(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

BH tem mais motos, com pilotos sem experi�ncia e que se acidentam mais

Frota de motos tem salto de 4,2 mil unidades em um ano em BH, refletindo-se em 15 acidentados atendidos por dia no Hospital Jo�o XXIII. BHTrans diz que novatos se envolvem mais em desastres


postado em 22/11/2017 06:00 / atualizado em 22/11/2017 07:17

Motociclistas no Anel Rodoviário: segundo a pesquisa, número de pilotos 'novatos' aumentou, assim como a participação deles nos acidentes(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 11/9/17)
Motociclistas no Anel Rodovi�rio: segundo a pesquisa, n�mero de pilotos 'novatos' aumentou, assim como a participa��o deles nos acidentes (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 11/9/17)

A cada dia, o Hospital Jo�o XXIII, unidade de pronto-socorro de Belo Horizonte que � refer�ncia em Minas Gerais para atendimento a politraumatizados, recebe em m�dia 15 pessoas que sofreram acidente de moto na regi�o metropolitana de BH. Considerando apenas ocorr�ncias dentro da capital mineira, agentes da BHTrans t�m percebido um perfil predominante entre as v�timas: pessoas com experi�ncia menor sobre duas rodas e que t�m migrado para esse meio de transporte, justamente o perfil apontado por pesquisa divulgada ontem pela C�mara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), a partir da campanha educativa Ande Seguro.

Durante tr�s meses, em entrevistas com 653 motociclistas, a CDL/BH identificou que mais pessoas est�o usando a motocicleta para se deslocar para o trabalho, escola ou para o lazer em BH, ocupando uma fatia maior de um  bolo que era amplamente dominado por quem usa o meio de transporte como instrumento de trabalho – normalmente passando por mais qualifica��o e acumulando maior experi�ncia. A pesquisa mostra que a presen�a dos motofretistas recuou bastante no universo total dos pilotos, caindo de 44% dos entrevistados em 2016 para 29% neste ano.

Isso n�o significa, segundo o coordenador da C�mara Setorial Duas Rodas da CDL/BH, Milton Furtado, que diminuiu o n�mero de motofretistas nas ruas da cidade. “Acredito que aumentou o n�mero de n�o motofretistas, que s�o as pessoas que se deslocam no dia a dia com motocicletas. A gente v� uma migra��o de pessoas que tinham carro – que representa um custo alto – para as motocicletas, que t�m custo menor”, afirma Milton.

Ele atribui � crise econ�mica um fator importante para entender essa altera��o no perfil dos entrevistados. “O deslocamento � r�pido, mais �gil e mais barato. Muita gente pegou o carro, deixou em casa e voltou a andar de moto. Isso � um reflexo que se pode ver nas pr�prias concession�rias, com o aumento do volume de vendas de motos seminovas. A moto nova tamb�m tem tido crescimento, embora ainda modesto”, acrescenta Milton Furtado. Dados da frota de motocicletas em BH comprovam o aumento de circula��o desse tipo de ve�culo na capital (veja quadro).

A constata��o da presen�a de mais pessoas usando as motos a partir de um trabalho de entrevista que ocorreu nos meses de agosto, setembro e outubro coincide com uma observa��o do diretor de Sistema Vi�rio da BHTrans, Jos� Carlos Mendanha Ladeira, sobre os acidentes envolvendo motos na capital mineira. “O que a gente tem identificado � que o acidentado atualmente � na maior parte o novo motociclista”, afirma. O diretor acrescenta que h� um movimento de regulariza��o constante da profiss�o de quem usa a moto para trabalhar, transformando o motoboy em um profissional conhecido como motofretista, o que, consequentemente, aumentou a conscientiza��o e a seguran�a desse p�blico.

