
A Pol�cia Militar Rodovi�ria aumentou a fiscaliza��o no Anel Rodovi�rio de Belo Horizonte e dobrou a m�dia di�ria de autua��es emitidas contra infratores no confronto entre os dois �ltimos anos completos. Em 2015, quando 11.206 autua��es foram registradas, a m�dia di�ria foi de 30,7. Em 2016, ap�s 25.166 ocorr�ncias, o indicador subiu para 68,9.
O balan�o de 2017 � parcial. De janeiro a julho ocorreram 13.450 autua��es, com m�dia di�ria de 63,44. Embora a corpora��o n�o tenha detalhado as modalidades das infra��es, chama a aten��o a quantidade de carteiras de habilita��o recolhidas. Foram 212 somente este ano. Em sete meses, o balan�o � maior do que o total de documentos recolhidos ao longo de todo o ano de 2016 (204 documentos).
Um dos condutores que n�o poderiam trafegar pelo Anel foi o motorista do caminh�o que causou o �ltimo grave acidente, em 18 de agosto. J�lio C�sar Pereira de Faria, de 38 anos, que morreu no desastre, s� tinha permiss�o para dirigir carros e motos. O caminh�o, que estava com gal�es de �gua, perdeu o freio na descida do Bet�nia e atingiu uma carreta bitrem. Esta, por sua vez, arrastou 10 ve�culos. “Aumentamos a fiscaliza��o, o que ajuda a impedir acidentes. Boa parte (dos desastres) tamb�m se deve � imprud�ncia de motoristas”, constatou o tenente Pedro Barreiro, respons�vel pelo policiamento no corredor mais movimentado de BH.
O oficial concedeu entrevista ao EM no fim da descida do Bairro Bet�nia, na Regi�o Oeste da capital, onde um companheiro de farda, em poucos minutos, flagrou v�rios infratores. Todos foram autuados e ser�o notificados. Uma infra��o comum na via envolve caminhoneiros que trafegam pela pista da esquerda. A infra��o, considerada de gravidade m�dia, resulta em multa de R$ 85,20.
Os acidentes mais graves no corredor envolvem ve�culos de carga. Em maio de 2015, o condutor de uma carreta perdeu o controle da dire��o e atingiu 10 ve�culos no mesmo trecho do Bet�nia, sentido Vit�ria. Uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas.
Foi tamb�m na descida do Bet�nia que o vendedor Hermesson Fran�a Santos, de 40 anos, perdeu dois amigos. Em janeiro do ano passado, um caminh�o desgovernado passou por cima da van em que estavam os primos Fabiano da Luz, de 28, e Alexsandro Evangelista, de 39. “Foi muito dolorido”, lamentou Hermesson.
A trag�dia destruiu os sonhos dos primos, que moravam no Bairro Jardim Vera Cruz, em Contagem, na Regi�o Metropolitana de BH. Fabiano, que � �poca deixou um filho de 7 anos, come�aria a construir uma casa no m�s seguinte. J� Alexsandro tinha tr�s filhos (de 15, 5 e 3 anos). Por ironia, ele havia deixado o emprego de caminhoneiro por temer o perigo nas estradas.
O tenente Pedro Barreiro explica que nem sempre o maior n�mero de acidentes ocorre no trecho do Bairro Bet�nia, mas, certamente, quando ocorrem, s�o os mais graves. A maioria dos desastres � atribu�da pela pol�cia � imprud�ncia dos condutores. No caso dessa descida, acrescenta o oficial, h� o agravante de ser um trecho de seis quil�metros em declive.
