
Para isso, o HC participou de rigorosa sele��o, que incluiu v�rias visitas, certifica��es e adapta��es na estrutura. A vacina j� foi testada em seres humanos para monitoramento da seguran�a e sele��o da melhor dosagem em uma primeira fase, e aprovada por comit�s de �tica nacionais e internacionais. Agora, a subst�ncia ser� avaliada em um novo grupo de pessoas, com a finalidade de estudar mais dados sobre a sua efic�cia e seguran�a no organismo de seres humanos sadios. Para essa nova fase ser�o recrutados homens e mulheres volunt�rios, entre 15 e 35 anos, que moram em Belo Horizonte ou regi�o metropolitana.
A infectologista do HC Fl�via Ribeiro, pesquisadora-chefe do estudo cl�nico, explica que, como a vacina n�o cont�m o v�rus, n�o h� risco de contamina��o dos volunt�rios. Chamada de “vacina de DNA contra zika”, � feita com parte do material gen�tico do v�rus, que poder� produzir anticorpos capazes de promover uma resposta contra a infec��o. Segundo a m�dica, at� o momento n�o foram observados quaisquer problemas graves por causa do imunizante.
Nessa pr�xima fase, ser� preciso um maior n�mero de pessoas para determinar se a vacina efetivamente funciona. A seguran�a continuar� sendo monitorada por meio de exames laboratoriais e cl�nicos. “H� v�rias normas a serem seguidas, e a subst�ncia deve ser aprovada em todas as inst�ncias locais, nacionais e mundiais. A pesquisa � feita para maximizar benef�cios e minimizar riscos”, explica Fl�via Ribeiro.
Vacina contra o zika ter� 180 volunt�rios
Para a nova fase de testes em humanos da vacina contra o zika v�rus, conduzidos no Brasil por duas institui��es, uma delas o Hospital das Cl�nicas da UFMG, um grupo m�nimo de 180 pessoas ficar� durante 96 semanas � disposi��o de uma equipe multidisciplinar com cerca de 40 integrantes, composta por m�dicos e profissionais da �rea de sa�de. Para o estudo, as despesas com transporte e alimenta��o dos volunt�rios ser�o reembolsadas. Em todo o mundo, haver� pelo menos 2,4 mil pessoas recebendo as doses.
Metade dos participantes receber� a vacina e a outra metade tomar� um placebo (solu��o salina), em doses aplicadas por dispositivo sem agulha. O participante ter� chances iguais de ser colocado em qualquer um dos grupos. O estudo � “duplo cego”, o que significa que participantes e pesquisadores n�o saber�o a qual grupo de medicamento o volunt�rio foi integrado. Isso � feito para garantir que os resultados sejam avaliados de forma imparcial. “Isso � importante, para n�o se ter um direcionamento em rela��o � vacina. Se uma dessas pessoas, por exemplo, tem uma febre logo depois, vamos atribuir � vacina se soubermos que ela tomou a dose”, explica a infectologista do HC Fl�via Ribeiro, pesquisadora-chefe do estudo cl�nico. Os volunt�rios ser�o vacinados em tr�s doses, com um intervalo de quatro semanas entre elas.
A infectologista ressalta que, embora o v�rus n�o possa ser transmitido pelo medicamento, os testes n�o contemplar�o neste momento mulheres gr�vidas nem pacientes com baixa defesa. Caso o imunizante se comprove eficaz, ao fim dos estudos o grupo que tomar placebo durante os testes ser� vacinado. “O desafio agora � a popula��o entender que, se n�o houver pessoas que fa�am testes, nunca teremos novas tecnologias”, destaca. Os candidatos a integrar o estudo ser�o informados sobre todas as etapas da pesquisa, para avaliar se preenchem os crit�rios, ficando a cargo de cada um decidir se participar�. Inicialmente, os que se apresentarem passar�o por rigorosa consulta e exames m�dicos gratuitos. Fl�via Ribeiro lembra que a participa��o � volunt�ria e que h� resolu��es e normas para pesquisas envolvendo seres humanos, assegurando seus direitos e sua prote��o
Este ano foram registrados em Minas 746 casos prov�veis de zika, sendo 134 em gestantes, segundo a Secretaria de Estado da Sa�de. O n�mero � bastante inferior ao do ano passado, quando 14.086 pessoas foram infectadas. Em maio, o Minist�rio da Sa�de declarou o fim da Emerg�ncia Nacional em Sa�de P�blica deflagrada diante do v�rus e sua associa��o com a microcefalia e outras altera��es neurol�gicas em beb�s. O n�mero de registros da infec��o caiu cerca de 95% nos primeiros meses deste ano em compara��o com o mesmo per�odo de 2016.