
Em entrevista � reportagem do em.com.br, o professor Carlos Cristian conta que nasceu surdo e d� aulas de Libras h� quase 7 anos. Para ele, a escolha desse tema � uma vit�ria para a comunidade surda. "A escolha do Enem foi muito emocionante para n�s, principalmente porque este � o primeiro ano em que a prova foi acess�vel em Libras. Quando as pessoas come�aram a reclamar do tema, isso me deixou triste. � como se estivessem criticando uma de nossas vit�rias. Fiz esse post como um desabafo", conta o professor.
O post de Carlos repercurtiu nas redes socias e dividiu opini�es. A publica��o recebeu mais de mil curtidas e quase 200 coment�rios. Antonio Perpetuo, que tamb�m � professor, comenta que, apesar de dar aula h� 23 anos, nunca teve nenhum aluno surdo. "N�o temos nenhuma qualifica��o pedag�gica ou profissional para ministrarmos aulas para esses alunos", comenta.
Segundo Carlos, o tema da reda��o do Enem deste ano trouxe reconhecimento para a luta da comunidade surda, que permanece invis�vel nos debates da popula��o. "Sempre tiveram surdos no Brasil e n�o s�o poucos. H� anos estamos buscando reconhecimento e, mais do que isso, tentando ter voz nas esferas educacionais, pol�ticas e sociais. A nossa causa ficou invis�vel porque ningu�m nunca havia se interessado em saber", declarou o professor.
Segunda l�ngua Em 2002, a L�ngua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como a segunda l�ngua oficial do pa�s. Carlos critica o fato de as escolas brasileiras n�o terem em sua grade curricular o ensino de Libras, mas priorizarem o ensino de l�nguas estrangeiras. "A maioria dos brasileiros n�o sabe que Libras � a segunda l�ngua do pa�s, enquanto isso, todos os anos, os alunos s�o enrolados com o verbo 'to be'. No fim das contas, todos se foram sem saber ingl�s, nem Libras", critica.
Carlos tamb�m ressalta que a inclus�o dos surdos na escola vai al�m de ter um int�rprete de Libras em sala de aula. "Inclus�o n�o � colocar o surdo em uma sala cheia de ouvintes e deix�-lo no canto com a int�rprete. Se todos aprendessem a l�ngua brasileira de sinais, ele poderia interagir e seria realmente inclu�do na rotina escolar, e n�o apenas estaria presente no mesmo ambiente que as outras crian�as", afirma Cristian. Ele argumenta que este � o maior desafio para a educa��o de surdos no Brasil.
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* Estagi�ria sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie