
A confirma��o da morte de dois moradores de Belo Horizonte em decorr�ncia da febre amarela e a preocupa��o com a circula��o do v�rus pela cidade levaram a uma corrida pela vacina��o. Ontem, postos de sa�de da capital mineira estavam lotados durante todo o dia. Nas filas, muita reclama��o pela espera do atendimento, que durou horas em alguns locais, e desinforma��o sobre quem poderia se imunizar. Funcion�rios afirmam que a demanda estava bem acima do normal. Tudo isso �s v�speras da primeira a��o deste ano da Prefeitura de Belo Horizonte para intensificar a vacina��o. Amanh�, todas as Unidades B�sicas de Sa�de (UBS) do Sistema �nico de Sa�de (SUS) estar�o abertas para receber a popula��o. A mesma atividade ocorrer� em Casa Branca, distrito de Brumadinho, e local mais prov�vel onde o m�sico e presidente da Empresa Mineira de Comunica��o, Fl�vio Henrique, contraiu a doen�a.
No Centro de Sa�de Carlos Chagas, no Bairro Santa Efig�nia, na Regi�o Centro-Sul, a demanda tamb�m foi superior. A decoradora Amaziles Cantagalli, de 62, n�o tomaria a vacina, mas resolveu se imunizar depois da repercuss�o da doen�a. “Agora veio um volume maior (de pessoas), porque est�o com medo. Eu mesma, n�o iria e nem queria me vacinar porque n�o vou a lugares infestados”, disse. Ela ficou horas na fila at� ser atendida. “Acho que eles deveriam disponibilizar mais profissionais neste momento. Como morreu uma pessoa importante, todos querem se vacinar ao mesmo tempo”, finalizou.
Com o objetivo de garantir a imuniza��o da popula��o diante dos casos registrados em munic�pios da Grande BH, a avalia��o dos idosos poder� ser realizada por qualquer profissional de sa�de, inclusive os que atuam nas unidades b�sicas. A determina��o foi feita pelo Minist�rio da Sa�de. Atualmente, a cobertura vacinal contra a febre amarela em BH est� em 86%. A meta � atingir 95%. BH ainda n�o registrou nenhum caso de febre amarela com cont�gio dentro do munic�pio. Dois moradores da cidade morreram em decorr�ncia pela doen�a, mas foram contaminados em �reas rurais de munic�pios da regi�o metropolitana.

SENHAS O banc�rio Fabiano Nakaguma, de 42 anos, tamb�m buscou o centro de atendimento e culpou a burocracia para a demora. “As pessoas preenchem formul�rios antes de serem vacinadas. Acredito que se fosse feito esse preenchimento de maneira pr�via, agilizaria”, comentou. Para ele, a divulga��o de novos casos e mortes pela doen�a, levou a uma maior procura pela vacina. Nakaguma contou que chegou no posto de sa�de por volta das 15h30 e pegou uma das �ltimas senhas que eram distribu�das. “Mesmo assim, muitas pessoas continuaram vindo para tentar a imuniza��o”.
A vacina pode ser encontrada ao longo de todo ano nos 152 centros de sa�de da capital mineira.A Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) afirmou que atrasos podem ocorrer por causa da alta demanda da popula��o. “Devido � grande procura nos �ltimos dias, podem ocorrer esperas e faltas pontuais, com r�pida reposi��o. A capital conta com estoque de vacinas para atender a popula��o que ainda n�o foi vacinada”, afirmou. Sobre as pessoas que n�o est�o com o cart�o de vacina��o, a pasta informou que elas s�o atendidas e que podem haver atrasos, pois “� necess�rio fazer o cadastro do usu�rio no sistema, de forma a gerar um prontu�rio, com as informa��es do paciente (data em que recebeu a vacina, lote da vacina, dentre outras)”.

PROTE��O A vacina��o est� sendo intensificada em 248 munic�pios mineiros. Amanh�, os centros de sa�de de BH estar�o abertos para receber a popula��o. Eles v�o funcionar das 8h �s 17h. Muitas d�vidas a respeito da vacina��o ainda persistem na cabe�a dos moradores. