Casa de Retiros S�o Jos� completa 60 anos dedicados � forma��o humana

No distante ano de 1957, quando Belo Horizonte estava na metade da sua hist�ria, uma constru��o rodeada de matas surgia na Regi�o Noroeste, dominada nos prim�rdios pela Fazenda do Pastinho. N�o havia Anel Rodovi�rio e Via Expressa nesse tempo, mas a Casa de Retiros S�o Jos�, da Congrega��o dos Redentoristas, j� apontava novos caminhos no crescimento da cidade fundada em 12 de dezembro de 1897. Toda essa hist�ria veio � tona com a celebra��o de seis d�cadas da institui��o, que continua a manter o objetivo de atuar na forma��o humana e oferece tamb�m teatro, capela modernista e outros servi�os para recarregar as baterias de qualquer crist�o. “Na verdade, de todos os brasileiros, pois o local � ecum�nico e estamos sempre de portas abertas para grupos de visitantes, encontros de empresa e outros eventos. Tudo isso foi erguido com o apoio dos belo-horizontinos”, diz o respons�vel pelo local, padre Fl�vio Campos.

Na tarde de ter�a-feira, dia do anivers�rio, padre Fl�vio mostrou as depend�ncias da Casa de Retiros S�o Jos�, no Bairro Dom Cabral, que ocupa 46 mil metros quadrados de �rea verde, disp�e de horta – os alimentos org�nicos consumidos prov�m dos canteiros –, pomar e bosque. Retirando de uma caixa fotos caprichadamente guardadas em papel adequado e com numera��o, o religioso mostrou, no registro em preto e branco, o pr�dio grandioso no meio da mata. “Estes 60 anos t�m muito a ver com a mem�ria de BH. Na �poca, perto daqui, s� havia mesmo o Semin�rio Cora��o Eucar�stico, propriet�rio anterior do terreno. Para chegar, os padres sa�am do Centro a cavalo. Muitos moradores ainda chamam aqui de Pastinho, devido � antiga propriedade do Coronel J�lio Murta, um dos homens mais ricos e influentes da nova capital e doador de recursos para a edifica��o da Igreja dos Sagrados Cora��es, no Bairro Padre Eust�quio.”

O volume de fotos traz � atualidade encontros importantes ocorridos na Casa de Retiros: num dos retratos, datado de 1959, est� o ex-arcebispo em�rito de Olinda e Recife (PE) e um dos fundadores da Confer�ncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom H�lder C�mara (1909-1999), com o bispo de BH dom Jo�o Resende Costa (1910-2007). O motivo era a Semana Catequ�tica Nacional. H� tamb�m o Encontro da Juventude Oper�ria Cat�lica, dois anos depois, e muitos retiros de pessoas de todo canto durante o carnaval. “Temos uma tradi��o de meio s�culo em promover esse tipo de atividade e lazer no tempo da folia”, destaca o padre, ressaltando que os redentoristas est�o na capital desde 1900.

EXPOSI��O Muitas das fotos integram a exposi��o permanente aberta ao p�blico nesta semana contando a trajet�ria da Casa de Retiros, hoje com 96 apartamentos e pronta para receber 200 pessoas. Continuando a mostrar o material, agora em �lbuns, o sacerdote explica que, no in�cio da funda��o da Casa de Retiros, o maior problema era a �gua. “N�o tinha �gua encanada. Ent�o, o jeito foi abrir um po�o artesiano. Veja como era a cidade naqueles tempos!” Outro pequeno tesouro da mostra � uma maquete de madeira, da �poca da constru��o da Casa de Retiros, de autoria do redentorista padre Alberto Vieira, muito bem cuidada e que d� a dimens�o da propriedade.

Depois de ver as fotos hist�ricas, nada como conhecer o ambiente impecavelmente limpo da Casa de Retiros, que fica na Avenida Ita�, 457, vizinha de fundos com a PUC Minas-Cora��o Eucar�stico. Um dos orgulhos da comunidade redentorista, � frente tamb�m da Igreja S�o Jos�, no Centro, e da Casa de Forma��o Dom Muniz, no Bairro Planalto, � a Capela S�o Jos�, com mural e vitrais recriando os Sete Sacramentos assinados, em 1958, pelo padre holand�s Jos� Smeets, da Congrega��o dos Mission�rios do Sagrado Cora��o.

Pouco conhecida, a capela aquieta o cora��o pela atmosfera aconchegante e enche os olhos pela beleza do painel os “Nov�ssimos”. Ladeando a figura de Cristo, est�o, do lado esquerdo, a Morte colhendo uma vida e a Justi�a; e, do direito, o Para�so e o Inferno. “Simbolizam as �ltimas coisas que v�o acontecer com a pessoa. Na ilustra��o do Inferno, est� a pessoa no isolamento de Deus”, revela.

Outro patrim�nio importante � o Teatro Santo Afonso, com plateia para 420 pessoas e apropriado tanto para funcionar como audit�rio (confer�ncias, simp�sios, palestras, encontros corporativos, formaturas de escolas etc.) quanto para receber pe�as. Nos �ltimos sete anos, num processo de requalifica��o, a sala teve todas as cadeiras trocadas, ganhou equipamentos de climatiza��o e outros para tratamento ac�stico (paredes e forro), ilumina��o c�nica, grava��o ao vivo e mesa de ilumina��o.