(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Ap�s amea�a de fechamento de hospital, ministro anuncia R$ 2 milh�es em socorro

Ricardo Barros chegou � Jana�ba abalada pela trag�dia da Creche Gente Inocente para enfrentar um clima de insatisfa��o e reivindica��es


postado em 13/10/2017 06:00 / atualizado em 13/10/2017 07:48

O ministro Ricardo Barros (de pé) em Janaúba: falta de previsão imediata de dinheiro provocou indignação(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.a Press)
O ministro Ricardo Barros (de p�) em Jana�ba: falta de previs�o imediata de dinheiro provocou indigna��o (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.a Press)

Jana�ba
– Um dia depois de cobran�as ostensivas de verbas feitas por dirigentes de hospitais de Jana�ba, o ministro da Sa�de, Ricardo Barros, chegou � cidade do Norte de Minas abalada pela trag�dia da Creche Gente Inocente para enfrentar um clima de insatisfa��o e reivindica��es. Como resultado de queixas e at� amea�a de fechamento de uma das unidades – e depois de reuni�o a portas fechadas com participa��o do Minist�rio P�blico – Barros anunciou a libera��o de R$ 2 milh�es para serem divididos entre a Funda��o de Assist�ncia Social do munic�pio (Fundajan) e o Hospital Regional.

As institui��es, que enfrentam grave crise financeira e acumulam d�vidas de cerca de R$ 15 milh�es, prestaram os primeiros atendimentos �s v�timas do ataque na creche. Apesar disso, n�o haviam sido contempladas pelo primeiro an�ncio de verbas feito pelo governo federal ap�s a trag�dia.


No come�o da semana, a Uni�o havia informado que liberaria R$ 8,7 milh�es para ajudar a fazer frente �s consequ�ncias do inc�ndio que matou 11 pessoas, nove delas crian�as. Do total, R$ 3,7 milh�es ser�o destinados � constru��o de duas creches e � conclus�o de uma quadra esportiva em Jana�ba. Outros R$ 4 milh�es seriam destinados ao Hospital Jo�o XXIII, de Belo Horizonte, e � Santa Casa de Montes Claros, que atenderam �s v�timas mais graves. O R$ 1 milh�o restante seria revertido para reembolso de gastos da prefeitura da cidade do Norte de Minas. A divis�o gerou rea��o imediata dos respons�veis pelos hospitais locais.


Ontem, durante sua primeira entrevista em Jana�ba, Ricardo Barros disse querer ajudar a cidade diante da situa��o, inclusive refor�ando o investimento na �rea de sa�de mental. Como mostrou o Estado de Minas em sua edi��o do �ltimo domingo, o ataque promovido pelo vigia Dami�o Soares dos Santos, de 50 anos, reabriu a discuss�o sobre a falta de estrutura para tratar pacientes psiqui�tricos no estado e no pa�s. O laudo que tra�ou o perfil psicol�gico do agressor mostrou que ele sofria de disfun��o de consci�ncia e tinha del�rios de persegui��o. Em 2014, chegou a procurar o Minist�rio P�blico afirmando que estaria sendo envenenado pela pr�pria m�e. O caso foi analisado e foi recomendado a ele a procura por tratamento.


FAL�NCIA


Questionado pela equipe do EM sobre a poss�vel fal�ncia dos hospitais de Jana�ba, o ministro respondeu que recursos dependeriam de projetos. A postura gerou descontentamento geral. Imediatamente, o diretor-t�cnico do hospital Fundajan,  Helv�cio Albuquerque, deu entrevista dizendo que, diante da falta de verbas imediatas, a unidade fecharia as portas na noite desta sexta-feira. “Sem recursos financeiros n�o temos como continuar trabalhando. Portanto, a partir de amanh� (hoje), �s 19h, o hospital estar� fechado, porque n�o tem condi��es para suportar a demanda. Se n�o h� recursos para este momento, n�o h� como conseguir manter pessoal e material m�dico-hospitalar para que o hospital funcione de forma adequada”, disse.

A amea�a foi seguida de reuni�o a portas fechadas, entre os dirigentes dos hospitais, o prefeito Carlos Isaildon Mendes (PSDB) e o represente do Minist�rio P�blico, Jorge Barreto. Interlocutor de um dos envolvidos informou que o promotor explicou ao ministro a urg�ncia da situa��o.


