
Ainda a 10 dias do fim, setembro j� registra o maior n�mero de focos de calor para o m�s dos �ltimos cinco anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). As unidades de conserva��o s�o as que mais v�m sofrendo com os inc�ndios. O Parque Estadual da Serra do Ro�a-Mo�a, entre Belo Horizonte e Brumadinho, por exemplo, teve seguidas ocorr�ncias nos �ltimos 15 dias. Um sobrevoo ainda ser� realizado para medir a �rea queimada, mas j� se sabe que pelo menos 604,9 hectares (ha) foram atingidos, o que representa 2.526% a mais do que o registrado em 2016. No ano passado, 23,6ha foram destru�dos. A Associa��o Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) estima que as chamas tenham atingido mil hectares do parque em 2017. Para tentar impedir o avan�o do fogo, drones de volunt�rios est�o sendo usados para monitorar os pontos cr�ticos e agilizar o combate.
O Corpo de Bombeiros e brigadistas tiveram um dia de tranquilidade na Serra do Rola-Mo�a ontem. Depois de aproximadamente 15 dias de trabalhos, as chamas que atingiam a �rea verde foram debeladas com intenso e desgastante trabalho. As chamas se espalharam rapidamente e chegaram a atingir casas de condom�nios que ficam nos limites do parque. Moradores tiveram que agir e se transformar em combatentes para evitar preju�zos.
A �rea total queimada ainda ser� mensurada em um sobrevoo nos pr�ximos dias. Mas, pode se aproximar da destrui��o na unidade de conserva��o em 2015. “Estamos aguardando uma aeronave para fazer a medi��o, o que deve ocorrer at� sexta-feira. Tivemos v�rios focos da semana passada para c�, por isso n�o foi poss�vel fazer isso. J� sabemos que 604,9ha foram queimados desde a primeira ocorr�ncia, o que j� � muito maior do que o total do ano passado. Mas ainda � menor do que em 2015, quando foram destru�dos 1.394,4ha”, afirmou Marcus Vin�cius de Freitas, gerente do parque. No entorno, foram 846,9ha de vegeta��o destru�dos.
ESTRUTURA O bi�logo Francisco Mour�o, da Amda, estima que os preju�zos tenham sido ainda maiores. Segundo ele, brigadistas que participaram dos trabalhos na unidade de conserva��o calculam que mil hectares foram destru�dos nesta �ltima ocorr�ncia. Para ele, a estrutura para o combate �s queimadas foi melhorada, mas ainda faltam investimentos por parte do governo. “Avaliamos que a estrutura do estado para proteger a �rea tem melhorado ao longo dos anos, mas ainda falta muita a��o preventiva, principalmente em rela��o aos aceiros, que h� dois anos n�o s�o feitos. Ent�o, isso acaba tornando as unidades mais vulner�veis”, criticou.
Os inc�ndios criminosos pioram o problema. As �ltimas queimadas na Serra do Rola-Mo�a foram consequ�ncia de a��es humanas, segundo as autoridades. Para Mour�o, ainda falta uma pol�tica integrada de preven��o e de combate a esse tipo de crime. “Ainda sentimos uma defici�ncia do estado para investigar as causas do inc�ndio e envolver os setores da pol�cia que s�o mais investigativos. � preciso monitorar as redes sociais e essas conversas de pessoas que est�o cometendo esses crimes. A gente ouve falar que h� grupos que se divertem colocando fogo”, denunciou.

ALIADO NO C�U A tecnologia � a nova aliada para tentar evitar a propaga��o das chamas na vegeta��o do Parque do Rola-Mo�a e tamb�m na identifica��o de incendi�rios. O Corpo de Bombeiros passou a contar com a ajuda de volunt�rios e drones nesta a��o. “At� conseguirmos comprar alguns equipamentos para a corpora��o, volunt�rios v�o ajudar no monitoramento por meio do drones”, contou major Anderson Passos, do Batalh�o de Emerg�ncias Ambientais e Resposta a Desastres (Bemad).
A a��o � avaliada como positiva. “Essa estrat�gia � muito eficiente, pois consegue oferecer uma vis�o mais ampla do fogo. Come�amos a usar h� um m�s e j� est� sendo muito proveitoso. Temos ideia de como as chamas est�o se propagando, dos riscos de que saltem para outras �reas e conseguimos transferir as a��es de combate”, comentou Francisco Mour�o. “Os drones ajudam a gente a identificar rapidamente o foco e debelar o mais r�pido poss�vel para n�o se espalharem para �reas maiores”, completa Marcus Vin�cius.