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Estado de Minas

Aumento de apreens�es de armas revela poder de fogo do crime em Minas

For�as policiais detectam que armamento na m�o de bandidos est� est� cada vez mais moderno, aumentando o perigo para a popula��o


07/08/2017 06:00 - atualizado 07/08/2017 07:33

Operação do Ministério Público em parceria com a PM tirou várias armas de circulação em junho(foto: Polícia Militar/Divulgação - 23/06/2017)
Opera��o do Minist�rio P�blico em parceria com a PM tirou v�rias armas de circula��o em junho (foto: Pol�cia Militar/Divulga��o - 23/06/2017)
Pistolas, submetralhadoras, rev�lveres, fuzis, armas de fogo de fabrica��o artesanal e at� mesmo imita��es circulam cada vez mais no submundo do crime em Minas Gerais, o que se reflete em grande n�mero de apreens�es pelas for�as de seguran�a p�blica no estado. Depois de registrar um per�odo de queda at� 2013, os flagrantes de armamento em poder de criminosos voltaram a crescer. Na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, que pode ser considerada a mais “quente” em termos de criminalidade no estado e concentra um quarto de todas as ocorr�ncias do tipo, o aumento foi de quase 10% entre 2014 e 2016, e de quase 12% at� 2017, considerados os cinco primeiros meses no per�odo de quatro anos (veja quadro).

Apesar de os n�meros indicarem maior intensidade no desarmamento de criminosos, autoridades em seguran�a p�blica reconhecem que a circula��o de armamento ilegal em Minas � um desafio a ser vencido. Mesmo porque, considerado todo o estado, o n�mero de apreens�es experimentou discreta queda de janeiro a maio deste ano. O movimento interrompe uma tend�ncia de alta de recolhimento de armas que vinha sendo registrada entre 2014 e 2016, intervalo em que os flagrantes subiram 7,7%.

Apesar do aspecto positivo revelado pelo volume de armas retirado de circula��o, especialistas em seguran�a p�blica alertam para uma realidade importante por tr�s dos n�meros. Coordenador do N�cleo de Estudos Sociopol�ticos da PUC Minas, Robson S�vio dos Reis reconhece que nos �ltimos tr�s anos houve maior a��o articulada das for�as policiais para combate � criminalidade, especialmente aos crimes contra o patrim�nio e homic�dios, que seguiam tend�ncia crescente. “Foram a��es com estrat�gia mais focada, que resultaram em maior apreens�o de armamento”, avalia. Mas ele alerta: “Essas apreens�es representam apenas a ponta do iceberg, porque h� um verdadeiro arsenal nas m�os das pessoas em todo o pa�s. E, em Minas, a situa��o n�o � diferente”, diz. Ele afirma que h� pesquisas que projetam 18 milh�es de armas nas m�os de brasileiros, sem nenhum tipo de controle. Outro dado importante � que 85% dos homic�dios ocorrem com uso de arma de fogo, segundo Robson S�vio.
(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)


MODERNIZA��O Em a��es policiais que resultam em apreens�es, outro aspecto tem sido observado pelas for�as policiais: diferentemente do passado, em que rev�lveres eram maioria, os artefatos recolhidos atualmente s�o cada vez mais modernos e com maior poder de fogo, por serem semiautom�ticos ou autom�ticos. A lista inclui pistolas, metralhadoras, submetralhadoras e, em alguns casos, fuzis, que entram no estado de forma clandestina, desafiando as for�as policiais. “Apesar de ainda ter rev�lver 38 e garruchas em circula��o e sendo apreendidos – especialmente nos crimes considerados ‘pequenos’ –, os infratores t�m dado prefer�ncia �s armas semiautom�ticas e, embora em menor quantidade, �s autom�ticas e tamb�m aos adaptadores, que aumentam o poder de fogo do armamento”, afirma o chefe da Sala de Imprensa da Pol�cia Militar, major Fl�vio Santiago.