Ao sair da sala fechada, o ministro concedeu nova entrevista. S� ent�o foi anunciada a libera��o do recurso extra, justificado pelo aumento grande de despesas de atendimento com as v�timas da trag�dia. “Houve aqui uma solicita��o das lideran�as para que liber�ssemos R$ 1 milh�o para Hospital Regional e R$ 1 milh�o para Fundajan”, pontuou Barros.

“Apresentaremos todos os projetos solicitados pelo ministro para que a gente possa ter suporte para manter estas unidades abertas. Esse recurso d� f�lego para funcionar neste m�s”, pontuou Helv�cio Albuquerque. A diretora-t�cnica do Hospital Regional de Jana�ba, Cristina Veloso, tamb�m comentou a libera��o: “Ele se sensibilizou, escutou a nossa parte t�cnica. Demonstramos nossa realidade. Mas eu pe�o que os volunt�rios continuem nos ajudando, porque esse dinheiro n�o resolve o problema. S� ajuda”, alertou.

 

Ele se sensibilizou, escutou a nossa parte t�cnica. Mas eu pe�o que os volunt�rios continuem ajudando, porque esse dinheiro n�o resolve o problema. S� ajuda

Cristina Veloso, diretora-t�cnica do Hospital regional de Jana�ba

Moradores fizeram procissão pelas ruas do Bairro Rio Novo com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e rezaram em frente à creche incendiada(foto: Luiz Ribeiro/EM/D.a Press)
Moradores fizeram prociss�o pelas ruas do Bairro Rio Novo com a imagem de Nossa Senhora Aparecida e rezaram em frente � creche incendiada (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.a Press)

Preces pelas v�timas no dia da padroeira


Al�m da festa para as crian�as, Jana�ba viveu ontem um dia de ora��es pela alma dos mortos na trag�dia e pela recupera��o das v�timas do ataque � Creche Gente Inocente, que ainda continuam internadas em Montes Claros e Belo Horizonte. Sob Sol forte, no dia de Nossa Senhora Aparecida, moradores fizeram uma prociss�o pelas ruas do Bairro Rio Novo, onde fica a unidade de ensino infantil incendiada em 5 de outubro.


O grupo saiu da Matriz de Santo Afonso, levando � frente a imagem da padroeira do Brasil, e passou pela Rua Rosenda Pereira de Farias, onde fica a creche. Em frente ao pr�dio, por alguns minutos os fi�is fizeram ora��es pelas v�timas do ataque.


A trag�dia de Jana�ba despertou manifesta��o do Papa Francisco, que, em mensagem destinada �s v�timas, chamou o ataque de “trag�dia absurda”. A mensagem do santo padre foi lida durante a missa de s�timo dia da professora Heley Batista, celebrada quarta-feira � noite, quando ocorreu tamb�m missa em inten��o das crian�as mortas no massacre, na Matriz de Santo Afonso.


“Esta prociss�o � realizada pelas crian�as mortas e feridas e por suas fam�lias. A inten��o � chegar ao Nosso Senhor Jesus Cristo e a Nossa Senhora Aparecida nosso clamor de paz para as almas daqueles que morreram, e que possam dar for�a e confian�a �s fam�lias das v�timas que continuam lutando pela vida”, afirmou o pedreiro Jos� Aparecido Martins, morador do Bairro Rio Novo, um dos organizadores do ato religioso.


TESTEMUNHO


“Estamos dando um testemunho de f�. Rezamos para que Nossa Senhora venha iluminar as almas dos anjos que partiram e dar o conforto para as fam�lias, e que tamb�m possa garantir a recupera��o dos feridos e trazer a paz para nossa cidade e nosso pa�s”, completou a dona de casa Maria Paulina, de 48.


O sacrif�cio de caminhar sob Sol forte na rua de terra em nome da f� em Nossa Senhora Aparecida tamb�m foi enfrentado pela estudante de fisioterapia Nayara Cristiane Ribeiro, de 26. “Rezamos n�o somente pela professora e pelas crian�as que morreram, mas tamb�m pedimos para Nossa Senhora dar for�a �s fam�lias para curar as sequelas f�sicas, emocionais e espirituais dessa trag�dia.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)