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Estado de Minas

Solu��es contra acidentes no Anel Rodovi�rio esbarram em obst�culos

Entraves em s�rie cercam as medidas anunciadas pela PBH para reduzir acidentes no trecho, afirmam especialistas. Eles apontam at� risco de transfer�ncia do problema para outras �reas


postado em 28/11/2017 06:00 / atualizado em 28/11/2017 07:21

(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
(foto: Alexandre Guzanshe/EM/DA Press)
Enquanto a Prefeitura de Belo Horizonte espera conseguir operacionalizar a��es para minimizar a gravidade de acidentes no Anel Rodovi�rio da capital mineira, entraves prometem dificultar as interven��es coordenadas pelo poder p�blico municipal. Especialistas ouvidos pela reportagem do Estado de Minas apontam problemas na implanta��o de medidas que j� chegaram a ser divulgadas em um primeiro momento como alternativas pela PBH para frear as mortes na via mais movimentada da cidade, como a restri��o de ve�culos pesados em determinados hor�rios, a cria��o de �reas de escape e um pente-fino nas condi��es dos caminh�es antes da entrada no Anel. De janeiro a outubro, 27 pessoas morreram na rodovia, por onde circulam cerca de 160 mil ve�culos todos os dias.

Os n�meros apontam redu��o de acidentes e �bitos quando os dados de 2017 s�o comparados com o mesmo per�odo do ano passado (veja quadro). Nos 10 primeiros meses de 2016, foram 31 mortes. Por�m, os acidentes mais graves assustam a popula��o e geram grande repercuss�o, caso da trag�dia que vitimou o policial civil Dogmar Alves Monteiro e sua mulher e filho na v�spera do feriado de 7 de setembro. Um caminh�o esmagou o ve�culo do policial ao n�o conseguir parar em um congestionamento que chegou ao fim da descida do Bairro Bet�nia, Oeste de BH, causado pelo estrangulamento da pista no pontilh�o da linha f�rrea do Bairro das Ind�strias (Regi�o do Barreiro).

Naquela ocasi�o, o prefeito de BH, Alexandre Kalil, reagiu e entrou na Justi�a pedindo a municipaliza��o do Anel, que � uma rodovia federal e pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Como forma de n�o depender das a��es do Dnit, a prefeitura quer agir no trecho de 10 quil�metros entre os bairros Olhos D’�gua e Calif�rnia, que foi concedido � iniciativa privada na esteira da concess�o da BR-040. A principal interven��o que a administra��o municipal estuda, em conjunto com as pol�cias Militar Rodovi�ria (PMRv) e Rodovi�ria Federal (PRF), a Ag�ncia Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Via-040, concession�ria que opera esse segmento de 10 quil�metros, � a restri��o � circula��o dos caminh�es em determinados hor�rios entre a entrada do Anel, na conflu�ncia com a BR-356 (Bairro Olhos D’�gua, Regi�o do Barreiro), e a Avenida Amazonas, no Madre Gertrudes, Oeste da capital. J� ficou definido que essa medida ser� implementada no primeiro semestre do ano que vem, mas as regras de locais, tipos de caminh�es e hor�rios ainda est�o sendo estudados.

A primeira coisa antes de se pensar nesse tipo de situa��o � entender o tamanho do problema, segundo o mestre em engenharia de transportes pelo Instituto Militar de Engenharia do Rio de Janeiro, Paulo Rog�rio Monteiro. “Ningu�m tem um dado preciso que permita entender o tamanho do problema. Tem que modelar isso, at� para saber onde esses caminh�es que n�o puderem entrar no Anel v�o ficar”, analisa Monteiro. O especialista afirma que certamente essa medida trar� consequ�ncias para outras regi�es da cidade. “Voc� fecha uma porta, mas os ve�culos que est�o transitando na regi�o metropolitana v�o procurar outros caminhos e transferir o problema para outros lugares, o que pode criar uma situa��o ainda pior”, afirma.

