
Segundo o policial, uma das dificuldades no combate a essas organiza��es � que seus integrantes praticam roubos nas cidades mineiras e depois retornam para suas bases nos estados vizinhos. “Com esse trabalho integrado, por meio de uma for�a tarefa com as pol�cias Civil e Militar, Federal, Minist�rio P�blico e Poder Judici�rio, coordenado pela Sesp, com troca de informa��es, teremos uma maior resposta para conter essa atividade criminosa”, destacou, mencionando protocolo firmado pela Secretaria de Seguran�a P�blico mineira para definir a��es em casos de ataques no estado.
O delegado Marcus Vin�cius lembra que recentemente foi desarticulada uma quadrilha com base no interior baiano, respons�vel por ataques a terminais banc�rios de 16 cidades no Norte de Minas. “Foram identificados 12 integrantes da quadrilha, dos quais prendemos cinco, j� que os outros sete foram mortos em troca de tiros com policiais da Bahia. Nessa modalidade de crime � necess�ria uma investiga��o de qualidade para se antecipar ao criminoso. E, nesse sentido, a integra��o, a troca de informa��es das for�as de seguran�a de todos os estados, e tamb�m federais, � um fator importante”, assinalou.
Para Marcus Vin�cius, para um maior avan�o das a��es integradas propostas pelo governo estadual, al�m da troca de informa��es entre os v�rios �rg�os envolvidos no estado, a participa��o comunit�ria e de administra��es municipais ser� fundamental. “Minas � um estado extenso e tem muitos munic�pios, muitos dos quais de pequeno porte. Os moradores, ao perceberem a movimenta��o de pessoas estranhas, carros com placas de outros estados, devem alertar a pol�cia pelo telefone disque den�ncia 181. Donos e funcion�rios de pousadas sabem quando o hospede n�o � um viajante costumeiro. E o mais importante � que os prefeitos invistam em monitoramento eletr�nico, j� que esse tipo de ataque afeta toda a cidade e pode resultar em trag�dia.”
PROCOLO MINEIRO Por�m, enquanto o governo federal n�o sinaliza com a��es integradas de seguran�a no combate aos ataques a caixas eletr�nicos, modalidade que fortalece financeiramente fac��es criminosas no pa�s, em Minas oito institui��es lideradas pela Sesp formalizaram na semana que passou um protocolo de crise para padronizar as opera��es de cada entidade diante das ofensivas e fortalecer o combate a esse tipo de crime. O acordo de coopera��o faz parte de um trabalho que j� vinha ocorrendo h� cerca de dois meses, a partir de determina��o do governador Fernando Pimentel (PT) para dar uma resposta ao crime organizado.
A luz de alerta se acendeu diante do crescente n�mero de ag�ncias explodidas, policiais mortos e cidades aterrorizadas pela invas�o de bandos fortemente armados. Batizada de novo canga�o, a a��o de quadrilhas especializadas em estouro de caixas eletr�nicos representou, em m�dia, 13 ataques a ag�ncias por m�s em Minas Gerais neste ano, ou um caso a cada 2,2 dias. De janeiro a setembro foram computadas 120 a��es criminosas do tipo. Mesmo com um recuo de 36,5% em rela��o ao mesmo per�odo de 2016, quando foram 189 ocorr�ncias, o n�mero ainda � preocupante, principalmente pela viol�ncia extrema usada pelas quadrilhas, inclusive com ataques diretos �s for�as de seguran�a.
Horas depois de formalizado o protocolo, na madrugada da ter�a-feira passada, uma ag�ncia do Banco do Brasil e outra do Ita� foram atacadas por uma quadrilha em Bambu�, no Centro-Oeste mineiro. Ainda na ter�a-feira, mas no Norte de Minas, outro grupo de criminosos com armamento pesado fechou com uma carreta a BR-251, nas imedia��es de Gr�o Mogol, para assaltar um carro-forte. Eles interceptaram o ve�culo de uma transportadora de valores e trocaram tiros com os vigilantes. Em seguida, explodiram uma das portas, levando quantidade n�o informada de dinheiro. Cerca de 15 pessoas atuaram nesse caso e h� suspeitas de que o grupo esteja ligado a outro ataque, cometido da mesma forma em Una�, no Noroeste de Minas, em maio.
� prov�vel que mais esse ataque cinematogr�fico tenha partido de quadrilhas com sede no Sul da Bahia. “Nessas a��es s�o usados armamentos pesados, como fuzis 556 e 762, e metralhadoras de 9 mm. Nas explos�es nem sempre s�o artefatos do tipo usados na minera��o, com controle do Ex�rcito. Os criminosos t�m lan�ado m�o de explosivos artesanais”, explicou o delegado Marcus Vin�cius. Segundo ele, uma das caracter�sticas dos bandidos de organiza��es com sede na Bahia � o forte poder b�lico, enquanto os grupos paulistas se destacam pela capacidade de planejamento e log�stica.