A Pol�cia Civil de Minas Gerais constatou que Jamille Edaes, de 22 anos, mentiu quando denunciou racismo e tentativa de sequestro da filha em um posto �s margens da BR-381, em Perd�es, no Sul de Minas. A corpora��o informou que Jamille Edaes ser� indiciada por denuncia��o criminosa.
"Ap�s minuciosa investiga��o, a PCMG concluiu que a narrativa apresentada inicialmente por Jamille foi fict�cia e, em raz�o disto, ela deixou de figurar como v�tima de tentativa de subtra��o de menor e inj�ria racial e foi indiciada pelo crime de denuncia��o criminosa," diz a pol�cia.
"Ap�s minuciosa investiga��o, a PCMG concluiu que a narrativa apresentada inicialmente por Jamille foi fict�cia e, em raz�o disto, ela deixou de figurar como v�tima de tentativa de subtra��o de menor e inj�ria racial e foi indiciada pelo crime de denuncia��o criminosa," diz a pol�cia.
Relembre
Na �poca do ocorrido, em 27 de junho, Jamille, que � negra, havia dito em entrevista ao em.com.br que voltava de S�o Paulo quando parou em uma lanchonete do Posto Graal. Edaes disse que dentro de um dos banheiros uma outra mulher pegou a filha dela, que � branca, e tentou sequestrar a crian�a, dizendo que a menor n�o era filha de Jamile devido a diferen�a na cor da pele.
Em seguida, a jovem disse ter conversado com funcion�rias relatando o ocorrido, mas os empregados da lanchonete disseram que a crian�a n�o era filha dela, pois era branca. “Essa preta a� pegou sua filha?” “Foi quando todos questionaram se eu era mesmo m�e da crian�a”, contou Jamille na �poca.
Ainda na den�ncia, a jovem disse que a suposta sequestradora estava com uma certid�o de nascimento em m�os e funcion�rias do posto tiraram a crian�a do colo de Jamile e entregaram para a mulher, que era branca. Para conseguir retornar a BH com a filha, foi preciso mostrar para v�rias pessoas todos os documentos, al�m de um v�deo do parto que estava no seu celular para provar a maternidade. Ela ainda relatou que tentou registrar uma ocorr�ncia imediatamente e denunciar a discrimina��o racial e a tentativa de sequestro.
“Quando todos acreditaram em mim, o motorista disse que n�o poderia me esperar. Estava t�o apavorada e com medo que fui embora”, contou. Ao tentar registrar a ocorr�ncia na rodovi�ria, mais um problema. “Eles (policiais) zombaram de mim e disseram que era imposs�vel sem os dados da mulher. Eu n�o tinha nem o nome dela”. A ocorr�ncia s� foi finalmente registrada na Delegacia da Mulher de Betim, no dia 28 de junho.
O marido de Jamille, Roberto Edaes, de 25, tamb�m em entrevista ao em.com.br, em 27 de junho disse que o caso exp�s o racismo que h� no pa�s. "Infelizmente n�o ser� a primeira vez nem a �ltima que ocorrer� esse tipo de situa��o. Aquelas hist�rias absurdas que nossos pais nos contam acontecem de verdade. Como dizia Renato Russo, vivemos em um mundo doente”, afirmou.
O marido de Jamille, Roberto Edaes, de 25, tamb�m em entrevista ao em.com.br, em 27 de junho disse que o caso exp�s o racismo que h� no pa�s. "Infelizmente n�o ser� a primeira vez nem a �ltima que ocorrer� esse tipo de situa��o. Aquelas hist�rias absurdas que nossos pais nos contam acontecem de verdade. Como dizia Renato Russo, vivemos em um mundo doente”, afirmou.
Repercuss�o
Jamille contou a hist�ria em um post no Facebook e o caso teve repercuss�o nacional, com a jovem tendo participado ao vivo do programa de televis�o Encontro com F�tima Bernardes, da Rede Globo. Al�m disso, a falsa den�ncia de Edaes rendeu artigos em p�ginas do facebook e em sites voltados ao movimento negro, que luta contra o racismo.
Mesmo afirmando que era a m�e, Jamille Edaes diz que funcion�rios n�o acreditaram, por ela ser negra e a filha ser de pele branca. Comentou, ainda, que uma mulher com uniforme da lanchonete chegou a tomar a garota de seu colo e entreg�-la a uma terceira pessoa. Ela conta que teve de mostrar documentos comprovando o grau de parentesco com a crian�a.
O gerente de Marketing do posto �s margens da BR-381 onde teria ocorrido o epis�dio, Em�lio Vasconcelos, afirmou que n�o foi constatado nenhum fato estranho no estabelecimento e que as imagens c�meras de seguran�a n�o prova o fato. “Se houvesse, seria de f�cil identifica��o, porque s�o 70 funcion�rios no turno, a cada metro quadrado tem um. E as c�meras olham tudo”, disse. “Ela comprou, rodou um pouco dentro (da loja); n�o entrou no banheiro. O circuito dela todinho, desde que saiu do �nibus, passou pelo parquinho, foi ao self-service, passou no caixa, voltou para pegar um suco – a menina brinca com ela ao longo da lojinha – e ela saiu no caixa novamente, pagou, entrou no �nibus e foi embora. Isso durou entre 15 a 20 minutos.”
A empresa de �nibus em que a jovem viajava tamb�m negou ter ci�ncia de qualquer incidente. “A empresa s� tomou conhecimento dos fatos pelas redes sociais. Em conversa com o motorista, ele informou que n�o houve nenhuma anormalidade em toda a viagem, inclusive nas paradas. Por fim, reafirmamos nosso compromisso de prestar um excelente atendimento e um servi�o com a qualidade exigida por nossos clientes”, comunicou a companhia.
O em.com.br entrou em contato com o escrit�rio de avocacia que faz a defesa de Jamille, mas o advogado respons�vel pelo caso n�o estava no local. A Pol�cia Civil detalhar� o caso em uma entrevista coletiva na delegacia de Lavras, no Sul de Minas.
*Sob supervis�o do editor Benny Cohen.
*Sob supervis�o do editor Benny Cohen.