Al�m disso, Jos� Carlos Ladeira aponta que as a��es de implanta��o de �reas exclusivas para motos t�m gerado impacto nesse cen�rio para quem trabalha usando a moto e precisa cada vez mais de agilidade nos deslocamentos. Em maio de 2016, a BHTrans iniciou a implanta��o dos chamados motoboxes, para tentar melhorar a seguran�a entre motociclistas, principalmente na hora da arrancada. Foram destinadas �reas em frente a sem�foros na Avenida Cristiano Machado para o posicionamento das motos, que podem partir antes dos demais ve�culos e por isso evitam a sa�da no corredor. A iniciativa migrou tamb�m para a Avenida Amazonas e agora est� sendo implantada em dois corredores que passam pelo Bairro Padre Eust�quio. As ruas Padre Eust�quio e Par� de Minas j� come�aram a receber as novas pinturas, assim como as ruas Olinto Magalh�es, Rio Pomba e Tr�s Pontas, garantindo a �rea exclusiva tanto em dire��o ao Centro quanto no retorno para os bairros.

A campanha Ande Seguro da CDL promoveu 18 paradas educativas em BH, abordando mais de 3 mil condutores entre 8 de agosto e 26 de outubro. Uma das percep��es com as a��es foi a quantidade de motociclistas na Regi�o Leste de Belo Horizonte. Por isso, a BHTrans tamb�m prev� a implanta��o dos motoboxes na Rua Niquelina e na Avenida dos Andradas. “Ainda n�o d� para dizer que � em fun��o disso (a implanta��o de motoboxes), mas os acidentes em geral diminu�ram”, acrescenta Jos� Carlos Ladeira.

CONDI��O DAS MOTOS Um dos principais objetivos da campanha Ande Seguro � conferir as condi��es de seguran�a de motocicletas e condutores, a partir da avalia��o de itens como rodas, pneus, freios, buzina, rela��o (conjunto de pe�as que transmitem energia do motor �s rodas) e capacete. No geral, a campanha identificou melhoria em praticamente todos os itens, com exce��o das luvas, em que se observou piora. De todos os 653 ve�culos verificados, 76% foram considerados em bom estado para pilotagem, 20% em condi��es razo�veis e 4% ruins. “A gente tinha no come�o dessa campanha, em 2014, 40% das motocicletas em condi��es ruins de uso. Hoje, temos 76% em condi��es boas de uso. Ent�o, o motociclista est� ficando mais consciente. Temos a legisla��o do motofretista, que hoje � obrigado a usar jaqueta, colete refletivo, mata-cachorro e placa refletiva. Todas essas a��es t�m contribu�do para uma melhora. Al�m disso, temos isen��o do ICMS para venda de capacetes no estado de Minas Gerais, o que tem contribu�do para o motociclista ter uma condi��o melhor de seguran�a”, completou Milton Furtado, da C�mara Setorial Duas Rodas da CDL/BH.

 

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

Palavra de especialista

 

M�dico Marcelo Lopes Ribeiro, gerente assistencial do Hospital Jo�o XXIII

Perfil em mudan�a

“As v�timas de acidentes com motocicletas que chegam no Hospital Jo�o XXIII s�o predominantemente jovens adultos de 18 a 35 anos, do sexo masculino, mas estamos observando uma mudan�a em rela��o ao g�nero dos condutores. Antes, a cada 10 acidentes, nove envolviam homens. Atualmente, a propor��o � de sete homens e tr�s mulheres. N�o temos dados quantificados, mas posso afirmar que grande parte das pessoas acidentadas n�o t�m Carteira Nacional de Habilita��o. A maioria das v�timas, 90%, sofrem politraumatismo, les�es no cr�nio e no t�rax. Por�m, � grande tamb�m o n�mero de les�es de menisco e fraturas de pernas. A m�dia de gastos com cada paciente � de R$ 40 mil a
R$ 50 mil. Devido ao grande n�mero de atendimentos nesse tipo de caso, h� dificuldade com a quantidade de pr�teses e �rteses para tratar todos os pacientes.”


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)