
Depois de uma semana de fiscaliza��o, protestos, transtorno, sorteio de vagas em shoppings populares e mais protestos em Belo Horizonte, um grupo de camel�s que atua na capital continua resistindo em deixar as cal�adas do Hipercentro. Ontem eles voltaram a pressionar a prefeitura – que se mant�m irredut�vel na decis�o de remover os clandestinos da regi�o. Os ambulantes se reuniram com a secret�ria municipal de Servi�os Urbanos, Maria Caldas, e com o procurador-geral do munic�pio, Tom�z de Aquino Resende, para pedir prorroga��o do prazo de retirada permanente das ruas, encerrado em 30 de junho. Al�m disso, cobraram a cria��o de outros espa�os, como feiras livres, para recoloca��o dos vendedores que trabalham fora das normas do C�digo de Posturas. Na segunda-feira um pedido formal ser� protocolado, mas a administra��o municipal j� adiantou que a fiscaliza��o ser� mantida.
Pelos planos da prefeitura, os camel�s ter�o novo endere�o a partir de ter�a-feira, quando os primeiros 250 come�am a trabalhar fora das ruas. Na quinta-feira foram sorteadas vagas em dois shoppings populares, da rede Uai, no Centro e em Venda Nova. Estavam dispon�veis 1.547 coloca��es para 1.134 ambulantes cadastrados pelo munic�pio. Do total, 871 foram sorteados para o shopping Uai O Ponto, na Avenida Padre Pedro Pinto, em Venda Nova, e os outros 676 para o Uai Centro, ao lado da rodovi�ria. As 413 oportunidades restantes ser�o, segundo a secret�ria, remanejadas entre os ambulantes que n�o ficarem satisfeitos com as vagas que receberam. Depois de credenciados, os contemplados t�m at� cinco dias para oficializar interesse na vaga, prazo que termina na sexta-feira.
No dia do sorteio, enquanto parte dos contemplados comemorava, do lado de fora do pr�dio da Belotur, onde ocorreu a sele��o, alguns ambulantes protestavam contra a ida para os centros comerciais populares, onde obras est�o a todo vapor para receber os novos comerciantes. Foram quatro dias de protesto, entre segunda e quinta-feira (veja quadro), em que houve confus�o no Hipercentro e a Pra�a Sete foi fechada v�rias vezes.
Apenas um grupo, dono dos dois shoppings, se interessou pela proposta da Prefeitura de BH de acolher temporariamente os camel�s. Eles ficar�o por quatro meses trabalhando em bancas, ao custo de R$ 1 por dia, at� a aprova��o de projeto de lei enviado pelo Executivo � C�mara Municipal para ordenar a atua��o dos ambulantes em car�ter definitivo.
FISCALIZA��O EST� MANTIDA Sobre o pedido de prorrogar a perman�ncia dos camel�s no Centro, a secret�ria Maria Caldas foi enf�tica: “A fiscaliza��o vai permanecer e as apreens�es continuar�o a ser feitas”. Sobre a proposta de cria��o de feiras livres para recoloca��o dos camel�s, apresentada novamente no encontro de ontem, ela informou que a prefeitura vai abrir 80 vagas em feiras de abastecimento e mais 700 em feiras de artesanato. Os espa�os devem estar dispon�veis neste semestre e ser�o criados obedecendo a crit�rios de processos licitat�rios.
Ainda segundo ela, apresentaram-se mais 900 pessoas, al�m das 1.134 inscritas durante o cadastramento de camel�s feito no Parque Municipal, dizendo-se ambulantes e interessadas no programa. Dessas, 700 afirmaram atuar no Hipercentro. “� improv�vel que algum camel� tenha ficado fora do cadastro, pois as equipes da prefeitura estiveram durante 30 dias nas ruas, oito horas por dia. Em algum momento eles seriam vistos. Mas alguns afirmam que n�o foram abordados ou que fugiram, com medo”, conta a secret�ria. Cada caso ser� verificado junto ao Minist�rio P�blico e, se comprovada a atua��o como camel�, poder� ser feito outro sorteio com as vagas remanescentes.
Centro de tens�es
In�cio da fiscaliza��o contra o com�rcio clandestino no Hipercentro de BH foi marcado por protestos e transtornos. Confira o dia a dia
A Pra�a Sete se torna palco de enfrentamento no primeiro dia �til ap�s o fim do prazo dado aos camel�s para deixarem o Hipercentro de BH. Sem brecha para vender mercadorias, os ambulantes reagem fechando o tr�nsito, colocando fogo em caixotes e gritando palavras contra o prefeito Alexandre Kalil (PHS). Em resposta, a Pol�cia Militar solta bombas de g�s lacrimog�neo e dispara spray de pimenta contra os manifestantes. Quinze s�o presos.

O prefeito Alexandre Kalil declara: “� uma opera��o definitiva e sem volta”. A prefeitura anuncia antecipa��o do sorteio de vagas em shoppings populares, mas manifestantes voltam a fechar cruzamentos e vias. H� atritos com fiscais, mas a PM cont�m os �nimos. Outras 10 pessoas s�o presas por incita��o � viol�ncia.

Camel�s entram no terceiro dia de protestos. Na Pra�a Sete, ambulantes d�o as m�os e fazem um abra�o simb�lico no obelisco. A prefeitura anuncia ter 1.457 vagas dispon�veis em dois centros de compras para atender a 1.134 ambulantes cadastrados.
» Quinta-feira - Dia de sorteio
Prefeitura sorteia vagas para alocar camel�s por quatro meses em shoppings populares do grupo Uai, ao custo de R$ 1 por dia. S�o 871 postos em Venda Nova e 676 no Centro. Ambulantes contr�rios � medida fazem nova manifesta��o, fecham o tr�nsito na Pra�a Sete e se concentram na Rua S�o Paulo, equina com Curitiba, contidos por contingente da PM e da Guarda Municipal. Spray de pimenta � usado por militares para dispersar o grupo.
» Sexta-feira - Mais press�o
Um grupo de seis camel�s acompanhado de advogado da Comiss�o de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), se re�ne com a secret�ria Municipal de Servi�os Urbanos, Maria Caldas, e com o procurador-geral do munic�pio, Tom�z de Aquino Resende, para pedir prorroga��o do prazo para retirada dos camel�s das ruas. A PBH mant�m a decis�o de fiscalizar e apreender mercadorias.