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Estado de Minas

Fogo em �reas de vegeta��o leva perigo aos combatentes

Combate a inc�ndios florestais que se multiplicam em Minas submete bombeiros e brigadistas a sofrimento, desgaste e at� amea�a � vida


postado em 05/09/2017 06:00 / atualizado em 05/09/2017 07:47

Brigadistas na Serra do Rola-Moça: risco à saúde na linha de frente contra as chamas(foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Brigadistas na Serra do Rola-Mo�a: risco � sa�de na linha de frente contra as chamas (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
Calor que pode atingir 200°C com a proximidade das chamas e a exposi��o ao Sol. Trabalho que pode durar at� 12 horas em meio a fuma�a e ventos fortes. O resultado dessa rotina de castigos e riscos a que est�o submetidos bombeiros e brigadistas no combate a inc�ndios florestais podem ser problemas respirat�rios, aumento da temperatura corporal e at� queimaduras de segundo grau.

O trabalho � �rduo e requer for�a e preparo, tanto f�sico quanto mental. Nesta �poca do ano, a mistura da baixa umidade e o forte calor complica ainda mais a situa��o dos bombeiros e brigadistas. “A temperatura mais elevada testa a resist�ncia dos combatentes, que sofrem estresse t�rmico. A exposi��o a uma temperatura muito alta por um longo per�odo aumenta a temperatura corporal, que, ao chegar a 39 graus, j� representa risco”, explicou o tenente Pedro Aihara, da Assessoria de Comunica��o Organizacional do Corpo de Bombeiros.

A exposi��o dos militares � ainda maior em inc�ndios florestais, pois eles n�o fazem o uso de equipamentos de seguran�a como ocorre quando atuam em ocorr�ncias em �reas urbanas. “N�o d� para usar os equipamentos. Por isso, dependendo do local onde o combatente estiver, vai ficar exposto a uma temperatura de 80°C a 200°C. Isso pode acontecer em cerca de cinco minutos perto das chamas e j� provoca queimaduras de segundo grau”, completou Aihara. “Al�m disso, as �reas atingidas s�o bem grandes. Os agentes ficam oito horas combatendo, at� mais. Nessa situa��o, pensar que 99% das queimadas se devem a causa humanas � revoltante”, criticou.

A alta temperatura n�o � o �nico dificultador. Com a baixa umidade do ar, os combatentes est�o sujeitos ao ressecamento das vias a�reas, problemas respirat�rios e al�rgicos, sinusites, rinites, e sangramentos nasais. “O terceiro e �ltimo complicador � o vento. Especialmente nas regi�es em que acontecem os inc�ndios florestais em serra, h� mudan�a repentina dos ventos e a velocidade � muito grande. A fuma�a � direcionada para onde est�o os bombeiros, que sofrem risco de intoxica��o por mon�xido de carbono e podem acabar desmaiando”, completou o tenente.

Tempo seco ajuda Se depender das estat�sticas dos �ltimos 30 dias, brigadistas e bombeiros ter�o trabalho pela frente. Segundo o diretor de Combate a inc�ndios Florestais da Secretaria de Meio Ambiente, Rodrigo Bueno Belo, a estiagem e a baixa umidade t�m contribu�do para o aumento das ocorr�ncias, principalmente em agosto. Por�m as queimadas est�o fora das zonas cr�ticas. “A gente tem algumas regi�es muitos problem�ticas, como a de Diamantina, o Vale do Jequitinhonha em geral e o extremo Norte, em que neste ano n�o temos grande incid�ncia de focos. No Sul do estado tamb�m est� tranquilo. Mas o que est� realmente destoando s�o as ocorr�ncias no Tri�ngulo, Regi�o Centro-Sul e regi�o Metropolitana de BH”, disse Belo.

O diretor pede colabora��o da popula��o para evitar mais ocorr�ncias. “Investimos na contrata��o de avi�es e em outros recursos. Mas se n�o houver mudan�a no cen�rio, ficamos cada vez mais limitados. Temos que entender que a popula��o � a maior prejudicada. � o dinheiro dela sendo gasto e o meio ambiente, destru�do”, completou.

Focos tamb�m na �rea urbana


O fogo que consome a vegeta��o em Minas Gerais tamb�m avan�a pela �rea urbana. Ontem, moradores da Regi�o da Pampulha sofreram com as chamas que come�aram em uma �rea de mata no Bairro Engenho Nogueira. As labaredas se aproximaram de casas e espalharam medo entre fam�lias. J� em Nova Lima, na Grande BH, um inc�ndio destruiu aproximadamente mil ve�culos em um p�tio do Detran. O foco chegou a amea�ar moradias vizinhas.

No Bairro Engenho Nogueira, o medo come�ou ainda na madrugada de ontem, com a queimada que atingiu uma �rea verde perto do c�mpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O fogo foi identificado por volta das 3h na Rua Desembargador Paula Mota, pr�ximo ao n�mero 1.083. Por causa da vegeta��o seca o inc�ndio se espalhou rapidamente e tomou grandes propor��es.

Moradores de uma casa da regi�o filmaram a aproxima��o das labaredas do im�vel. No v�deo, � poss�vel ver as chamas pr�ximas a um muro. Os ventos fortes dificultaram os trabalhos dos bombeiros, que foram at� a casa para evitar que fosse atingida.

A economista Maria Ang�lica Martins, de 45 anos, moradora do bairro, disse que uma rede de mobiliza��o foi feita para que as crian�as que estavam pr�ximas ao inc�ndio ficassem protegidas da fuma�a. “A rua inteira ficou mobilizada e os pr�dios foram evacuados. Alguns vizinhos, que moravam um pouco mais longe, ligaram oferecendo cuidados �s crian�as”, contou. “A minha casa est� com cheiro de fuma�a. Mesmo fechando as frestas das janelas”, concluiu.

O fogo se alastrou pela mata e chegou at� o Bairro Castelo. At� o fechamento desta edi��o, os militares ainda trabalhavam para conter as chamas.
Pátio do Detran em Nova Lima atingido por incêndio que se suspeita ser criminoso: bombeiros estimam que cerca de mil veículos tenham sido destruídos pelas chamas(foto: Túlio Santos/EM/DA Press)
P�tio do Detran em Nova Lima atingido por inc�ndio que se suspeita ser criminoso: bombeiros estimam que cerca de mil ve�culos tenham sido destru�dos pelas chamas (foto: T�lio Santos/EM/DA Press)

NOVA LIMA As causas do inc�ndio no p�tio do Detran ainda ser�o investigadas, mas a suspeita � de que ele tenha sido criminoso. As chamas come�aram por volta das 15h, no im�vel da Rua Jos� Agostinho. “Vizinhos afirmaram que ouviram uma explos�o e que depois avistaram dois focos. Mas n�o souberam precisar o que teria causado”, explicou o tenente Andr� Vinte, do Corpo de Bombeiros que participou do combate.

Um grande aparato foi mobilizado para conter as chamas. Participaram dos trabalhos 10 militares dos bombeiros, 10 guardas civis, quatro policiais militares e funcion�rios da prefeitura. A administra��o municipal tamb�m cedeu cinco caminh�es-pipa e um de combate a inc�ndio.


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