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Estado de Minas

Tr�s desafios que a Pampulha, patrim�nio h� um ano, ainda tem que vencer

Aumento no n�mero de visitantes acompanha problemas que precisam ser enfrentados. Veja a seguir os principais


postado em 09/07/2017 06:00 / atualizado em 09/07/2017 08:30

Praça Dino Barbieri, entre o parque Guanabara e a Igreja São Francisco de Assis, está em pé de igualdade com a igrejinha no título da Unesco(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Pra�a Dino Barbieri, entre o parque Guanabara e a Igreja S�o Francisco de Assis, est� em p� de igualdade com a igrejinha no t�tulo da Unesco (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Prote��o �s pra�as

Os canteiros de flores e jardins projetados por um dos mestres do paisagismo nacional, Roberto Burle Marx, fizeram com que a Pra�a Alberto Dalva Sim�o, no Bairro S�o Luiz, tamb�m conhecida como Pra�a de Iemanj�, integrasse o conjunto do patrim�nio cultural da humanidade pela Organiza��o das Na��es Unidas para a Educa��o, a Ci�ncia e a Cultura (Unesco). Contudo, um ano depois de esse t�tulo ser concedido, o espa�o que para a Unesco est� em p� de igualdade com a Igreja de S�o Francisco de Assis e a vizinha Casa do Baile, por exemplo, se tornou banheiro para a popula��o de rua, lixeira para transeuntes e um alvo de ataques de v�ndalos e pichadores.

Para a diretoria do Patrim�nio Cultural da Pampulha, a divulga��o de que as pra�as Alberto Dalva Sim�o e tamb�m a Dino Barbieri (em frente a igrejinha) fazem parte do patrim�nio pode atrair mais pessoas para os espa�os, inibindo assim os ataques sofridos pelos espa�os p�blicos. “Quando a igrejinha foi pichada a cidade ficou estarrecida, mas as pra�as s�o depredadas e pichadas e ningu�m se importa, sendo que s�o patrim�nios da mesma forma. Pedimos para a Guarda Municipal ter uma aten��o especial l�, mas isso ainda � um dos efeitos de poucas pessoas as frequentarem, pois onde h� aus�ncia de pessoas temos um terreno f�rtil para a��es negativas”, considera o diretor do Conjunto Moderno da Pampulha, Gustavo Mendicino.

Praça Alberto Dalva Simão, também conhecida como Praça de Iemanjá, afasta turistas com estado de depredação e pichação (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Pra�a Alberto Dalva Sim�o, tamb�m conhecida como Pra�a de Iemanj�, afasta turistas com estado de depreda��o e picha��o (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Algumas pessoas at� tentam frequentar a Pra�a Dalva Sim�o, mas o mau cheiro dos jardins e o encontro com excrementos tornam a visita extremamente desagrad�vel. “N�o d� para ficar muito aqui, o cheiro incomoda demais, chega a ser pior que o da lagoa”, reclama o advogado Bruno Medeiros, de 27 anos, que costuma se exercitar enquanto corre pela orla da lagoa. No centro da pra�a h� uma p�rgula, que � um caramanch�o de concreto, com beiras de onde deveriam pender trepadeiras e arma��es para que esses vegetais possam formar uma cobertura. Contudo, as plantas foram arrancadas e parte das estruturas quebradas. As fontes est�o aterradas e tamb�m servem de banheiro para pessoas em situa��o de rua.

Na Pra�a Dino Barbieri, a conserva��o � maior devido � presen�a da Guarda Municipal, sobretudo por causa da Igreja de S�o Francisco de Assis. Ainda assim, os banheiros p�blicos do subsolo que est�o fechados foram arrombados e depredados. O coreto central tamb�m precisar� ser demolido para que a estrutura volte a ter os contornos do desenho original de Oscar Niemeyer. Outra estrutura que dever� ser removida para se adequar ao concebido inicialmente � a guarita da Casa do Baile.

O puxadinho

Anexo visto da Igrejinha da Pampulha, na orla da lagoa(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press - 15/02/2016)
Anexo visto da Igrejinha da Pampulha, na orla da lagoa (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press - 15/02/2016)
As duas interven��es s�o consideradas obras simples pela diretoria do conjunto, perto do acerto que ainda precisa ser feito com o Iate T�nis Cube para a demoli��o do edif�cio anexo que o clube construiu anos depois de o projeto de Niemeyer ter sido finalizado. Segundo o diretor do conjunto, a exig�ncia da Unesco � que uma solu��o seja indicada dentro de tr�s anos. “O anexo tem de ser demolido e o ser�, o Minist�rio P�blico trata esse assunto com todo rigor e n�s temos procurado uma forma de o Iate lucrar com o patrim�nio e n�o apenas ter preju�zo”, afirma Mendicino.

