
A d�vida sobre o uso indiscriminado ou n�o do jovem da subst�ncia foi levantada pela defesa dos seguran�as da boate. Em uma p�gina de uma rede social, o advogado �rcio Quaresma, que representa a Cy Security e Vigil�ncia, questionou as informa��es de que o jovem n�o tinha feito uso de drogas. Exibindo c�pia do laudo que apontou que Allan n�o usou coca�na, maconha ou ecstasy, o advogado destaca em sua p�gina que o documento t�cnico apresenta a presen�a de ketamine (cetamina) no sangue e v�scera do rapaz.
No dia em que o rapaz morreu dentro da casa de shows, seguran�as informaram que ele fazia uso de drogas quando foi abordado. De acordo com a Pol�cia Militar, a vers�o dos seguran�as � de que o rapaz foi abordado com drogas e, depois, sofreu um ataque card�aco no local. Antes de passar mal, afirmaram, o jovem teria corrido e saltado algumas grades, caindo ao ch�o em seguida. Um amigo de Allan, por�m, disse que os dois foram ao banheiro e, depois de ser abordado por dois seguran�as, o fisiculturista foi levado para um lugar privado, onde teria sido agredido.
A Pol�cia Civil j� havia divulgado o laudo na sexta-feira informando que n�o foi constatado o uso de drogas e �lcool pelo jovem. Ontem, voltou a confirmar o resultado, mas admitiu que a cetamina foi identificada no corpo do fisiculturista. Informou, ainda, que a situa��o est� sendo investigada. ‘’A PCMG reafirma que o laudo toxicol�gico da v�tima deu negativo para o uso de subst�ncias il�citas. O exame de constata��o de �lcool tamb�m deu negativo. A subst�ncia detectada no laudo, a cetamina, � usada como anest�sico para procedimentos cir�rgicos, seda��o e analgesia, sendo de uso estritamente m�dico. As investiga��es est�o em andamento, com o delegado Magno Machado’’, informou.
O advogado Geraldo Magela de Carvalho Lima, que representa a fam�lia do fisiculturista, foi procurado, e informou que n�o teve acesso ao laudo. Ele disse que s� vai se manifestar depois de ter conhecimento do documento e do inqu�rito, para n�o atrapalhar as investiga��es. O defensor, por�m, adiantou que n�o tem conhecimento de que objetos teriam sido encontrados no carro do fisiculturista pela pol�cia nem se algu�m mexeu no ve�culo antes da per�cia. Ele lembrou que Allan chegou a ser socorrido por uma equipe m�dica e n�o sabe se foi aplicada alguma medica��o. Por fim, o advogado ressaltou que informa��es preliminares apontam que o jovem n�o fez uso de bebida alco�lica nem drogas como maconha, coca�na ou ecstase."Ele pode provocar aumento da press�o arterial, infarto, AVC, aumento do fluxo de sangue, press�o intracraniana"
Mariana Gonzaga, coordenadora da Comiss�o Assessora de Farm�cia Cl�nica do Conselho Regional Farm�cia de Minas Gerais
A subst�ncia encontrada no corpo do fisiculturista � um anest�sico, que tamb�m � utilizado ilegalmente por algumas pessoas que buscam alucin�genos. “� um medicamento utilizado para procedimentos cir�rgicos e normalmente para anestesia geral. S� que � uma subst�ncia controlada pela vigil�ncia sanit�ria e de uso exclusivo hospitalar. Vem sendo menos utilizado em humanos, justamente, porque tem alguns efeitos adversos. Durante a cirurgia, o paciente pode manter o contato externo com falas desconexas, pesadelos, alucina��es, o que � ruim para o procedimento cir�rgico, pois deixa o paciente inst�vel”, explicou a Coordenadora da Comiss�o Assessora de Farm�cia Cl�nica do Conselho Regional Farm�cia de Minas Gerais, Mariana Gonzaga.
PERIGOSO O uso indiscriminado do medicamento pode provocar danos � sa�de e at� levar � morte, segundo Mariana. “Ele pode provocar aumento da press�o arterial, infarto, AVC, aumento do fluxo de sangue, press�o intracraniana. Muitas pessoas o utilizam porque o medicamento provoca alucina��es e sensa��o de dissocia��o do corpo, como se a pessoa estivesse flutuando sobre ele. Outros usam para abusar de outras pessoas, como um ‘boa noite cinderela’”, afirmou a coordenadora.
De acordo com Mariana Gonzaga, mesmo sendo um produto controlado pela vigil�ncia sanit�ria, o medicamento est� na lista dos “perigosos”. “Ele est� na lista dos medicamentos perigosos da ONG ISMP Brasil, que � internacional e preza pelo uso seguro dos rem�dios”, disse.