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Estado de Minas

Chuvas constantes em BH elevam risco de deslizamentos de terra

Precipita��o por dias consecutivos atenua a crise h�drica em BH, mas encharca o solo e traz de volta a amea�a de deslizamento em �reas de risco geol�gico, especialmente em vilas e favelas


postado em 24/11/2017 06:00 / atualizado em 24/11/2017 07:36

Preocupação é maior com construções erguidas em encostas da capital, especialmente em comunidades carentes(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Preocupa��o � maior com constru��es erguidas em encostas da capital, especialmente em comunidades carentes (foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)

A chuva intermitente dos �ltimos dias aliviou a baixa nos reservat�rios de �gua da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte depois de um ano marcado por estiagem, mas mudou o foco de preocupa��o na capital. Com volume de precipita��o mais baixo, mas persistente, a cidade, que nas �ltimas esta��es de �guas se acostumou a enfrentar temporais passageiros e alagamentos, agora se v� �s voltas com outro tipo de risco: o encharcamento do solo e os deslizamentos de encostas. Os �ndices pluviom�tricos altos registrados em forma de chuva fina e em dias consecutivos fazem a �gua se acumular no solo e o deixa mais suscet�vel aos escorregamentos, fen�meno comum em �reas de relevo acidentado e em pontos onde houve a retirada da cobertura vegetal original, que ajuda a garantir a firmeza da terra.

A situa��o se torna especialmente preocupante em uma cidade montanhosa, onde existem atualmente 1.500 edifica��es em �reas com risco de deslizamento em vilas e favelas mapeadas pela Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel). Apesar de o n�mero ser menor que o �ltimo dado dispon�vel, de 2011 – quando eram 2.738 moradias com risco alto e 23 com risco muito alto –, a estat�stica oficial est� distante da realidade. A Urbel ainda n�o tem o mapeamento das edifica��es em loteamentos ainda n�o regularizados na prefeitura e em �reas de ocupa��o irregular, a exemplo das ocupa��es Dandara (na Regi�o de Venda Nova), Irm� Dorothy e Nelson Mandela, ambas no Barreiro, e muitas outras. Al�m disso, h� 4.366 constru��es com risco considerado m�dio na capital.

Somente nesta semana, quando as chuvas se tornaram sequenciais, a Urbel registrou 20 escorregamentos de terra em �reas de risco da capital, al�m de uma queda de muro de arrimo, ocorr�ncia tamb�m relacionada � chuva, por problemas estruturais ou de drenagem. Segundo levantamento da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil, que corresponde tamb�m a �reas formais da cidade, foram computados cinco desabamentos parciais ou totais de muros de arrimo e mais 67 ocorr�ncias de risco de desabamento desse tipo de estrutura.

Segundo mapeamento da Urbel, s�o 208 �reas de risco em BH, sendo 174 vilas e favelas, 24 conjuntos habitacionais e 10 outros assentamentos. De acordo com diretora de �reas de Risco e Assist�ncia T�cnica da companhia, Isabel Volponi, somente as vilas e favelas, que j� est�o previstas no plano diretor de Belo Horizonte, tiveram edifica��es avaliadas. “O mapeamento nas demais �reas ainda n�o legalizadas ou sem defini��o do ponto de vista da ocupa��o do solo, de acordo com o plano diretor, j� come�ou a ser feito, mas ainda n�o h� um diagn�stico completo”, afirma Isabel.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)
Em Belo Horizonte, 19,5% da popula��o vive em �reas de vilas e favelas, ou cerca de um quinto dos moradores da cidade. S�o 471,3 mil habitantes. Desse total, 1,5% vive em situa��o de risco geol�gico alto, segundo a Urbel, o que soma aproximadamente 7.070 pessoas. O n�mero, no entanto, � din�mico e pode mudar rapidamente a depender de v�rios fatores, como o regime de chuvas. Por isso � t�o importante se manter atento a movimentos no solo e outros sinais que podem indicar a ocorr�ncia de acidentes. “A orienta��o para quem mora perto de encosta � para monitoramento constante do talude e do solo. � preciso observar se a encosta est� �mida, se houve movimenta��o de terra, abatimento ou se est� minando �gua no ‘p�’ do barranco. No ch�o, � preciso ficar atento � ocorr�ncia de degraus e trincas, al�m de afundamentos”, explica Isabel.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil municipal, coronel Alexandre Lucas, o �rg�o j� emitiu alertas para moradores de pontos mais cr�ticos para risco geol�gico na capital. “Inclusive, j�  emitimos alertas para o pessoal da Rua Sustenido com Ren� Renault, no Aglomerado da Serra, al�m de outras ruas no encontro dos bairros S�o Lucas e Serra (todos na Regional Centro-Sul). Tamb�m a Vila Chaves, que fica no Bairro Calif�rnia (Noroeste), e o Grot�o, no Bairro Hava� (Oeste). S�o locais que t�m situa��es que mais nos preocupam. A quest�o para n�s � muito importante, porque h� muros de arrimo e situa��es de satura��o de �gua comuns ao per�odo”, disse.

