
A Secretaria de Estado da Sa�de alerta para a febre maculosa e aconselha cuidado a quem pretende frequentar parques, cachoeiras, beira de rios, lagos e �reas gramadas. Em 2017, houve 25 casos, com 15 �bitos. H� ainda as enfermidades transmitidas pelo Aedes aegypti, em especial a febre chikungunya, em alta em Minas. No ano passado, houve 16.789 casos prov�veis e 13 mortes, as primeiras da hist�ria do estado. Em 2018, nove notifica��es. Especialistas indicam medidas de prote��o pessoal para evitar o cont�gio.
Os ambientes de matas e com presen�a de animais s�o prop�cios � prolifera��o de carrapatos, que podem propagar a febre maculosa, transmitida ao ser humano por meio da picada do carrapato-estrela infectado pela bact�ria Rickettsia rickettsii. O parasita utiliza cavalos, capivaras e at� animais dom�sticos, como c�es e gatos, como hospedeiros.
Os dados da febre maculosa em Minas no ano passado assustam. Os 25 casos e 15 mortes s�o os maiores n�meros em quatro anos. Em compara��o a 2016, casos confirmados saltaram 47%. J� os �bitos mais que dobraram. Um dos �ltimos ocorreu em novembro, em S�o Gon�alo do Rio Abaixo, na Regi�o Central.
Segundo a prefeitura da cidade, um homem de 29 anos, da zona rural, manifestou os sintomas no dia 19, morrendo dia 22. Um outro caso est� sendo investigado. Diante das notifica��es, a Secretaria Municipal de Sa�de orientou profissionais sobre o tratamento adequado e se reuniu com representantes das �reas de agricultura e do meio ambiente para definir a��es de preven��o e controle do vetor.
Mesmo n�o sendo o per�odo mais cr�tico da enfermidade, especialistas alertam que a preven��o deve ser feita. “Tem o risco, sim, da febre maculosa, apesar de o per�odo mais cr�tico ser entre mar�o e outubro. Mas, de qualquer maneira, as pessoas devem ficar atentas, principalmente nos lugares onde est�o sendo registrados casos”, alertou o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling. Entre as medidas que podem ser tomadas est� o uso roupas longas e de cor clara, para facilitar a visualiza��o dos carrapatos, e de cal�ados de cano longo.
Em Belo Horizonte, segundo a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA), n�o houve transmiss�o de febre maculosa em 2017. Os quatro casos de residentes registrados no ano passado tiveram local de infec��o fora da capital. Ainda assim, a prefeitura desenvolve a��es de educa��o, preven��o e monitoramento para evitar contato com o carrapato, que envolvem panfletagem e divulga��o de informa��es sobre a febre e formas de preven��o. Em 2017, as a��es foram realizadas na Regi�o de Venda Nova (Serra Verde/Cidade Administrativa) e Pampulha – apontada como local de infec��o de uma v�tima no passado –, com abordagem de turistas, atletas e visitantes na orla e tamb�m em pontos tur�sticos, como o Parque Guanabara. Al�m disso, a SMSA realiza, tr�s vezes ao ano, a��es de vigil�ncia acarol�gica no Parque Ecol�gico da Pampulha, como forma de preven��o e controle vetorial em cavalos, com tratamento carrapaticida.
�BITOS A febre amarela, que j� provocou tr�s mortes neste ano em Minas, tamb�m requer aten��o e cuidados especiais dos visitantes. Ontem, a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG) confirmou mais uma morte de paciente atingido pela doen�a, de Carmo da Mata, no Centro-Oeste, assim como a Prefeitura de Nova Lima, na Regi�o Metropolitana de BH, revelou um �bito. Em Nova Lima, o morto � um homem de 46 anos, morador de S�o Paulo, que passou as festas de fim de ano na cidade, que tem 96% de cobertura vacinal. H� mais dois casos sob investiga��o.
O �bito de Carmo da Mata, a 180 quil�metros da capital, � de um top�grafo, de 38 anos. Na sexta-feira, foi confirmada a morte de um homem de 51 anos em Brumadinho, na Grande BH. Um outro paciente com sintomas da febre na cidade foi transferido para o Esp�rito Santo.
A secret�ria Municipal de Sa�de de Carmo da Mata, Nath�lia Resende, informou que o morador, casado, morreu em 3 de janeiro no CTI do Hospital S�o Judas Tadeu, na cidade vizinha de Oliveira. “No dia 30 ele foi atendido com sintomas da doen�a num posto de sa�de aqui e encaminhado para Oliveira. Tinha casa na �rea urbana e um s�tio na zona rural, no lugarejo de Forquilha, onde estava seis dias antes de apresentar os sintomas da febre”, explicou. A confirma��o levou moradores a uma corrida para se vacinar. Somente ontem, cerca de 200 pessoas passaram por um dos postos de sa�de locais. A cobertura no munic�pio, de 13 mil habitantes, � de 70%.
Em 21 munic�pios mineiros foram registradas mortes de macacos infectados pelo v�rus da febre amarela. Em outros 26, �bitos de primatas est�o em investiga��o, e em 50 houve mortes sem causas determinadas. Para Carlos Starling, os locais onde h� essas ocorr�ncias devem ser evitados por quem ainda n�o se vacinou. “Primeiro, � identificar os locais onde est� havendo mortandade. Outra medida � procurar prote��o pessoal. Se vai se deslocar para esses locais, utilizar repelentes e selar as janelas”, disse. “Mas a medida mais eficaz � a vacina��o. Tem que ficar atento ao prazo de 10 dias para a vacina fazer efeito”.
Doen�as do Aedes
As doen�as transmitidas pelo Aedes aegypti tamb�m preocupam. Em especial, a febre chikungunya. Em 2017, o estado viveu seu pior ano de infec��o. Foram 16.789 casos prov�veis, al�m de 13 mortes, 10 delas em Governador Valadares, na Regi�o do Rio Doce. Neste ano, j� s�o nove notifica��es, m�dia de uma por dia. Em 2018, a previs�o � que a enfermidade se espalhe rapidamente pelo pa�s devido ao baixo n�mero de pessoas que j� a contra�ram – grande parte ainda n�o produziu anticorpos suficientes para escapar.
BEM PREPARADOS O rol de doen�as que neste momento assusta os mineiros deixa em alerta tamb�m turistas. Mas nada que os afaste dos passeios em Belo Horizonte. Ontem passeavam pela orla da Lagoa da Pampulha os amigos Lydie Dupont, Juliette Demester e Hugo Leprince, todos de 22 anos. Eles se informaram sobre a febre amarela antes de sair da Fran�a, mas nunca tinham ouvido falar sobre a maculosa. Para se proteger, tomaram a vacina na Europa e, em solo brasileiro, usam repelentes a partir do fim da tarde.
“Fui ao m�dico para ser aconselhada sobre o que fazer antes de vir”, contou Juliette. Lydie tamb�m buscou orienta��es, mas se surpreendeu ao saber sobre o surto de febre amarela em Minas e os perigos deste ano. Segundo ela, numa institui��o de sa�de de refer�ncia mundial na Fran�a lhe apresentaram um mapa em que o cen�rio era bem diferente. “Eles me mostraram um mapa da doen�a em toda a Am�rica do Sul, mas ela estava restrita aqui � regi�o da Amaz�nia”, disse.
