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Estado de Minas

Morte de homem vacinado alerta para cuidados em �reas de risco de febre amarela

Para os especialistas, se vacinar � a melhor forma de preven��o. � preciso manter cuidados em �reas de risco, como uso de repelentes de mosquitos


postado em 25/05/2017 06:00 / atualizado em 25/05/2017 08:12

Diante da morte do economista, a PBH mandou dedetizar residências no Belvedere, onde ele morava, para evitar eventual contágio por meio do Aedes aegypti(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Diante da morte do economista, a PBH mandou dedetizar resid�ncias no Belvedere, onde ele morava, para evitar eventual cont�gio por meio do Aedes aegypti (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Boa viagem, mas com muitos cuidados. A morte de um economista de 79 anos, de Belo Horizonte e aposentado do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), acende o sinal de alerta para a necessidade de aten��o, principalmente com a proximidade das f�rias, a fim de evitar a febre amarela. Morador do Bairro Belvedere, na Regi�o Centro-Sul da capital, o homem, apesar de vacinado contra a doen�a, se contaminou num passeio ao Mato Grosso, regi�o considerada end�mica para esse mal.


Para os especialistas, se vacinar � a melhor forma de preven��o. De acordo com o vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling, a imuniza��o tem alta confiabilidade, com taxa de mais de 98% de efic�cia. “Nenhuma vacina confere 100% de prote��o, e, no caso da febre amarela, ainda h� uma pequena chance de o indiv�duo contrair a doen�a. Essas exce��es ocorrem principalmente em idosos, em especial aqueles com alguma doen�a preestabelecida, e em casos de condi��o cl�nica espec�fica, como os portadores de diabetes e pacientes que fazem uso de corticoide. Esses podem, eventualmente, n�o ter uma resposta adequada � imuniza��o”, ressalta o m�dico infectologista.

Starling destaca que tomar a vacina mais vezes do que o preconizado pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) e Minist�rio da Sa�de pode n�o ser ben�fico. “A segunda dose da vacina pode ampliar em cerca de 5% a imunidade da pessoa, nunca em 100%. � um aumento pequeno, e ainda pode expor o paciente � doen�a. Na verdade, alguns casos de febre amarela ocorrem devido � segunda dose”, afirma o especialista.

Na avalia��o do infectologista, o ideal � unir a imuniza��o a outras formas de preven��o da doen�a, como o uso de repelentes, mosquiteiros e, caso o indiv�duo viaje para matas ou locais com foco do mosquito, vestir roupas especiais com mangas compridas. Al�m disso, � importante colocar tela nas janelas das resid�ncias e evitar deixar �gua parada para evitar a prolifera��o do mosquito.

PREVEN��O Todo o cuidado � pouco durante os passeios a �reas consideradas end�micas, em todo o Brasil Central ou em regi�es onde ocorreram surtos, como Minas, Esp�rito Santo e Rio de Janeiro. A bi�loga e virologista da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Giliane de Souza Trindade explica ser fundamental tomar cuidado, principalmente em acampamentos ao ar livre ou viagens para a Amaz�nia, Mato Grosso, Goi�s e outros. “Informa��o � fundamental, assim como o uso de repelentes para evitar a picada dos mosquitos. Tenho uma amiga que trabalhava na Amaz�nia e tinha o costume de, diariamente, passar �leo de cozinha no corpo inteiro para se proteger”, conta como curiosidade, tal a quantidade de insetos.

