A bravura da professora Helley Abreu Batista, de 43 anos, que deu a pr�pria vida para tentar salvar seus alunos da crueldade do vigia Dami�o Soares dos Santos, encontrou a companhia de tr�s pedreiros que certamente contribu�ram para evitar o pior. Gra�as ao esfor�o do trio de trabalhadores, a trag�dia na creche Gente Inocente n�o teve dimens�es ainda maiores, al�m das 10 pessoas que j� morreram – oito crian�as, a professora e o autor do crime. Mas mesmo assim eles n�o se consideram her�is.
Os pedreiros Joaquim Barbosa da Silva, de 45, e Arley Teixeira Alves, de 31, que tamb�m tiveram o apoio de outro colega, estavam trabalhando na constru��o de uma casa a cerca de 100 metros da creche incendiada, quando perceberam o tumulto e correram para a unidade municipal de ensino. Arley conta que ao chegar percebeu que v�rias das crian�as estavam deitadas no ch�o e a situa��o era de total desespero entre as professoras. Ele chegou a tirar algumas v�timas e lev�-las para a rua. “S� que as crian�as pequenas queriam voltar para a creche porque na rua n�o encontraram suas m�es.”
A situa��o era t�o desesperadora, que mesmo com o clima de desastre dentro da creche os meninos e meninas insistiam em voltar. Joaquim disse que inclusive teve que ficar na porta para impedir o retorno para o local das chamas. Com isso, ele impediu que o n�mero de v�timas aumentasse. A primeira coisa que pensou foi procurar por qualquer coisa que ajudasse no combate ao inc�ndio. “Procurei por extintores, mas n�o achei nada por perto”, disse o pedreiro, que lamentou o fato de que a escola n�o tivesse nenhum sistema de preven��o contra fogo. Ele tamb�m destacou que as grades das janelas impediram a sa�da das crian�as e um socorro ainda mais r�pido.

LUTO O sentimento de luto que se espalhou pela cidade de Jana�ba afetou o com�rcio da cidade ontem. Algumas lojas da cidade do Norte de Minas n�o abriram as portas como forma de manifestar o pesar em rela��o ao massacre dentro da creche. V�rios estabelecimentos exibiram cartazes com a palavra luto.
