
De acordo com o supervisor de campo do setor de zoonoses da Prefeitura de Brumadinho, Jo�o Batista Paiva, pelo menos tr�s saguis foram encontrados com sinais de agress�o desde o ano passado. “Estamos fazendo campanhas para ensinar �s pessoas que os animais, na verdade, n�o transmitem para n�s a doen�a, mas sinalizam quando devemos tomar provid�ncias maiores sobre isso. Ainda assim, encontramos, pelo menos tr�s animais com sinais de tiros”, lamenta. Ontem, Paiva coordenou uma van nas comunidades pr�ximas aos casos com 12 agentes que se distribu�ram em cada uma das resid�ncias existentes na regi�o.
As agentes de sa�de do munic�pio intensificaram as buscas ativas, que s�o opera��es de rastreamento, destrui��o de focos e orienta��o sobre o desmantelamento de criat�rios existentes no ambiente dom�stico do munic�pio. A cobertura vacinal local era de 84%, mas a procura pelas doses de imuniza��o tem se ampliado e um refor�o est� previsto pela Secretaria de Estado de Sa�de, que pode totalizar 2 milh�es de doses em todo o estado.
No ano passado, Minas Gerais concentrou a mais grave face do surto de febre amarela no Brasil, com 162 mortos confirmados e outros 475 doentes, segundo o Minist�rio da Sa�de. A atual identifica��o de macacos mortos, cerca de sete, sendo pelo menos tr�s deles positivos para a febre amarela, fez com que tr�s parques fossem fechados: os municipais dos Mangabeiras e Serra do Curral, em Belo Horizonte, e o Estadual do Rola-Mo�a. Em todos eles foram encontrados exemplares contaminados e mortos pelo mal.
Os doentes de febre amarela em Brumadinho eram moradores do Bairro Palhano, pr�ximo ao acesso da BR-040. Em alguns condom�nios que l� existem, como o Retiro do Chal�, j� circulam informativos para a preven��o da doen�a e prolifera��o dos mosquitos transmissores, instruindo que as pessoas busquem a imuniza��o por vacinas nos postos de sa�de da regi�o. O material � distribu�do pelos funcion�rios da portaria e por seguran�as que afirmam ter sido bastante requisitados sobre o assunto.

CRIAT�RIOS No rastreamento de focos realizado ontem foram encontrados v�rios criat�rios de mosquitos, com larvas em v�rios est�gios evolutivos amadurecendo para se tornar mosquitos potencialmente transmissores, muitos desses locais em sucatas e entulhos deixados nos quintais das resid�ncias rurais. Pneus, garrafas velhas, peda�os de vasos e at� lonas esticadas se transformaram em ber�o para a eclos�o e desenvolvimento das larvas de mosquitos transmissores, muitas vezes sem que os moradores desses lotes nem sequer desconfiassem. “A gente tenta sempre seguir o que os agentes nos falam. Manter limpos os quintais, mas � dif�cil, porque a gente acha que n�o tem mosquitos demais e quando v� tem um tanto dentro de uma garrafa ou de outra coisa”, disse a dona de casa Neli Silva, de 76, que mora na casa do Bairro Carneiros com a neta de 18.
Durante toda a manh�, a Unidade B�sica de Sa�de (UBS) do Bairro Palhano se tornou refer�ncia para que as pessoas pr�ximas � �rea mais afetada se imunizassem tomando vacinas ou se orientassem quanto aos procedimentos, sendo tamb�m o quartel-general das equipes de buscas ativas por focos. “N�o sabia se tinha que tomar uma dose, da� trouxe meu cart�o de vacina��o para ver. Disseram que na �ltima vez j� tomei, ent�o volto mais tranquilo”, disse o agricultor M�rio Morais, de 57.
J� a faxineira Silvana Rodrigues dos Santos, de 44, chegou de viagem recente e ao saber que na sua vizinhan�a ocorreram dois casos de doen�a, tratou de juntar a irm� e os vizinhos para se vacinarem. “H� 10 anos tinha tomado uma dose e com esses casos aqui pertinho a gente fica assustada, insegura mesmo. Ent�o, aqui nos informaram como se prevenir do mosquito e depois de tomar uma dose da vacina a gente tranquiliza mais”, disse.
Repelentes para os visitantes
O Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, come�ou ontem a distribuir repelentes aos visitantes. A medida foi adotada depois de confirmados dois pacientes com febre amarela na regi�o, sendo que um deles morreu. Logo na chegada ao parque, cartazes explicam sobre a doen�a, informam sobre a necessidade de preven��o e orientam as pessoas a se certificarem sobre a vacina contra a doen�a. Uma funcion�ria oferece os repelentes antes mesmo de os turistas entrarem. Por meio de nota, o Inhotim comunica que n�o foi identificado qualquer caso de febre amarela no instituto e que est� tomando todas as medidas preventivas necess�rias para combater a doen�a. Acrescentou que
desde meados do ano passado, quando foram registrados os primeiros casos em Minas Gerais, est� atento e vem adotando uma s�rie de a��es.