“Foi horr�vel. Acordei com as pessoas desesperadas, gritando nomes de parentes, pedindo para n�o morrer.” A frase � de Joelson Silva Andrade, de 23 anos, ao narrar o acidente com o �nibus da empresa MJ, ocorrido na madrugada de segunda-feira no km 317 da BR-251, em uma curva a tr�s quil�metros de Salinas, no Norte de Minas), que deixou 11 mortos. Joelson foi um dos 20 feridos na trag�dia.

Somente na noite de ontem foram liberados os corpos de 10 v�timas do acidente, que foram necropsiados no Instituto M�dico-Legal(IML) de Montes Claros. Eles seguiram em cinco carros de uma funer�ria de Salinas para Euclides da Cunha, no Nordeste da Bahia, a 325 quil�metros de Salvador, destino do �nibus envolvido no acidente, que tinha sa�do de S�o Paulo no domingo � tarde.
O motorista do �nibus, que fugiu logo ap�s o acidente, n�o havia se apresentado at� a tarde de ontem. A Pol�cia Civil de Salinas abriu inqu�rito para a investigar o caso e o condutor deve responder inicialmente por homic�dio culposo (n�o intencional) e les�o corporal. Por�m, conforme o curso das investiga��es ele tamb�m poder� ser indiciado por crime doloso, j� que, de acordo com testemunhas, dirigia a uma velocidade de 120 km/h quando entrou na curva onde ocorreu o desastre.
O sobrevivente Joelson Silva Andrade se recupera com um bra�o fraturado, na Santa Casa de Montes Claros, onde acompanha o irm�o W., de 8 anos, que tamb�m ficou ferido e n�o corre risco de morrer. Segundo Joelson, dos passageiros que viajavam no coletivo, pelo menos 20 trabalhavam em S�o Paulo e retornavam para as casas de parentes em Euclides da Cunha para passar as festas de S�o Jo�o, seguindo uma tradi��o nordestina.
A maioria deles era do povoado de Serra Vermelha, distante 32 quil�metros da sede urbana. Pela passagem pagaram R$ 250, contra os R$ 400 que a viagem custaria em �nibus convencional.
(RG)