
A den�ncia de uma m�e de Belo Horizonte que teve o filho, com defici�ncia, deixado na escola enquanto o restante da turma dele foi ao cinema tem causado indigna��o, principalmente, nas redes sociais. Adriane Cruz, de 41 anos, que presidente da Associa��o M�es que Informam (AMI), em desabafo compartilhado por mais de 6 mil pessoas, conta que esta n�o � a primeira vez que isso acontece com o menino, de 9 anos, que tem paralisia cerebral, e que ele sempre � deixado de lado das atividades.
“Hoje vendo meu filho chegar da escola n�o tive como n�o chorar. Toda a turminha da escola foi ao cinema, meu filho ficou de 07:00 as 11:20, circulando no corredor da escola com o auxiliar de apoio dele”, postou. O caso ocorreu na Escola Municipal Monsenhor Jo�o Rodrigues de Oliveira, no Bairro S�o Geraldo, Leste da capital. O caso ocorreu no in�cio deste m�s.
Ainda de acordo com Adriane, para o menino foi dado apenas um bal�o como “pr�mio de consola��o”. O argumento para a exclus�o do garoto, quase sempre, segundo ela, est� ancorado na dificuldade dos profissionais em saber qual ser� a rea��o dele.
Segundo Adriane, o menino tem uma defici�ncia que causa nele uma irritabilidade neurol�gica, por isso, ele acaba tendo pouca paci�ncia e, por vezes grita dentro da sala de aula, o que seria usado como justificativa para que ele, no cotidiano da vida escolar, n�o permane�a dentro da sala de aula. “Ele fica circulando pela quadra, pela biblioteca com o cuidador dele. Na escola ele n�o faz nada e nem traz atividade para fazer em casa”, lamenta.
A m�e do garoto afirma que ele tem no conv�vio familiar oportunidades de frequentar cinema e outras atividades culturais. Mas, ela lamenta que seja negado a ele a possibilidade de ter essa conviv�ncia em outro ambiente com crian�as da sua idade e outras pessoas.
“Como ele vai aprender a ir ao cinema, como vai aprender a controlar suas emo��es se a escola n�o lhe fornece os outros temperos, comigo o Jo�o vai ao cinema, dan�a no palco, entra na �gua fria, rola no ch�o. Mas aqui � a casa dele, o reino dele, tem o tempero do amor, tem minha condi��o � uma a��o familiar, a introdu��o da vida social com olhares e avalia��es diferentes ocorrem na escola, n�o desisto, mas me sinto muito cansada”, desabafou.
Adriane conta que desde que tinha 1 ano de idade o menino frequenta o ambiente escolar e que sempre existiram problemas e, por isso, muitas trocas de unidade. A escola atual ele frequenta desde este ano, ap�s mais uma troca.
Contudo, a mulher diz n�o ter problemas ou culpar a dire��o da escola Monsenhor Jo�o Rodrigues de Oliveira. Segundo ela, o problema maior est� no sistema de ensino que maquia a real inclus�o e torna, inclusive os profissionais que tem que lidar com alunos em situa��o de cuidados especiais, ref�ns de uma f�rmula que n�o funciona.
"N�o tenho nada contra a escola a ou os professores. O problema e a secretaria que n�o criou um projeto de qualidade e n�o classificou da forma correta o plano de educa��o. S�o gastos cerca de R$ 15 mil por m�s com os alunos. Mas com o qu�? � necess�rio gastar esse dinheiro de uma forma melhor”, questionou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educa��o que, assim que foi informada do ocorrido, realizou reuni�o com a escola e a m�e do menino para esclarecer os fatos e “garantir que esse fato n�o se repita”.
A secretaria afirma que atualmente s�o atendidos cerca de cinco mil alunos com defici�ncia na rede municipal que s�o atendidos por v�rias atividades de inclus�o e que todos s�o acompanhados por monitores, treinados para a fun��o. Al�m disso, os professores passam por forma��es e orienta��es individualizadas.
“� importante ressaltar que o ocorrido na escola n�o reflete as a��es adotadas pela Smed em sua pol�tica de inclus�o. Todas as escolas s�o orientadas a desenvolver atividades que contemplem a participa��o dos estudantes com defici�ncia”, informa a secret�ria na nota.
Como forma de melhor a inclus�o, a secretaria informa que no �ltimo dia 1º, foi criada a Diretoria da Educa��o Inclusiva e Diversidade, que tem alto grau de import�ncia no organograma, e vai fortalecer as a��es de inclus�o na rede municipal.