Esse � o terceiro livro de Gabriel Goecking Ferreira, de 14 anos, autor tamb�m de Gabriel Nuvem (2012) e de E se fosse comigo? (2013). A �ltima obra foi escrita no ano passado em parceria com o pai, o psic�logo e psicanalista Rodrigo Mendes Ferreira, de 49, e foi ilustrado pela estudante de artes visuais J�lia Rodrigues. Em 2016, eles editaram 100 exemplares, que foram distribu�dos a bibliotecas em BH e regi�o metropolitana. A meta agora � arrecadar R$ 16 mil para a impress�o de 400 livros, que ser�o doados a bibliotecas de escolas p�blicas e particulares em todo o estado. A escola interessada dever� apenas enviar um e-mail para pedir a publica��o, que ser� enviada pelos Correios.
O t�tulo do livro surgiu num caf� da manh�, momento em que a fam�lia aproveita para falar sobre v�rios temas ligados � adolesc�ncia. Numa das conversas, Gabriel comentou justamente sobre um v�deo de um menino gordinho que apanhava sempre. “Quisemos falar de uma hist�ria de supera��o, da exclus�o social de um menino. Ele � feio e vai ficando bonito, cuida da alimenta��o, conta com o apoio do professor de educa��o f�sica e da cozinheira do orfanato”, conta Rodrigo.
Em fun��o da Lei 13.185/2015, que obriga escolas e clubes a combaterem o bullying, ele acredita que o livro pode servir como uma ferramenta de aux�lio aos educadores. “Esses estabelecimentos devem ter medidas de conscientiza��o, preven��o e de combate � viol�ncia e ao bullying. Por isso, acredito que a obra de Gabriel pode ser fundamental para ajudar a equipe pedag�gica a introduzir no ensino discuss�es sobre o tema, fazendo, dessa forma, um trabalho preventivo com as crian�as”, diz.
DOA��ES O financiamento est� recebendo doa��es a partir de R$ 20 de pessoas f�sicas e de R$ 500 de empresas. As doadoras da iniciativa privada ter�o a logomarca no livro. Gabriel Aluno do 9º ano do ensino fundamental do Coleguium, um dos apoiadores do projeto, ressalta que o bullying est� presente em todo lugar, seja na internet, numa agress�o f�sica ou psicol�gica. “A maioria das pessoas j� sofreu ou presenciou algum ato, por isso, tratamos de forma mais l�dica para n�o ficar uma narrativa t�o cansativa e abordarmos o tema”, relata o garoto.
Para o adolescente, importante � denunciar: “Se na escola, tem que procurar diretor, professor e os pais para tentar acabar com isso. Quanto mais guardar para si, mais ficar� sobrecarregado e mais ter� o psicol�gico afetado. E quando a pessoa n�o tem coragem de falar com os respons�veis, algu�m deve intervir, contando ou impedindo uma briga”.
Gabriel conta que sempre gostou de escrever, mas n�o v� na atividade algo profissional, e sim, um hobby. O menino se diz um privilegiado: “� muito dif�cil hoje em dia ter uma rela��o com os pais. Muitos filhos n�o t�m esse contato. O bullying � um tema atual e quer�amos trazer a mensagem sobre um tema assim”. Aproveitando-se da profiss�o dos pais, que convivem com situa��es como essa no dia a dia de consult�rio, o estudante aproveita para absorver coment�rios e opini�es e se preparar para tomar uma atitude adequada caso necess�rio.
“Nunca sofri bullying, mas j� vi pessoas pr�ximas, por causa da altura ou de uma caracter�stica que foge do padr�o. O consenso � que ser diferente � motivo para zoar algu�m. Mas ser diferente n�o tem nada de errado”, diz. Os textos do livro de Gabriel trazem uma mensagem clara: “Voc� n�o precisa de bens materiais ou algu�m te colocando para baixo para dar a volta por cima. Tem que ser autoconfiante e ter autoestima grande. Depende de voc� mesmo correr atr�s de seus sonhos”.
SERVI�O
O endere�o para participar do financiamento coletivo � www.catarse.me/meu_pai_cria_pinguins_6e92