
A proposta da arquidiocese prev� que a Igreja da Boa Viagem, no Bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul de BH, seja reconhecida como “marco zero” da cidade. Segundo a historiadora Lays Silva de Souza, essa refer�ncia representa o ponto no qual a constru��o de BH teve in�cio. Mas outro espa�o da capital � detentor do t�tulo atualmente. “Os arquivos da comiss�o construtora apontam que o marco zero hist�rico da capital � a Pra�a da Esta��o. Foi l� que a cidade come�ou. At� hoje existe uma placa demarcando o local”, explica.
A arquidiocese defende que a igreja seja reconhecida como o local hist�rico que deu in�cio ao Curral del-Rei, o povoamento original sobre o qual se ergueu Belo Horizonte. O padre Marcelo Silva, reitor do Santu�rio Arquidiocesano de Adora��o Perp�tua, Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, que solicitou a reuni�o, afirma que o objetivo � tornar oficial aquilo que “j� � hist�rico”. O p�roco conta que o primeiro registro do vilarejo se deu em torno de 1714, com a chegada da imagem da Nossa Senhora da Boa Viagem de Portugal. “Naquela �poca, foi criada uma capelinha e o vilarejo cresceu em torno dela, como era costume”, afirma. “Tornar a igreja o marco zero � o reconhecimento legal necess�rio para preservar e promover a hist�ria e a cultura da cidade, al�m de restaurar o local onde Belo Horizonte come�ou”, ressalta. A atual Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem, inaugurada em 1923, foi tombada pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan) h� 40 anos.
Para a historiadora Lays Souza, o pleito de reconhecer a igreja como marco zero precisa ser analisado. “Os documentos apontam para um marco que se deu depois da vinda da comiss�o construtora. Se formos considerar o Curral del-Rei e a popula��o anterior, que provavelmente j� tinha a igreja para atender � demanda religiosa, a mudan�a pode ser levada em considera��o e pode ser relevante”, avalia. De acordo com a Arquidiocese de Belo Horizonte, s�o aguardadas na reuni�o as presen�as do secret�rio de cultura de Minas Gerais, �ngelo Oswaldo, e do vice-prefeito da capital, Paulo Lamac, entre outras autoridades.
VIG�LIA Desde 1937, ap�s a realiza��o do Congresso Eucar�stico Nacional em Belo Horizonte, o Sant�ssimo Sacramento – pe�a que exibe Eucaristia, que segundo a tradi��o cat�lica representa o corpo de Cristo – permanece exposto 24 horas por dia na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem. Os fi�is dedicam pelo menos uma hora por dia para rezar no espa�o. Conforme o padre Marcelo Silva, essa � a �nica adora��o ininterrupta de Minas Gerais, e uma das poucas do pa�s.
A adora��o perp�tua conta com mais de 60 grupos que se revezam, dia e noite, em ora��o ininterrupta. “Temos uma estrutura de pernoite, com dormit�rios e local para banho e alimenta��o, de modo que o peregrino seja acolhido. � importante para n�s mostrar que, al�m da hist�ria e da cultura, o local que consideramos marco zero � tamb�m fonte cont�nua de ora��o”, aponta o padre Marcelo Silva.
Na reuni�o desta quarta-feira tamb�m ser� anunciado que j� est� no Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha-MG) o pedido para que a adora��o perp�tua seja reconhecida como bem imaterial do estado. Em nota enviada por sua assessoria de comunica��o, o Iepha confirmou que o pedido foi recebido no in�cio do m�s. “O material ser� analisado pelo instituto, que tamb�m realizar� pesquisas complementares para embasar a decis�o sobre a pertin�ncia da abertura do processo de registro”, informou.
*Estagi�ria sob supervis�o do editor Andr� Garcia