Como porta de entrada no estado, as quadrilhas contam com a extensa malha vi�ria mineira, a maior do pa�s. De acordo com o delegado da Pol�cia Civil Rafael de Souza Hor�cio, “as armas de fabrica��o industrial chegam a Minas especialmente por rotas rodovi�rias, vindas de pa�ses, principalmente da Am�rica Latina, que vendem armamento de forma indiscriminada”. E, se chegam, segundo ele, “� porque tem algu�m que compra, geralmente para alimentar o tr�fico de drogas e crimes contra o patrim�nio, praticados por grupos organizados”, afirma.

Tamanha circula��o de armas ilegais torna-se, um aspecto desafiador para a seguran�a p�blica, como admitem as pol�cias Militar e Civil. O major Fl�vio Santiago chama a aten��o para que o cidad�o entenda a import�ncia das abordagens, como ocorre nas blitzes, como forma de controle do porte ilegal de armamento. “Essas opera��es n�o s�o apenas para checagem de documentos, mas para um bem maior, que � o controle da criminalidade”, explica. Ele lembra ainda a import�ncia do disque-den�ncia (n�mero 181) para recebimento de informa��es an�nimas que contribuam para retirada do arsenal ilegal das ruas.

O porta-voz da Pol�cia Militar sustenta que o aumento na apreens�o de armas em Minas � proporcional � queda de indicadores criminais no estado. Ele reitera que a maior parte dos homic�dios ocorre com uso de armas de fogo, crime que nos �ltimos anos tem registrado queda. “N�o estamos apreendendo arma de colecionador, mas sim de pessoas que cometeriam outros crimes, como assassinatos”, afirma. O refor�o nas apreens�es, afirma, � resultado de um esfor�o direcionado da PM em opera��es especializadas, no policiamento rotineiro, no geoprocessamento, no servi�o de intelig�ncia, na abordagem e no enfrentamento direto � criminalidade.

O delegado Rafael de Souza Hor�cio destaca tamb�m a redu��o do n�mero de crimes contra o patrim�nio, especialmente os roubos. Na Regi�o Central de BH, a queda foi de 9,06% no primeiro semestre deste ano, em compara��o com o mesmo per�odo do ano passado, afirma. E atingiu recuos de at� 33,99%, na Regi�o Sul da cidade. “Os crimes com armas s�o aqueles praticados com viol�ncia ou grave amea�a, como os roubos. Ent�o, o aumento da apreens�o dessas armas influi na redu��o desses crimes”, afirma. Para ele, o maior volume de apreens�es n�o significa que haja mais armas em circula��o, mas maior efetividade do trabalho integrado das pol�cias Civil e Militar.

MOTIVA��O FUTIL J� o especialista Robson S�vio, tamb�m integrante do F�rum Nacional de Seguran�a P�blica, chama a aten��o para outro problema que vai al�m das armas em poder de criminosos. “H� um grande n�mero de pessoas que t�m arma em casa e comentem crimes por motiva��o f�til”, disse. Estudos mostram, segundo ele, que 40% dos homic�dios ocorrem dessa forma, em situa��es como brigas de tr�nsito, discuss�es entre marido e mulher ou entre vizinhos.

ENQUANTO ISSO... Reflexos nos  leitos do SUS

Dados do Minist�rio da Sa�de expressam o perigo e a alta letalidade das armas de fogo no pa�s. No ano passado, em todo o Brasil foram 24.900 interna��es relacionadas a ferimentos a bala no Sistema �nico de Sa�de (SUS), n�mero 5% maior que em 2015, quando houve 23.740 interna��es desse tipo. Neste ano, de janeiro a maio, 10.691 baleados deram entrada em unidades do SUS. Em Minas Gerais, foram registrados 2.493 interna��es por esse motivo em 2015 no servi�o p�blico. Em 2016, foram 2.645 e 1.071 em 2017, at� maio. Em rela��o �s mortes provocadas por tiros, em 2015 foram registrados 41.817 �bitos no pa�s e, em 2014, 42.765. Em Minas foram 3.214 em 2015, n�mero menor que as 3.377 do ano anterior.


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