
A hist�ria que ele conta com riqueza de detalhes completa 60 anos este fim de semana. Por volta das 17h de 30 de junho de 1957, um barulho semelhante ao de um trov�o foi ouvido em grande parte do Centro-Oeste de Minas Gerais. Uma bola avermelhada rasgou o c�u e deixou uma trilha de fuma�a. Depois, emitiu um assobio semelhante a uma bala de pistola. O gado correu em disparada pelo pasto.
A data entrou para a hist�ria daquelas bandas como o dia em que o mundo quase acabou em Ibitira, uma ent�o vila – e hoje distrito – de Martinho Campos, na Regi�o Central de Minas.
No livro Meteoritos: introdu��o � meteor�tica e uma vis�o geral dos meteoritos brasileiros, o autor e estudioso Higor Martinez Oliveira destacou que o b�lido “tinha uma crosta de fus�o preta brilhante, t�pica de acondritos, apresentava ves�culas no seu interior, o que o diferenciava de qualquer outro meteorito. (…) � muito raro, apresentando muito valor para os estudos cient�ficos e para colecionadores por conta de suas diversas particularidades”.
Exatamente seis d�cadas depois, o assunto � comentado nas encruzilhadas de Ibitira, respaldado por boas gargalhadas. No passado, contudo, houve desespero. Ainda mais numa �poca em que os meios de comunica��o eram raros nos rinc�es do pa�s. “Eu tinha 10 anos de idade. Fiquei com medo. O neg�cio caiu perto de mim, a uns 800 metros”, completou Sebasti�o.
O servidor p�blico Paulo Roberto dos Santos tinha 8 anos quando ouviu o estrondo. “Pensei no pior. Achei que o mundo estava acabando. Eu e outros familiares nos ajoelhamos no ch�o. Rezamos. Tive medo do pior. A gente n�o tinha informa��o adequada naquela �poca”.
Depois de provocar um barulho semelhante ao de um trov�o, o b�lido viajou pelo ar, seguido de um assobio. Por coincid�ncia, um dos integrantes do Centro de Estudos Astron�micos C�sar Lattes, hoje Centro de Estudos Astron�micos de Minas Gerais (Ceamig), guiava um carro pela regi�o e ouviu o meteorito.
Ele n�o p�de ver o local em que o b�lido cravou a terra, mas, chegando a Belo Horizonte, enviou comunicados a jornais e prefeituras, num raio de 100 quil�metros a partir de Martinho Campos. Astr�nomos amadores organizaram expedi��es na tentativa de localizar o objeto vindo do espa�o. N�o tiveram sucesso.

O comprador, todavia, o teria repassado ao Ceamig. O Centro negociou o b�lido e usou o dinheiro para investimento na ci�ncia e compra de equipamentos. “Hoje, o meteorito est� com peda�os espalhados por v�rias institui��es e colecionadores particulares”, informou Maria Elizabeth Zucolotto, uma das maiores especialistas no mundo. Um pequeno peda�o est� em BH.