��es e afirmou se tratar de procedimentos ginecol�gicos comuns. Disse ainda que as mulheres “se confundiram”.
A delegada Cristiane de Oliveira informou que o médico fez vítimas em BH, Betim e Nova Lima(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
A delegada Cristiane de Oliveira informou que o m�dico fez v�timas em BH, Betim e Nova Lima (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)


PROCESSO
Saulo Andrade de Oliveira foi indiciado pela Pol�cia Civil e denunciado pelo Minist�rio P�blico por viola��o sexual mediante fraude – quando o suspeito usa de seu of�cio para praticar atos libidinosos ou conjun��o carnal sem uso de viol�ncia ou amea�a. A pena para esse tipo de crime � de dois a seis anos de pris�o. Pedido em dezembro do ano passado, o mandado de pris�o contra o suspeito s� foi expedido no fim de mar�o. Chegou � delegacia no �ltimo dia 7 e foi cumprido ontem, depois de v�rias tentativas da pol�cia de prend�-lo.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Unimed informou que desde junho de 2016 o m�dico n�o atendia clientes da cooperativa. Em janeiro de 2017, ele deixou definitivamente de fazer parte do quadro de cooperados.

A Prefeitura de Betim informou, tamb�m por meio de nota, que h� um processo administrativo disciplinar aberto contra o m�dico, em fase de sindic�ncia, desde 2014. “Na �poca, a prefeitura n�o possu�a �rg�o espec�fico para a apura��o de infra��es disciplinares. A atual gest�o criou, em janeiro de 2017, a Secretaria Adjunta de Corregedoria para agilizar a apura��o e avalia��o de casos e den�ncias da administra��o municipal”, diz o texto. A nota acrescenta que devido � den�ncia registrada no processo, Saulo Andrade atendia com a presen�a de uma t�cnica de enfermagem, por recomenda��o que consta no processo. “Diante da atividade do m�dico, pelos fatos relatados, quando o processo for encerrado, caso se comprove as den�ncias, o mesmo n�o vai retornar ao cargo, sendo demitido do servi�o p�blico”, concluiu a nota.

O Conselho Regional de Medicina (CRM) n�o informou se h� den�ncias contra o m�dico, pois os processos tramitam em sigilo. A 1ª secret�ria do CRM, Cl�udia Navarro, explicou que, assim que a entidade toma conhecimento de fatos como o do ginecologista, abre sindic�ncia. Havendo qualquer ind�cio de infra��o �tica, � aberto processo, seguido da fase de instru��o e julgamento. O profissional pode ser absolvido ou apenado. As san��es v�o de advert�ncia confidencial (s� o m�dico fica sabendo) at� a cassa��o. Ela acrescentou que n�o h� um prazo determinado, pois depende da instru��o do processo, do n�mero de testemunhas que precisar�o ser ouvidas e de documentos a serem avaliados.

Cl�udia orienta que, em caso de d�vidas sobre a conduta m�dica, o paciente denuncie. As den�ncias n�o podem ser an�nimas e devem ser feitas pessoalmente, por escrito, ou por meio de of�cio enviado pelos Correios. “Orientamos at� os pr�prios m�dicos para que atendam sempre em companhia de uma assistente e, no caso de ginecologia, se a paciente puder, ir acompanhada. Na d�vida, denuncie, que o CRM vai investigar.”


A Pol�cia Civil informou que n�o h� procedimento instaurado em nome do ginecologista em Nova Lima. As v�timas podem ter feito boletim de ocorr�ncia, mas n�o ter dado continuidade ao procedimento. Em Belo Horizonte, a Delegacia de Mulheres n�o conseguiu verificar ontem como est� o caso.

Enquanto estava sob a custódia da Polícia Civil, o ginecologista manteve o rosto coberto(foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)
Enquanto estava sob a cust�dia da Pol�cia Civil, o ginecologista manteve o rosto coberto (foto: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)


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