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Estado de Minas

Mulher mantida sob c�rcere vivia com um c�o e comia terra e fezes

V�tima, que � autista, ficava trancada em um terreno no Bairro Goi�nia, Regi�o Nordeste de BH. Situa��o era sustentada pelo pr�prio pai e durava cerca de um ano


postado em 21/08/2017 13:21 / atualizado em 21/08/2017 15:52

“Ela estava igual a um cachorro, que voc� vai l�, p�e comida e deixa preso. O pr�prio cachorro ainda tinha a liberdade de sair para dar uma volta e a mulher n�o.” Essa foi a descri��o usada pela Pol�cia Civil nesta segunda-feira para explicar a forma como vinha sendo mantida uma mulher autista de 39 anos, v�tima de sequestro e c�rcere privado h� cerca de um ano, em Belo Horizonte. O autor do crime era o pr�prio pai dela que, ap�s o in�cio de uma rela��o est�vel com a atual mulher, passou a trancar a filha em um terreno que funcionava como estacionamento de ve�culos. No local, no Bairro Goi�nia, Regi�o Nordeste da capital, a pol�cia constatou que ela tinha como companhia um cachorro, recebia alimenta��o jogada pelo muro em potes de sorvete e at� comia terra e as pr�prias fezes.

Jos� Tom� da Cruz, de 61 anos, e sua companheira, Vera L�cia da Cruz, de 47, foram presos. Ele foi levado para o Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Gameleira, em BH, e ela est� encarcerada no pres�dio de S�o Joaquim de Bicas, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o delegado Rodolfo Rabelo Alves, da 4ª Delegacia Leste, os dois v�o responder pelo crime de sequestro e c�rcere privado qualificado, j� que a v�tima tem rela��o de parentesco com o agressor e o c�rcere � superior a 15 dias.

Segundo o delegado, a pol�cia chegou at� o caso por meio de den�ncia de vizinhos e, em dois dias de observa��es e filmagens no local p�de constatar o crime contra a mulher que n�o fala e estava em situa��o degradante. “Recebemos a informa��o que teria uma mo�a que era mantida em c�rcere em um lote, junto com um animal. Fomos ate o im�vel onde foi poss�vel ver essa situa��o. Vimos que um homem ia l�, dava alimento para ela e a deixava sozinha e durante o dia. No lote, ela urinava no ch�o, onde tamb�m fazia suas necessidades, comia terra e comia fezes. E no per�odo noturno, ela era trancada em um c�modo e s� era solta na parte da manh�”, explica o delegado.

José Tomé da Cruz, de 61 anos, pai da vítima, alega que a mantinha no terreno porque ela dava muito trabalho, sujava a casa e ele não tinha condições de manter uma pessoa para tomar conta dela(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Jos� Tom� da Cruz, de 61 anos, pai da v�tima, alega que a mantinha no terreno porque ela dava muito trabalho, sujava a casa e ele n�o tinha condi��es de manter uma pessoa para tomar conta dela (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
O pai dela foi apresentado � imprensa na manh� desta segunda-feira. De acordo com as primeiras informa��es da investiga��o, o transtorno mental da v�tima foi o principal motivo para a a��o criminosa do casal. “Apuramos, na fase preliminar, que ela morava com o pr�prio investigado, em uma quitinete, e ap�s ele ter se unido com a outra investigada, a v�tima foi colocada por eles nesse im�vel. A situa��o dela passou a ser muito degradante a partir desse momento”, afirma o delegado.

Segundo o policial, a situa��o era tratada pelos suspeitos como normal. “Ele fala que estava cuidando dela e que ela dava muito trabalho, suja a casa e ter que tinha que ter muita paci�ncia com ela”, disse Rodolfo. O pai tamb�m informou � pol�cia que n�o tinha condi��es de manter uma pessoa fixa para tomar conta da filha e que “achou mais seguro mant�-la com os carros e o cachorro durante o dia e, � noite, tranc�-la”.

A v�tima foi encaminhada ao Centro de Refer�ncia em Sa�de Mental (Cersam) Nordeste, unidade da rede do Sistema �nico de Sa�de de BH (SUS-BH) onde seria atendida e medicada. Posteriormente, ela ser� entregue �s tr�s irm�s que, segundo a pol�cia, tinha ci�ncia da situa��o, mas n�o podiam intervir j� que o pai era o tutor e decidia sobre a situa��o.


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