
O �bito de BH e o anunciado ontem por Nova Lima, o quinto na cidade da regi�o metropolitana, ainda n�o constam no �ltimo boletim epidemiol�gico da Secretaria de Estado de Sa�de (SES), divulgado anteontem, que confirma um total de 11 mortes e 12 pessoas infectadas. O paciente morava no Barreiro e estava internado no Hospital J�lia Kubitschek, na mesma regi�o. Ele morreu na quinta-feira da semana passada. Segundo fonte da secretaria municipal, o homem contraiu a doen�a num s�tio em Brumadinho. A cidade vizinha teve dois casos confirmados de febre amarela, sendo que um paciente morreu (o primeiro �bito do per�odo 2017/2018 em Minas). A pasta informou que as a��es de conten��o, como trabalho de zoonoses e intensifica��o da vacina, foram feitas logo depois que recebeu a notifica��o do caso suspeito, um dia antes da morte.
As medidas contemplaram vistorias para retirada de focos do mosquito Aedes aegypti (transmissor da doen�a e tamb�m de dengue, zika e chikungunya) em 520 im�veis perto da casa da v�tima. Anteontem, foi encontrado um macaco morto no Buritis, bairro pr�ximo ao Barreiro. Ainda n�o h� confirma��o se ele estava contaminado. De acordo com a pasta, quando s�o encontrados primatas mortos, sinal de circula��o do v�rus em determinada regi�o, ou diante de algum caso suspeito de febre amarela humana, a �rea de zoonoses de cada regional faz um pente-fino num raio de 200 metros do local onde foi achado o animal, de forma a eliminar poss�veis focos do Aedes, que em ambiente urbano pode transmitir a febre amarela.
No Barreiro, houve ainda um trabalho de mobiliza��o da vizinhan�a e aplica��o de inseticida contra o vetor. As a��es de controle vetorial se unem �s de educa��o em sa�de e sensibiliza��o de moradores para a elimina��o de focos do mosquito. � verificada tamb�m a situa��o vacinal da popula��o. Quem n�o tomou qualquer dose da vacina nem est� no grupo para o qual a prote��o � contraindicada � orientado a ir a um centro de sa�de.
No restante do estado, o alerta tamb�m est� ligado. Isso porque 12 das 28 regionais de Sa�de s�o apontadas pelo governo do estado como �rea de aten��o: elas t�m cobertura vacinal inferior a 80% e est�o mais longe da meta de vacina��o (95%). Cinco delas fazem divisa com o estado de S�o Paulo: Ituiutaba (73,1%), Passos (74,49%), Alfenas (75,51%), Varginha (74,6%) e Pouso Alegre, que tem a menor cobertura do estado (66,69%), de acordo com a SES.
PERIGO O �ltimo boletim da Secretaria de Estado de Sa�de de S�o Paulo aponta 69 casos confirmados da doen�a e 21 �bitos. No per�odo 2017/2018, foram confirmados 430 macacos com a doen�a em territ�rio paulista. Desde julho de 2016, ocorreram 2.491 �bitos ou adoecimentos de primatas, sendo 617 animais com diagn�stico positivo para a febre amarela, de acordo com as an�lises laboratoriais do Instituto Adolfo Lutz – 61,5% deles na regi�o de Campinas. A �rea faz divisa com o Sul de Minas e inclui as cidades mineiras de Extrema e Gon�alves, onde foram encontrados macacos com mortes confirmadas pela doen�a (Veja mapa).
Em entrevista coletiva ontem, em Bras�lia, o secret�rio-executivo do Minist�rio da Sa�de, Ant�nio Carlos Nardi, garantiu que n�o faltar�o doses para imuniza��o da popula��o. “Temos vacina suficiente para toda a popula��o brasileira caso seja necess�rio”, afirmou. De acordo com o minist�rio, neste ano, apenas em janeiro, foram repassados 8,8 milh�es de doses da vacina a estados de todo o pa�s. Ao longo de todo o ano passado, foram 45 milh�es e, desde o in�cio de 2017, s�o disponibilizadas doses extras �s unidades da federa��o que registram casos suspeitos.
Al�m das 21 mortes em S�o Paulo, Rio de Janeiro confirmou tr�s �bitos, Bahia um, e o Distrito Federal, um. Em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia, as vacinas ser�o aplicadas em doses fracionadas para agilizar a vacina��o, de acordo com o governo federal. Minas Gerais ficou de fora do pacote. De acordo com Ant�nio Nardi, o estado n�o foi inclu�do porque hoje tem “alt�ssimas coberturas vacinais”. Em todo o estado, 81,89% da popula��o foi imunizada, o que significa 3,6 milh�es de pessoas ainda desprotegidas.
A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais informou ontem que mant�m a recomenda��o de que, diante da ocorr�ncia de casos suspeitos ou morte de primatas por febre amarela em determinada regi�o ou munic�pio lim�trofe � localidade, a intensifica��o vacinal dever� ser iniciada imediatamente. E deve ser feita prioritariamente nos domic�lios do entorno dos casos suspeitos, sendo estendida por todo o munic�pio. � feita casa a casa, com verifica��o do cart�o de vacina.
Ontem, ap�s tr�s casos suspeitos e cinco �bitos confirmados pelo munic�pio por febre amarela, a Prefeitura de Nova Lima decretou situa��o de emerg�ncia em sa�de p�blica em decorr�ncia da doen�a. Na cidade, as quatro localidades atingidas foram Hon�rio Bicalho, Galo, Santa Rita e Cascalho. Mata do Engenho – pr�ximo a Macacos – e Alto do Goia est�o sob suspeita. No �ltimo fim de semana, Nova Lima fez campanha de vacina��o.
SERVI�O Os 152 centros de Sa�de de Belo Horizonte v�o abrir, no s�bado, das 8h �s 17h, para vacina��o contra a febre amarela. Tamb�m vai funcionar o Servi�o de Aten��o ao Viajante (Rua Para�ba, 890, Savassi).

M�sico pode ter sido infectado
Internado no Centro de Terapia Intensiva (CTI) do Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte, o m�sico Fl�vio Henrique, presidente da Empresa Mineira de Comunica��o, pode ser mais uma v�tima da febre amarela. A informa��o foi divulgada pelo produtor cultural Afonso Borges, amigo do cantor e compositor, em seu perfil na Facebook. O hospital, entretanto, n�o confirmou o diagn�stico. O Estado de Minas tamb�m tentou contato com a mulher do m�sico, sem sucesso. A informa��o sobre a doen�a de Fl�vio Henrique come�ou a circular na segunda-feira nas redes sociais. Amigos e parentes se engajaram em campanha para mobilizar doadores de sangue para o paciente. Publicados no Facebook, os posts informavam que o presidente da EMC deu entrada na sexta-feira no hospital, com dores de cabe�a e mal-estar e que o quadro teria evolu�do, com sintomas de dengue hemorr�gica ou febre amarela, com comprometimentos hep�ticos. No fim de semana, foi transferido para o CTI.