A bi�loga e virologista tamb�m elege a vacina, aplicada 10 dias antes da viagem, como medida mais importante para evitar a doen�a e recomenda aos turistas a consulta ao Livro Amarelo dos Viajantes, com dicas importantes, ou acessar o site www.cdc.gov, do Centro de Controle e Preven��o de Doen�as (CDC), �rg�o p�blico dos Estados Unidos para pesquisa, estat�stica, controle e preven��o de doen�as. “Se a pessoa vai a uma pescaria em Goi�s ou far� outro tipo de passeio, � bom ter aten��o”.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
O ec�logo Adriano Paglia, tamb�m professor e pesquisador da UFMG, afirma que atividades ao ar livre devem ser acompanhadas de cuidados, j� que foi-se o tempo em que as pessoas podiam ficar � beira de rios ou no meio do mato sem qualquer tipo de prote��o. “N�o � preciso alarmismo, mas � bom ter cuidado”, resume o professor, ressaltando que �reas degradadas favorecem o surgimento de novas doen�as e intensificam a circula��o das j� existentes (zoonoses). Finalmente, Paglia faz uma recomenda��o para quem estiver curtindo a natureza. “A fauna n�o � inimiga e animais causam menos danos ao seres humanos do que o contr�rio. Assim, � ignor�ncia matar os macacos achando que eles transmitem a febre amarela.”

OCORR�NCIAS Conforme o �ltimo balan�o divulgado pela Secretaria de Estado de Sa�de (em 26 de abril), Minas registrou 151 �bitos causados pela febre amarela, e outros 54 em investiga��o. O total de casos confirmados da doen�a foi de 427, em 62 munic�pios mineiros. A morte do economista, morador do Belvedere, em Belo Horizonte, foi atestada na semana passada e teve a doen�a como causa. O homem foi contaminado fora do estado, durante viagem para local considerado de risco, e retornou � capital mineira com os sintomas.

Devido � confirma��o da morte, a Prefeitura de Belo Horizonte desencadeou, na ter�a-feira, a��es de bloqueio ao Aedes aegypti, que pode transmitir a doen�a em ambiente urbano, na Regi�o Centro-Sul da capital, local onde o economista morava. Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de de BH, a��es de pulveriza��o de UBV, o popular fumac�, j� contemplaram mais de 12 mil im�veis na capital.

*Estagi�ria sob orienta��o do editor Andr� Garcia

TOME CUIDADO!

Siga as orienta��es dos especialistas para evitar a febre amarela e curtir a natureza

» ACAMPAR
1) Informa��o � fundamental, principalmente se for acampar em �reas silvestres. Antes de viajar, procure saber se a doen�a � end�mica na regi�o ou se houve surto recente.

» REPELENTE
2) Uso do repelente se tornou uma necessidade vital nestes tempos. Estados como Mato Grosso e da Amaz�nia s�o end�micos, mas a regi�o costeira apresentou surtos desde janeiro.

» UMA DOSE
3) Tomar vacina contra a febre amarela � obrigat�rio e apenas uma dose basta, conforme a Organiza��o Mundial de Sa�de e Minist�rio da Sa�de. Para quem vai viajar, tem que ser com 10 dias de anteced�ncia. N�o se esque�a de que, para muitos pa�ses, � preciso apresentar o Certificado Internacional do Viajante ou Profilaxia, que pode ser obtido na Rua Para�ba, 890, no Bairro Funcion�rios, em Belo Horizonte. A senha � distribu�da das 9h �s 16h.

» AO AR LIVRE
4) Todos os cuidados devem ser intensificados na hora das atividades ao ar livre, em parques municipais, unidades de conserva��o ou matas. Os gestores desse locais devem estar cientes da necessidade de informar os visitantes, assim como esses devem se preservar, mesmo sendo lugares muito convidativos.

» SEM ALARME
5) Preservar, sem alarmismo. Curtir a natureza, mas consciente de que a degrada��o ambiental favorece o surgimento de novas doen�as e intensifica a circula��o das j� existentes (zoonoses).

» N�O MATAR
6) Proteger a vida n�o significa sacrificar os animais, j� que, segundo os especialistas, eles s�o t�o v�timas quanto os seres humanos. Portanto, nada de matar os macacos achando que est� se defendendo.

» ROUPAS ESPECIAIS
7) A pessoa que viajar para regi�es de matas ou locais com surto de febre amarela deve vestir roupas especiais com mangas compridas. Al�m disso, � importante ter tela nas janelas das pousadas e evitar lugares com �gua parada.

Fontes: Adriano Paglia, ec�logo, e Giliane de Souza Trindade, bi�loga e virologista, professores e pesquisadores da UFMG; e m�dico infectologista Carlos Starling, da Sociedade Mineira de Infectologia

 

 


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