A professora Karla Rodrigues, que � do Departamento de Engenharia de Transportes do Cefet/MG, acrescenta que essa medida poderia gerar um efeito “lingui��o” no Anel Rodovi�rio no momento em que o acesso fosse liberado para os caminh�es, criando uma grande fila de ve�culos pesados e parando o tr�nsito na rodovia. “Al�m desse efeito de fila, poderia tamb�m aumentar o n�mero de acidentes nesse momento de retorno dos caminh�es, compensando o que voc� evita com a restri��o”, afirma.

Outro an�ncio da PBH de medida que dever� ser estudada para virar realidade � a constru��o de �reas de escape no Anel, justamente para servirem de rota de fuga caso os caminh�es percam os freios e possam evitar a colis�o com ve�culos menores. Por�m, essa situa��o encontra um entrave muito significativo nas ocupa��es �s margens do Anel, segundo a professora Karla Rodrigues, pois n�o h� espa�o para a cria��o das �reas de escape. A maioria das �reas nas beiradas da rodovia est� ocupada. “Quando voc� tem casas lindeiras � rodovia, o custo da interven��o aumenta muito”, afirma.

Essa l�gica tamb�m se repete para a possibilidade de amplia��o de faixas de circula��o, conforme Karla Rodrigues. Segundo a professora, n�o adianta ampliar a capacidade sem mexer na estrutura das obras de arte especiais, como s�o conhecidas as pontes, viadutos e pontilh�es. � o caso do pontilh�o da linha f�rrea que passa por cima do Anel, entre os bairros das Ind�strias e Vista Alegre, que representa um gargalo que contribuiu diretamente para as trag�dias da descida do Bet�nia. Segundo a especialista, aumentar uma faixa de circula��o sem ajustar a capacidade embaixo do pontilh�o significa apenas empurrar o congestionamento, que s� deixar� de acontecer quando houver uma interven��o que permita aumentar a capacidade tamb�m nessa �rea.
(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)

PARADA A Prefeitura de BH tamb�m anunciou que pretende fazer um pente-fino nas condi��es dos caminh�es antes da entrada no Anel Rodovi�rio, o que segundo Paulo Rog�rio Monteiro impacta na log�stica e na estrutura da Pol�cia Rodovi�ria Federal. � a PRF que tem o poder necess�rio para abordar os ve�culos, por exemplo, na BR-040, antes de eles acessarem o Anel pelo Bairro Olhos D’�gua. O presidente da BHTrans, C�lio Bouzada, garante que haver� efetivo suficiente para dar conta dessa demanda, mas a especialista em engenharia de transportes n�o acredita que seja uma coisa simples de se fazer. “� claro que � fundamental ter um plano de conting�ncia para o Anel, mas eu vejo com muito ceticismo essas possibilidades. Por mais que eu acredite na inten��o da prefeitura, ela n�o pode fazer praticamente nada, pois estamos falando de uma �rea federal sob concess�o que re�ne muitas entidades. Para funcionar, tem que ser a��es de cima para baixo”, completa. A reportagem procurou a PRF, que n�o quis se manifestar sobre o assunto.

Por meio de nota, a BHTrans informou que j� foram identificados, pela Concession�ria Via 040, quatro postos de combust�vel, entre Nova Lima e a pra�a de ped�gio da concession�ria em Itabirito, que podem servir de parada segura para os motoristas de caminh�es, antes de eles entrarem no Anel. “Ser�o estabelecidos os pontos de fiscaliza��o e de a��es educativas, em conjunto com a PMRv e PRF. Todas as quest�es ainda est�o sendo discutidas”, informou. A empresa disse ainda que o trecho onde est�o sendo definidas as primeiras medidas de seguran�a, entre o Bairro Olhos D’�gua e a Avenida Amazonas, est� sendo mapeado para cria��o de �reas de escape.


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