O uso inadequado da rede el�trica ocorre em muitas situa��es. De acordo com o engenheiro de seguran�a Dem�trio Aguiar, da Companhia Energ�tica de Minas Gerais (Cemig), as liga��es clandestinas, conhecidas como ‘gatos’, est�o em terceira posi��o na lista, seguidas das atividades agr�rias com uso de grandes m�quinas no campo, e das obras em vias p�blicas. Integram o levantamento ainda os acidentes com papagaios que tocam a rede el�trica, al�m de fios partidos ca�dos por causas diversas e que n�o s�o desativados automaticamente, como � praxe ocorrer.
Aguiar refor�a que acidentes com eletricidade s�o perigosos. Ele lembra que as descargas el�tricas podem causar extensas queimaduras internas no organismo, que levam � morte ou deixam graves sequelas. “O corpo humano � considerado um mau condutor de energia el�trica. Por isso, n�o conduz a energia como um fio, por exemplo. Com isso, ele funciona como uma resist�ncia de chuveiro e aquece, internamente, em altas temperaturas. Tudo ocorre em fra��o de segundos, podendo levar imediatamente � morte ou deixar sequelas”, explica o engenheiro. Em outra circunst�ncia, pessoas atingidas por descargas el�tricas podem sofrer uma parada cardiorrespirat�ria porque a energia, ao passar pelo cora��o, provoca a fibrila��o deste �rg�o, al�m da parada respirat�ria, fazendo com que a pessoa morra em segundos.
Recomenda��es Como prote��o, o engenheiro diz que as pessoas podem adotar condutas simples, mas de grande import�ncia. Nas obras, por exemplo, sejam elas de constru��o, reforma ou acabamento, funcion�rios devem ficar atentos quanto � presen�a dos fios da rede a�rea e manter dist�ncia. “Na obra, o pedreiro j� tem muitos itens para se preocupar, como o risco de queda, seguran�a de andaimes, presen�a de pregos em t�buas, uso de m�quinas que podem provocar acidades e, muitas vezes, se esquecem do cuidado ao manusear objetos pr�ximo � rede. Desse modo, podem sofrer um choque el�trico de alta pot�ncia (7.960 volts), se encostarem em apenas um fio, ou ainda maior, de 13.800 volts, em caso de tocar dois fios”, afirma Aguiar. Ele diz que, nestes casos, pode haver ferimentos ou morte por causa de choque ou por queda. O especialista alerta ainda sobre a necessidade de uso de equipamentos de prote��o individual e coletiva.
No caso da poda de �rvores, mais recomenda��es. Como h�, nas cidades, �rvores de grande porte que n�o foram bem planejadas na ocasi�o do plantio, o engenheiro explica que elas acabam atingindo a rede el�trica e partindo fios, especialmente na �poca de chuvas. “Quando o fio se parte, ocorre o desligamento autom�tico do sistema de prote��o por causa do curto-circuito. Mas, se ele ficar ligado, pode continuar conduzindo eletricidade e provocar acidentes. Por isso, ningu�m deve se aproximar de um fio partido. Nesses casos, a orienta��o � sempre acionar a Cemig, que d� total prioridade a esse tipo de ocorr�ncia”, afirma.
Outro cuidado importante precisa ser tomado no momento do corte, que deve ser feito por pessoas especialistas. “Muitas vezes o morador resolve realizar o corte porque a demanda pode demorar a ser atendida. Mas, esse procedimento n�o deve ser adotado nunca, diante do risco de choque ou queda de altura”, alerta Dem�trio Aguiar. No caso dos ‘gatos’, o perigo � o mesmo, tendo em vista que quem faz esse tipo de liga��o clandestina sobe em postes sem equipamentos de prote��o e n�o tem habilidade t�cnica para o trabalho. Com interven��es prec�rias, acaba se expondo a risco de acidente. Liga��es clandestinas ainda causam danos aos transformadores de energia, que podem queimar por sobrecarga. Tamb�m podem deixar todo um bairro ou at� uma pequena cidade sem o fornecimento de energia. “Al�m disso, que paga toda a conta � consumidor regularizado”, conclui Aguiar.
ZONA RURAL O campo � tamb�m lugar de cuidado com a rede el�trica. Nos servi�os rurais, os trabalhos feitos com colheitadeiras de gr�os e outras m�quinas de grande porte podem atingir os fios da rede el�trica, especialmente � noite, quando s�o pouco visualizados pelos operadores. “Esse atropelamento da rede exp�e o trabalhador aos efeitos da descarga el�trica e estraga a m�quina. Por isso, as redes devem ser bem mapeadas e os profissionais, orientados sobre suas posi��es”, afirma o engenheiro de seguran�a da Cemig, Dem�trio Aguiar.
Na cidade, obras em vias p�blicas tamb�m exigem planejamento, j� que escavadeiras, caminh�es basculantes e outras m�quinas de grandes dimens�es, quando operadas sem cuidados, podem atingir os fios da rede el�trica e eletrocutar os operadores. Mesmo em �reas com rede subterr�nea, � preciso prevenir, pois obras com perfura��es podem atingir os fios enterrados e causar choques nos funcion�rios. “Toda atividade deve ser feita por profissionais qualificados e com detalhamento de onde passa a rede”, alerta o engenheiro.
No caso de brincadeiras que podem atingir os fios, como � o caso dos papagaios, os riscos continuam. Quando pipas tocam as redes, as pessoas geralmente tentam retir�-los com uso de cabos de vassouras, vergalh�es, trilhos de cortina e outros materiais que podem ser condutores e gerar o choque el�trico. “A linha cortante usada por muitas pessoas que soltam pipas, conhecida como cerol, tamb�m danifica os fios da rede el�trica. Eles acabam se partindo e podem provocar acidentes. O cerol tamb�m conduz eletricidade e, por isso, provoca choque el�trico e tamb�m interrup��o do fornecimento de energia. Al�m disso h� o risco para motociclistas, que podem ser atingidos pela linha.”
Fique atento
Dicas de engenheiro da Cemig para evitar acidentes:
» Em obras, trabalhadores devem manter dist�ncia da rede el�trica e usar equipamentos de prote��o
» Quando houver queda de galhos, deve-se ficar atento a fios partidos, manter dist�ncia e chamar a Cemig
» A poda de �rvores nunca deve ser feito de forma amadora por morador, e sim pela Cemig e PBH
» N�o fazer liga��es clandestinas: o risco de acidentes � grande pela falta de habilidade e de equipamentos