O direito de existir como � e ser vista foi o que levou a drag queen B�lgica, de 24 anos, � Pra�a da Esta��o, onde se concentrou a parada. � a segunda vez ela vai montada em uma manifesta��o pelos direitos dos LGBTs. “Viemos valorizar o p�blico LGBT, mostrar essa diversidade que � t�o maravilhosa. Esse � o momento em que as pessoas conseguem ser o que s�o sem medo, pois temos a parada como escudo”, afirmou B�lgica.
O estudante Matheus Andrade, de 18, conta que sofre preconceito na escola por ser gay. “Sempre tem aquelas piadinhas sem gra�a pelo fato de ser gay, bicha. Quero mostrar que eu existo e sou forte para suportar isso tudo”, afirmou. Matheus disse que a resist�ncia e o combate ao preconceito s�o o caminho para buscar mais igualdade. “Acredito que um dia conquistaremos nosso lugar em uma sociedade sem opress�o.”
INCLUS�O J� que a parada � um lugar que n�o tem preconceitos, h� espa�o at� mesmo para os heteros. � o caso da t�cnica de seguran�a do trabalho Carina Souza Pereira Nascimento, de 30, que resolveu participar por ter afinidade com o p�blico LGBT e acreditar na igualdade de direitos para todos. “Eles precisam de pol�ticas sociais inclusivas. As pessoas n�o podem ter preconceito, isso faz parte da sociedade, quem n�o gosta n�o pode estar no planeta, � todo mundo igual”, disse.
Para o coordenador da Parada, Azilton Viana, apesar das cores e purpurinas, o principal recado � mostrar a import�ncia de um grupo que ainda precisa lutar por sua cidadania. “A alegria faz parte mas � um momento de reivindica��o e visibilidade”, disse. O principal pleito, segundo Azilton, � pela aprova��o de uma lei que criminalize a homofobia, o que h� mais de 10 anos o grupo tenta e n�o consegue. “O Legislativo est� em d�bito com a comunidade. Nossas derrotas s�o todas no Congresso, por conta do fundamentalismo religioso”, reclama.
No estado, o grupo espera que a proposta de cria��o do conselho estadual LGBT, enviada pelo governador Fernando Pimentel (PT) no m�s passado � Assembleia, seja aprovada. “A gente ainda � considerado cidad�o de segunda classe, como se quis�ssemos destruir a fam�lia, h� um discurso e �dio. Por isso nossa luta para garantir cidadania”, disse.

O prefeito Alexandre Kalil (PHS), primeiro em 20 anos a participar da Parada LGBT de BH, subiu ao palco e disse que pretende transformar o evento em BH no maior do pa�s pelos direitos da popula��o LGBT, dentro dos pr�ximos quatro anos. O pol�tico, que classificou a discrimina��o de “ignor�ncia”, prometeu participar da parada todos os anos.
Kalil, por�m, n�o adiantou que pol�ticas seu governo ter�, al�m da cria��o de uma coordenadoria dos direitos da popula��o LGBT. “Vim falar que essa gente n�o faz mal a ningu�m, esse povo � bacana. Eu tenho na minha fam�lia, todo mundo tem, o que faz mal n�o � esse pessoal n�o, o que faz mal � roubar, � matar, � ser violento, n�s temos que tratar e proteger. Agora qualquer debate pol�tico sobre o assunto tem que ser no f�rum adequado. O prefeito tem a obriga��o de proteger uma popula��o que vem sendo machucada, discriminada por ignor�ncia.”
O tema da parada deste ano foi “Fam�lia e direitos: nossa exist�ncia � singular, nossa resist�ncia � plural”. Representando cada ano de mobiliza��o, 20 drag queens se revezaram no palco, que animou a manifesta��o com 19 atra��es. Da pra�a da Esta��o, o grupo desfilou pelas ruas de BH at� a Pra�a Raul Soares, onde continuaram os shows.