Segundo o coronel, quem monitora o Bairro Taquaril, �rea tamb�m sens�vel, � a Urbel. “Esse � tamb�m um ponto preocupante, em virtude das possibilidades de deslizamento. Mas, neste momento, todo lugar que tem aterro ou onde algu�m esteja fazendo escava��es no terreno sem orienta��o t�cnica est� sujeito a deslizamentos”, alertou o coordenador.

PREVEN��O A Defesa Civil atende a solicita��es de vistoria pelo telefone 199, fazendo monitoramento nos locais em caso de chuva. Em todas as �reas de risco geol�gico ou de inunda��es s�o desenvolvidos treinamentos e planos de conting�ncia. “Temos n�cleos de alerta de chuva com representantes da Urbel e Defesa Civil e volunt�rios nas �reas de inunda��o. S�o feitos treinamentos constantes nas comunidades. Nas avenidas Vilarinho e Tereza Cristina tamb�m temos treinamento. A preocupa��o � com tudo, at� �rvores que podem cair, mas o tipo de chuva que estamos enfrentando nos �ltimos dias aumenta o risco de deslizamentos”, afirma Alexandre Lucas.

Funcion�rios da Urbel tamb�m fazem a��es de preven��o em vilas e favelas, como explica Isabel Volponi. Por meio do Programa Estrutural de �rea de Risco (Pear) s�o feitas interven��es preventivas, com diagn�stico de �reas de risco e obras. Em 2016, 78 interven��es foram realizadas. Neste ano, 40 foram conclu�das e 20 est�o em andamento. “Fazemos tamb�m um trabalho de conscientiza��o para que a popula��o entenda o que � o risco, como identific�-lo e como proceder se um acidente ocorrer”, afirma a diretora Isabel Volponi. Quando o risco � muito alto, ela explica que os moradores s�o retirados das moradias, de forma tempor�ria ou permanente. Neste ano, cinco fam�lias tiveram que deixar suas casas temporariamente enquanto obras eram feitas, e outras cinco tiveram que se mudar definitivamente, diante da gravidade do risco a que estavam submetidas.

 

O lado bom do tempo chuvoso

 

As chuvas come�aram a se tornar mais frequentes na Grande BH a partir do dia 19, e a previs�o � de que o m�s se encerre com �ndice pluviom�trico igual ou pouco maior que a m�dia hist�rica para novembro, que � de 227,6 mil�metros. De acordo com o 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a chuva sequencial deve dar uma tr�gua no fim de semana e voltar na ter�a-feira. Segundo a Copasa, o volume armazenado nos reservat�rios que abastecem a Grande BH teve um salto de 94 milh�es de metros c�bicos para 96,5 milh�es de metros c�bicos no Sistema Rio Manso.

Ainda assim, de acordo com diretor de Opera��o Metropolitana, R�mulo Perilli, o Sistema Paraopeba, que engloba os reservat�rios Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores, ainda acumula menos �gua que na mesma �poca do ano passado (126 milh�es de metros c�bicos, contra 144,5 milh�es de 2016). “Mas estamos em uma situa��o confort�vel no abastecimento e sem risco de racionamento”, afirma. Segundo ele, isso foi poss�vel por causa da obra de capta��o no Rio Paraopeba, inaugurada em dezembro de 2015.


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