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Estado de Minas

CRM abre sindic�ncia para apurar conduta de m�dica que levou filho para cirurgia

Cirurgi� da Santa Casa de Lagoa Santa posta fotos do filho aparentemente atuando ao seu lado em uma sala de opera��es e � demitida. Hospital j� tinha anunciado investiga��o


postado em 12/05/2017 06:00 / atualizado em 12/05/2017 07:40

Uma das imagens mostra o garoto no que parece ser uma cirurgia(foto: Reprodução/Instagram)
Uma das imagens mostra o garoto no que parece ser uma cirurgia (foto: Reprodu��o/Instagram)
O Conselho Regional de Medicina em Minas Gerais (CRM-MG) e a Santa Casa de Miseric�rdia de Lagoa Santa abriram sindic�ncia para esclarecer as circunst�ncias e a suposta participa��o do filho de uma m�dica nos procedimentos feitos por ela dentro do hospital da cidade localizada na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Ontem, a unidade demitiu a cirurgi� geral da unidade por ind�cios de que ela estaria levando o filho menor de idade para a auxiliar nas cirurgias.


A m�dica registrava com imagens, que publicava em sua conta numa rede social, os momentos em que o garoto estava junto com ela em ambiente muito parecido com um bloco cir�rgico. Pelo menos tr�s fotos foram postadas, sendo que em uma delas o menino aparece com uma roupa da unidade de sa�de de Lagoa Santa.

Nas tr�s imagens, ele est� com as vestimentas que m�dicos usam durante uma cirurgia. Em duas, h� ind�cios de que ele realmente esteja ajudando a m�e durante cirurgias em andamento. Em uma foto espec�fica, a m�dica fez uma brincadeira e escreveu uma legenda com o nome do filho sucedido da palavra doutor, abreviada pela sigla “Dr.”.

O presidente do CRM-MG, F�bio Guerra, informou que a sindic�ncia � um procedimento preliminar de apura��o que visa buscar esclarecimentos dos fatos, pedir esclarecimentos aos envolvidos e verificar a veracidade da situa��o para, ent�o, definir uma proposta de encaminhamento da apura��o, que pode culminar na abertura de processo �tico-profissional. Segundo ele, a entidade tomou conhecimento dos fatos pela imprensa, n�o tendo recebido qualquer comunica��o ou queixa formal do hospital, de paciente ou outra pessoa.

“O ambiente hospitalar exige cuidados. No bloco, espera-se, por uma quest�o de razoabilidade, a presen�a da equipe m�dica e do paciente. Ser� preciso apurar para entendermos os fatos que ocorreram e se houve infra��o por parte da m�dica ou de outros profissionais”, afirma. F�bio Guerra explica ainda que o paciente tem autonomia. Sendo assim, qualquer procedimento deve ser previamente acordado entre m�dico e paciente.
Outro momento postado na rede social da médica mostra mãe e filho juntos vestidos com roupas próprias para operação(foto: Reprodução/Instagram)
Outro momento postado na rede social da m�dica mostra m�e e filho juntos vestidos com roupas pr�prias para opera��o (foto: Reprodu��o/Instagram)


“No caso do parto, a fam�lia entra porque h� esse acordo pr�vio entre a gestante e a equipe que a assiste. Mas, isso tamb�m deve ser feito respeitando-se as normas do regimento interno do hospital, que garantir�o a qualidade da assist�ncia e uma s�rie de outras quest�es”, exemplifica. “Tem que haver respeito �s defini��es administrativas, o acordo feito anteriormente entre as partes, respeitar a autonomia do paciente e o sigilo do procedimento. H� uma s�rie de quest�es importantes no exerc�cio da medicina e vamos verificar se em alguma delas feriu-se o c�digo de �tica”, acrescenta.

O presidente do conselho diz que nenhum posicionamento pode ser adiantado, mas ressalta que uma situa��o extrema “n�o � aceit�vel”, se referindo � suposta ajuda do filho da m�dica de Lagoa Santa nas interven��es cir�rgicas. A assessoria do hospital informou que a diretoria instaurou sindic�ncia em car�ter de emerg�ncia, dada a gravidade do caso e, por isso, as respostas ser�o dadas no menor tempo poss�vel.

Outra foto mostra menino aparentemente manuseando instrumentos cirúrgicos(foto: Reprodução/Instagram)
Outra foto mostra menino aparentemente manuseando instrumentos cir�rgicos (foto: Reprodu��o/Instagram)
Por meio de nota, o diretor-t�cnico da Santa Casa, Guilherme Ribeiro Camara, informou que o procedimento excepcional “tem a finalidade de apurar a divulga��o dos fatos ocorridos e dos poss�veis respons�veis, em virtude da divulga��o de fotos nas redes sociais que sugerem a conduta irregular do ato m�dico na institui��o”. “Representantes do hospital e do Instituto Labore (gestora da Santa Casa) j� foram designados para constituir a comiss�o de sindic�ncia, que dever� apresentar o relat�rio conclusivo aos �rg�os respons�veis para as provid�ncias cab�veis”, diz o texto.

A reportagem entrou em contato com a m�dica em quest�o, que negou que tenha contado com o apoio do filho para fazer qualquer cirurgia e disse tamb�m n�o ter recebido nenhum comunicado de demiss�o. Quando questionada sobre a autenticidade das imagens publicadas no Instagram, ela disse que n�o vai falar nada sobre o caso e que tudo est� sendo tratado por um advogado. Por�m, n�o forneceu o contato da pessoa que a representa sobre o assunto.

REDES SOCIAIS A postagem de imagens referentes ao trabalho de um m�dico � uma quest�o que tem chamado a aten��o do CRM em Minas Gerais. De acordo com F�bio Guerra, algumas discuss�es t�m sido feitas na entidade para tratar o assunto. “Estamos muito preocupados com o uso das m�dias sociais para veicula��o de algumas quest�es que entendemos serem restritas � assist�ncia, como o procedimento, o paciente e informa��es sobre atendimentos. H� resolu��es espec�ficas do Conselho Federal e Regional que orientam m�dicos sobre a forma como isso pode ser feito e, posso garantir, � muito restrito”, relata.


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