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Estado de Minas

BH soma mais de 500 ocorr�ncias de dano ao patrim�nio em 7 meses

Danos ao patrim�nio da cidade, que perdeu est�tua destru�da por v�ndalos na Pra�a Rui Barbosa, somam 531 ocorr�ncias registradas pela Guarda Municipal em apenas sete meses


postado em 20/09/2017 06:00 / atualizado em 20/09/2017 07:38

Da peça que retrata um tigre sobrou somente um pedestal com marcas de pichação. Outra imagem teve as presas serradas por vândalos, um tipo de atitude que é registrada em média 2,5 vezes por dia em BH(foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)
Da pe�a que retrata um tigre sobrou somente um pedestal com marcas de picha��o. Outra imagem teve as presas serradas por v�ndalos, um tipo de atitude que � registrada em m�dia 2,5 vezes por dia em BH (foto: Marcos Vieira/EM/DA Press)

O ato de vandalismo que na noite de segunda-feira destruiu uma das duas est�tuas de tigres da Pra�a Rui Barbosa, tamb�m conhecida como Pra�a da Esta��o, no Centro de Belo Horizonte, est� longe de ser um caso isolado. Dados da Guarda Municipal mostram que houve pelo menos 531 ocorr�ncias contra o patrim�nio municipal entre 1º de janeiro e 27 de julho de 2017, no �ltimo balan�o dispon�vel. A m�dia de danos, roubo, furto e picha��es em bens da cidade no per�odo � superior a dois casos a cada dia. Somados os dados dos 12 meses de 2015 (1.349 ocorr�ncias) e de 2016 (1.212), o total alcan�a 3.092 registros.

Pior: com a destrui��o da est�tua na Pra�a Rui Barbosa e a picha��o da Igreja de S�o Francisco de Assis, na Pampulha, em mar�o, as ocorr�ncias catalogadas como “dano a bem de valor art�stico, hist�rico ou arqueol�gico” neste ano alcan�am o total registrado em 2015 (veja quadro). A prefeitura n�o disp�e de dados sobre o preju�zo global causado por pessoas que atentam contra os bens que pertencem � cidade, mas o gasto apenas para a repara��o de picha��es e de substitui��o de lixeiras d� uma dimens�o desse custo. At� o m�s de julho, a cidade retirou de seus cofres R$ 106 mil para apagar garranchos pintados por pichadores. J� em rela��o aos coletores leves de lixo, entre aquisi��o, instala��o e manuten��o dos cestos a m�dia anual de gastos � de cerca de R$ 2 milh�es.

E o custo n�o � apenas financeiro, pois a destrui��o, em muitos casos, n�o pode ser reparada a curto prazo. No caso da est�tua destru�da nesta semana, por exemplo, a reconstru��o nem sequer tem prazo. A imagem foi fabricada em resina, h� 10 anos, por uma empresa contratada pela Prefeitura de BH, exatamente com o objetivo de proteger as esculturas originais, hoje expostas no Museu de Artes e Of�cios, tamb�m na Pra�a da Esta��o. A forma usada para a constru��o da r�plica tem prazo de validade, como � comum nesses casos, de tr�s a quatro anos, e j� n�o pode ser reutilizada, segundo a administra��o municipal.

A presidente do Instituto Estadual do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico de Minas Gerais (Iepha), Michele Arroyo, lembra que um dos tigres originais da Pra�a Rui barbosa j� havia sido alvo de v�ndalos, e destaca a dificuldade de reparar ataques do tipo. “O or�amento para a �rea de patrim�nio cultural � pequeno e n�o temos uma planilha de custos, pois cada recupera��o tem um valor diferenciado. Quando isso ocorre, precisamos de recursos dos governos ou apoio da iniciativa privada. A comunidade perde, financeiramente, perde por ficar sem seu patrim�nio, perde por ficar sem a refer�ncia cultural do local”, lamentou.

QUEST�O DE HONRA
Pelo menos por enquanto n�o h� previs�o para que outra imagem seja colocada no jardim da Pra�a da Esta��o. At� por isso, descobrir a identidade do v�ndalo (ou destruidores) virou quest�o de honra para as institui��es de seguran�a p�blica. Inqu�rito nesse sentido foi instaurado na 4ª Delegacia Regional Centro. Equipes analisam imagens de c�meras de seguran�a pr�ximas ao local, na esperan�a de identificar o autor ou respons�veis pelos danos, que inclu�ram a retirada das presas da outra est�tua de tigre do espa�o. A Secretaria Municipal de Seguran�a Urbana e Patrimonial, respons�vel pela Guarda, tamb�m analisa imagens de seu sistema de videomonitoramento.

A destrui��o da est�tua surpreendeu quem passou pela Pra�a Rui Barbosa. No local em que ficava o tigre sobrou apenas o pedestal que sustentava a r�plica. A Centro-Sul, ao lado da Noroeste, � a regi�o que registrou o maior n�mero de casos de preju�zo ao patrim�nio em 2017 entre as nove da capital, conforme divis�o da prefeitura. Foram 81 ocorr�ncias at� 21 de julho, 14% a mais do que o total apurado em igual per�odo de 2016. Considerados apenas os casos de dano a bens p�blicos, ocorreram 45 epis�dios, n�mero 15% superior ao do ano anterior.

Chama a aten��o, por�m, o fato de algumas ocorr�ncias serem registradas no mesmo local. � o caso da pr�pria Pra�a da Esta��o. O local � alvo de constantes depreda��es. Em 2014, a mesma r�plica destru�da segunda-feira foi danificada por adolescentes, que atearam fogo � pe�a de resina.

O espa�o conta com outras imagens que ajudam a contar a hist�ria da capital. Na pra�a h� tr�s conjuntos de est�tuas. Um representa as quatro esta��es. Outro, dois le�es e a dupla de tigres, da qual resta agora apenas um exemplar danificado. O terceiro, ninfas em uma fonte. S�o r�plicas de um conjunto de 10 obras colocadas na pra�a nos primeiros anos da cidade e cujas vers�es originais, devido ao vandalismo, foram mandadas para lugar seguro.
(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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