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Estado de Minas

Fogo no Parque da Serra do Rola-Mo�a custou meio milh�o aos cofres p�blicos

Em apenas tr�s dias, inc�ndio na unidade da Grande BH consumiu R$ 521 mil s� em aeronaves e alimenta��o de equipes, sem contar gastos que n�o podem ser mensurados


postado em 06/09/2017 06:00 / atualizado em 06/09/2017 07:38

Com as chamas contidas após três dias de combate, Instituto Estadual de Florestas começa a dimensionar dano ambiental(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Com as chamas contidas ap�s tr�s dias de combate, Instituto Estadual de Florestas come�a a dimensionar dano ambiental (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS)
Os danos gerados pela ocorr�ncia de grandes inc�ndios durante a temporada de seca s�o imensur�veis, com limita��o de fontes de �gua, destrui��o da fauna e da flora e deteriora��o do solo nos locais atingidos. Mas, se fica dif�cil estimar o tamanho do preju�zo ao meio ambiente, o trabalho para conter as chamas – que na maioria das vezes s�o causadas pela a��o do homem – custa dinheiro que poderia ser investido em outras �reas.

Na �ltima grande ocorr�ncia do tipo, que consumiu grande parte da �rea do Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a e de seu entorno, na Grande BH, o governo de Minas gastou em apenas tr�s dias mais de meio milh�o de reais. Trata-se de uma estimativa conservadora, que considera apenas gastos com quatro avi�es, um helic�ptero e alimenta��o de combatentes, n�o computando despesas como a mobiliza��o de bombeiros,  brigadistas e de caminh�es e viaturas a servi�o da corpora��o.


Depois de um combate intenso e em v�rias frentes, ontem as chamas que fizeram arder por tr�s dias a �rea verde foram controladas por 77 bombeiros e 13 brigadistas, em um trabalho intenso que come�ou ainda de madrugada, �s 4h. O enfrentamento ocorreu sobre 20 focos, com o suporte das aeronaves despejando �gua sobre a �rea que queimava, e durou at� o fim da manh�. Terminada essa opera��o de rescaldo, a �rea total queimada ser� contabilizada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), mas s� o espa�o de atua��o dos bombeiros e brigadistas abrangeu 900 hectares. O fogo consumiu �reas delimitadas pela estrada de acesso a Casa Branca, distrito de Brumadinho, o Bairro Jardim Canad�, em Nova Lima, e o Condom�nio Retiro das Pedras, tamb�m em Brumadinho (veja mapa).

Uma mancha escura de cinzas e canelas-de-ema estorricadas foi o cen�rio deixado pelo fogo nos montes e vales de vegeta��o predominante de cerrado. A cada lufada de vento, uma mistura de poeira se desprendia do solo desprotegido e, junto a montes de cinzas, formava redemoinhos de detritos, abrindo caminho para futuras eros�es. “Foi um emprego vigoroso de pessoal e de recursos para controlar danos criminosos, j� que apenas 1% dos focos de inc�ndio florestal se devem a fatores naturais”, afirma o comandante operacional do Corpo de Bombeiros, coronel Erlon Botelho.

A maior parte dos recursos gastos foi empenhada em avi�es, que jogam no m�ximo 3 mil litros de �gua sobre as chamas, dando apoio significativo aos combatentes que agem em solo. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustent�vel (Semad) tem contrato que permite o uso de at� 10 aeronaves simultaneamente, sendo que quatro trabalharam de forma coordenada para apagar o inc�ndio do Rola-Mo�a, desde o domingo at� ontem. O contrato prev� o pagamento sobre o tempo de uso.

(foto: Arte/EM)
(foto: Arte/EM)
A estimativa da Semad � de que seis horas tenham sido cumpridas por avi�o a cada dia, o que significa a necessidade de pagamento por 24 horas di�rias de voo. Como o custo m�dio da hora dos avi�es com capacidade para 1,5 mil e 2 mil litros de �gua, modelos que foram usados no Rola-Mo�a, � estimado em R$ 5.713, isso significa que a Semad gastou cerca de
R$ 411,4 mil s� com o aluguel dessas aeronaves, do modelo Air-Tractor.

Um helic�ptero da Semad tamb�m foi usado, cumprindo jornada semelhante. A diferen�a � que ele � menos empregado no lan�amento de �gua, sendo mais �til para transportar alimenta��o e equipes para locais de dif�cil acesso, al�m de fazer varreduras para avalia��o das �reas queimadas. Nesse caso, s�o mais R$ 104,4 mil, j� que a hora de voo de um helic�ptero gira em torno de R$ 5,8 mil. A reportagem do Estado de Minas tamb�m apurou que entre domingo e ontem foram adquiridas 524 refei��es, entre almo�os e lanches, para o pessoal em combate.

Na segunda-feira, por exemplo, o combate �s labaredas chegou a contar com um efetivo de 200 pessoas, entre bombeiros e brigadistas. Al�m disso, 11 profissionais contratados diretamente pelo estado para a temporada de seca atuaram diretamente no inc�ndio do Rola-Mo�a, sendo que 10 deles recebem R$ 1,2 mil por m�s por um per�odo de quatro meses e um recebe R$ 2,4 mil, por ser o l�der do grupo.

DINHEIRO EM V�O
O diretor do Previnc�ndio, for�a-tarefa coordenada pelo governo de Minas para combater os inc�ndios na temporada da seca, Rodrigo Belo, destaca que outros custos entram nessa conta, mas s�o mais dif�ceis de mensurar, como a hora de trabalho de muitos profissionais que s�o contratados por empresas privadas, combust�vel usado em viaturas, entre outros. “O certo � que o valor gasto em combate a inc�ndio n�o traz nada de avan�o, � simplesmente para tentar manter a unidade de conserva��o no patamar em que ela est�”, afirma o diretor.

Ele lembra que os valores levantados pela reportagem dizem respeito a apenas uma ocorr�ncia, indicando que a verba normalmente usada em todo o estado para o per�odo de seca � ainda maior. O contrato para uso dos avi�es foi feito em 2016 e, como sobraram horas de voo dentro do limite m�ximo de R$ 14 milh�es dispon�vel para emprego com esse fim, a Semad ainda disp�e de R$ 11,7 milh�es para o combate a�reo a inc�ndios at� o fim do per�odo seco. “� importante que a gente n�o tenha ocorr�ncias e isso est� na m�o da sociedade. O h�bito de colocar fogo em qualquer lugar precisa mudar”, diz Belo.

Reconhecimento

O governador Fernando Pimentel esteve no fim da tarde ontem no Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a, reconhecendo o empenho de bombeiros e brigadistas no combate ao inc�ndio na �rea. Pimentel destacou que ser�o feitos investimentos em equipamentos para evitar ocorr�ncias desse tipo nos pr�ximos anos. O governador esteve no parque acompanhado do chefe do Gabinete Militar e coordenador da Defesa Civil, coronel Fernando Arantes, e do comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Cl�udio Souza.

O governador Fernando Pimentel esteve na tarde desta terça-feira no Parque do Rola-Moça e reconheceu o trabalho de bombeiros e brigadistas para conter o fogo (foto: Manoel Marques/Divulgação)
O governador Fernando Pimentel esteve na tarde desta ter�a-feira no Parque do Rola-Mo�a e reconheceu o trabalho de bombeiros e brigadistas para conter o fogo (foto: Manoel Marques/Divulga��o)


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