(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Iphan garante verba para segunda etapa de restaura��o da Matriz de Nossa Senhora da Concei��o

Entrega do templo cat�lico � comunidade ocorreu na sexta-feira, ap�s primeira fase da obra arquitet�nica. Recursos de R$ 4 milh�es para a segunda fase est�o garantidos


postado em 21/08/2017 06:00 / atualizado em 21/08/2017 09:03

Igreja do século 18 guarda os restos mortais de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho(foto: Edésio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Igreja do s�culo 18 guarda os restos mortais de Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (foto: Ed�sio Ferreira/EM/D.A PRESS)
Ouro Preto – De portas abertas para a comunidade e com recursos assegurados para a segunda fase de restauro. Ao entregar, na tarde de sexta-feira, a conclus�o da obra arquitet�nica da Matriz de Nossa Senhora da Concei��o, no Centro Hist�rico, a presidente do Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), K�tia Bog�a, garantiu o investimento de R$ 4 milh�es para interven��o nos elementos art�sticos do templo onde est� sepultado Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. “Vamos tirar o dinheiro de onde for, passar de um lugar para outro, mas o servi�o ser� feito, tanto que trouxemos os projetos para apresentar aqui na igreja”, afirmou a dirigente pouco antes do come�o da cerim�nia t�o aguardada pelos moradores de Ouro Preto.


A autarquia federal sofreu corte de verbas no valor de R$ 117 milh�es e a expectativa � de que o projeto executivo seja licitado at� dezembro para in�cio do trabalho. Os recursos s�o do Programa de Acelera��o do Crescimento (PAC) das Cidades Hist�ricas. Para sacramentar a obra, foi assinado um conv�nio entre a Arquidiocese de Mariana e o Iphan.

“Estamos felizes, pois a restaura��o dos elementos art�sticos � fundamental para esta igreja do s�culo 18. Trabalharam na matriz grandes artistas, entre eles Manuel Francisco Lisboa e seu filho Aleijadinho”, disse o arcebispo de Mariana, dom Geraldo Lyrio Rocha. Mesmo com o an�ncio das obras e “seguran�a total” na edifica��o, conforme assegurou o chefe do escrit�rio do Iphan em Ouro Preto, Andr� Macieira, nem t�o cedo a igreja ter� de volta as missas. “No per�odo em que o pessoal estiver conduzindo o projeto, n�o teremos celebra��es. As pessoas poder�o visitar a igreja, que estar� como um ateli� aberto, mas apenas para ver os restauradores atuando. Ser�, na verdade, um trabalho de educa��o patrimonial”, disse o titular da Par�quia de Nossa Senhora da Concei��o, c�nego Luiz Carneiro.

Entre os moradores, reinava alegria e expectativa. “Fui praticamente criado dentro da matriz. Fui batizado e coroinha”, revelou Jos� Marcelo de Souza, de 55 anos, mec�nico especializado e residente na Rua da Concei��o. Lembrando da �ltima restaura��o realizada “h� 32 anos”, Jos� Marcelo disse que os elementos art�sticos integrados da igreja, que incluem altares e forro, est�o com muito cupim. “O inseto n�o tem barreiras, ataca principalmente um patrim�nio que fica fechado. Andr� Macieira explicou que a obra civil foi terminada – “do telhado ao piso” –, depois de dois anos de interven��o, ao custo de R$ 4 milh�es, somando-se a parte el�trica e o sistema de combate a inc�ndios. Outra importante mudan�a foi a pintura nas cores originais externas, resgatadas por meio de prospec��es crom�ticas, iconografia hist�rica e no relato dos antigos moradores. Na segunda etapa, ser� executada descupiniza��o do interior do templo constru�do em 1727. “Os elementos art�sticos s�o de grande qualidade”, disse Macieira.

DOCUMENT�RIO
A cerim�nia, marcada pela alegria e emo��o, teve apresenta��o do Coral Canto Crescente, grupo formado por jovens de escolas p�blicas e bra�o social do Museu do Orat�rio, administrado pelo Instituto Cultural Fl�vio Gutierrez, conforme contou com orgulho a presidente da entidade, Angela Gutierrez. Os presentes � cerim�nia assistiram ainda � exibi��o do document�rio Esperando Concei��o, produzido pela jornalista Lidiane Andrade com a comunidade da par�quia e objeto de mestrado profissional em preserva��o do patrim�nio cultural, do Iphan. “Nossa ansiedade � grande para ter de volta o templo com atividades religiosas e culturais”, afirmou a moradora Deolinda Alice dos Santos, de 68, toda satisfeita por ter cuidado do jardim em frente � igreja conhecida como Matriz de Ant�nio Dias e um dos expoentes da cidade, que � patrim�nio da humanidade, t�tulo concedido em 1980 pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e Cultura (Unesco).

Uma das mais antigas igrejas de Minas e tamb�m uma das maiores em tamanho e suntuosidade, a matriz foi tombada isoladamente pelo Iphan em 1939. O templo foi uma das a��es selecionadas para receber os investimentos do PAC Cidades Hist�ricas, que tamb�m restaurou os chafarizes do Centro Hist�rico de Ouro Preto e prev� ainda a execu��o de outras 13 a��es no munic�pio.

HIST�RIA Segundo estudos, a hist�ria da matriz come�a por volta de 1699, quando foi elevada, a mando do bandeirante Ant�nio Dias, uma ermida dedicada a Nossa Senhora da Concei��o. Em 1705, instituiu-se a primitiva matriz, sofrendo provavelmente modifica��es e acr�scimos para se adaptar � nova fun��o. O r�pido crescimento da popula��o do antigo Arraial de Ant�nio Dias fez com que os moradores, em 1711, exigissem a constru��o de um novo templo, o que ocorreu em 1724.

Em 1727, foi iniciada a constru��o da atual matriz, cujo projeto � atribu�do a Manuel Francisco Lisboa. Os trabalhos iniciados antes da Matriz do Pilar seguiram em ritmo mais lento at� 1756, quando se inicia a talha da capela-mor e posteriormente as obras de pintura e douramento. Os altares da nave s�o bem mais antigos, podendo incluir, como no caso da Matriz do Pilar, pe�as remanescentes da primitiva. A decora��o interna da nave � atribu�da tamb�m ao pai de Aleijadinho. J� a talha da capela-mor � atribu�da a Jer�nimo F�lix Teixeira e Felipe Vieira, disc�pulos de Noronha e Xavier de Brito, da� sua afinidade com a Matriz do Pilar.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)