Uma das tentativas de ajudar o clube a obter uma renda para compensar a perda do espa�o foi a cess�o da marca da Pampulha e uma proposta de comercializa��o de suvenires. “Queremos propor tamb�m a inclus�o do Iate no roteiro dos receptivos tur�sticos, que t�m interesse em levar pessoas para os sal�es onde h� obras de grande valor cultural, assinadas por Portinari e Burle Marx. A pr�pria posi��o de patrim�nio pode se reverter em um aumento de associados para o clube”, pondera. O clube foi procurado, mas n�o retornou � reportagem para se posicionar sobre a quest�o.

A polui��o

Sujeira na lagoa da Pampulha. Na foto, orla da lagoa poluída, nas boias de contenção, em frente ao nº 14780.(foto: Clovelino Maia/EM/D.A Press)
Sujeira na lagoa da Pampulha. Na foto, orla da lagoa polu�da, nas boias de conten��o, em frente ao n� 14780. (foto: Clovelino Maia/EM/D.A Press)
Uma outra grande preocupa��o � quanto ao espelho d’�gua da lagoa, que, apesar de ainda se mostrar polu�do, com ac�mulo de lixo nos remansos, mau cheiro muito forte t�pico de esgoto e a flora��o de algas trazendo um aspecto denso e verde para a �gua, apresentou melhoria da qualidade, segundo a Superintend�ncia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). As obras de despolui��o foram iniciaradas em mar�o de 2016 pelo Cons�rcio Pampulha Viva, com investimentos de cerca de R$ 30 milh�es, consistindo na aplica��o de produtos qu�micos e biol�gicos para a degrada��o de mat�ria org�nica, a desinfec��o de coliformes fecais, a redu��o das concentra��es de f�sforo e o controle da flora��o de algas. “A aplica��o dessas t�cnicas teve como meta a recupera��o da qualidade da �gua da lagoa ao n�vel dos padr�es de Classe 3, de acordo com a Resolu��o Conama 375, de 2005, e com a Delibera��o Normativa Copam/CERH/001-08, possibilitando o uso da lagoa para a recrea��o de contato secund�rio (esportes n�uticos/remo, canoagem etc.) e a pesca amadora”, informou a Sudecap por meio de nota.

Apropria��o dos espa�os Um portal do patrim�nio cultural est� sendo desenvolvido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para servir como ferramenta de informa��es para turistas e visitantes, contendo detalhes sobre as atra��es da Pampulha e com o calend�rio de eventos constando desde as corridas a festas como o r�veillon. Um aplicativo para smartphones tamb�m est� na mira da diretoria do conjunto moderno, aos moldes do que foi desenvolvido pela Prodabel para o carnaval. Tudo isso faz parte de um esfor�o de tornar a Pampulha mais popular. “Agora, um ano ap�s o decreto de patrim�nio da humanidade, o pr�ximo passo � a apropria��o dos espa�os da Pampulha pelos belo-horizontinos. Os monumentos da Pampulha de certa forma intimidavam algumas pessoas, que achavam que n�o eram espa�os para elas. Esse interesse aumentou e a prova disso � o aumento das visita��es”, afirma o diretor do conjunto, Gustavo Mendicino. “Vamos fazer mais a��es visando a quem � daqui (de Belo Horizonte) do que quem � de fora. Unindo essa nossa grande diversidade: temos os esportes no Mineir�o e Mineirinho, que conta com o Museu do Futebol, um circuito gastron�mico j� reconhecido, clubes e muitos espa�os que recebem eventos esportivos, de food truks etc.”, cita.

Outra estrat�gia que j� come�ou na Casa do Baile para fazer com que mais pessoas fiquem nas edifica��es que s�o patrim�nio � trazer atra��es culturais e instalar centros de conviv�ncia como caf�s. Nos dias 29 e 30 deste m�s e 5 e 6 de agosto, ser�o abertas gratuitamente inscri��es para oito viagens tur�sticas guiadas e l�dicas numa jardineira antiga que atualmente roda pela orla. S�o passeios de tr�s horas de dura��o, para 20 pessoas, com m�dia de 30 minutos de perman�ncia nas atra��es.


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