
Uma iniciativa importante de inclus�o de pessoas com S�ndrome de Down teve in�cio em Pedro Leopoldo, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Come�aram, na tarde desta quinta-feira, as aulas do curso “recepcionista de eventos” do Programa Nacional de Acesso ao Ensino T�cnico e Emprego (Pronatec) Especial, destinado a pessoas com a defici�ncia intelectual. S�o 25 alunos com SD inscritos, que durante tr�s meses receber�o capacita��o na �rea, visando ao ingresso no mercado de trabalho.
A aula inaugural, na Escola Municipal Jos� Elias da Costa, contou com participa��o de familiares dos estudantes, al�m das autoridades municipais, entre as quais o prefeito de Pedro Leopoldo Cristiano Mari�o e seu vice Salim Salema. A capacita��o � oferecida pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econ�mico, Ci�ncia, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), em parceria com a administra��o municipal, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Social e de Educa��o. O curso � o primeiro do Brasil no modelo Pronatec voltado para pessoas com a s�ndrome.
A secret�ria de Desenvolvimento Social, F�tima Brasil, salientou que a perspectiva � de que os benef�cios do curso sobrepujem o vi�s da capacita��o profissional. "O curso representa um grande avan�o para a inclus�o social e produtiva, para a autoestima dos alunos e para dar visibilidade aos potenciais humanos”, pontuou. A administra��o municipal j� est� agora trabalhando na consolida��o de parcerias para a absor��o dos alunos depois de conclu�do o curso.
Os pais dos estudantes contemplados com a oportunidade comemoraram a possibilidade de um futuro de seus filhos marcado pela autonomia e o trabalho. "Todas as pessoas s�o capazes de fazer tudo desde que elas sejam orientadas. E vontade, querer, n�o falta �s pessoas com S�ndrome de Down. � isso que eu vejo na pessoa do meu filho, que � muito entusiasmado e sonhador", afirma o corretor de im�veis Jos� Ilhotar Borges, pai de um dos alunos.
"� uma oportunidade n�o s� para a minha filha, mas para todas as outras crian�as, porque elas s�o muito receptivas. Acho que o curso se encaixa perfeitamente para eles, devido ao carisma que eles t�m para receber as pessoas e para conversar. Apesar, muitas vezes, da dificuldade de falar, s� o sorriso deles � uma bela recep��o", completou emocionada F�tima Maria Lana Diniz, m�e de uma estudante.
S�o cerca de 270 mil pessoas no pa�s com S�ndrome de Down
Dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) apontam que no Brasil h� 45 milh�es de Pessoas com Defici�ncia (PCDs). Esse n�mero representa quase 24% da popula��o brasileira, composta por pessoas que t�m algum tipo de defici�ncia e que, igual a todos os cidad�os, devem ter seus direitos respeitados, entre esses, a inclus�o escolar. E n�meros do Minist�rio da Sa�de, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, apontam que s�o cerca de 270 mil pessoas com SD.
O erro mais frequente, de acordo com o geneticista Juan Llerena Junior, chefe da Divis�o de Gen�tica M�dica do Instituto Fernandes Figueira (IFF), unidade da Fiocruz, � achar que a s�ndrome � doen�a. Ele destaca que o fato de uma pessoa nascer com um cromossomo 21 a mais n�o a torna doente. A altera��o, segundo o geneticista, a faz nascer com excesso de material gen�tico em todas as c�lulas do corpo, o que significa 329 genes a mais por c�lula. Esse excesso de material acaba conferindo algumas caracter�sticas peculiares a quem tem a s�ndrome, como o d�ficit intelectual.
A S�ndrome de Down � causada pela presen�a de tr�s cromossomos 21 em todas ou na maior parte das c�lulas de um indiv�duo. Isso ocorre na hora da concep��o de uma crian�a. As pessoas com S�ndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, t�m 47 cromossomos em suas c�lulas em vez de 46, como a maior parte da popula��o.
De acordo com estudiosos da �rea, como as pesquisadoras F�tima Alves, Maria Antonieta Voivodic, Maria Tereza Mantoan, pessoas com S�ndrome de Down t�m muito mais em comum com o resto da popula��o do que diferen�as. O mais importante para pai ou m�e de uma pessoa com SD, � descobrir que seu filho pode alcan�ar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e avan�ar� com crescentes n�veis de realiza��o e autonomia. Ele � capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Poder� ler e escrever, deve ir � escola como qualquer outra crian�a e levar uma vida aut�noma. Em resumo, ele poder� ocupar um lugar pr�prio e digno na sociedade.
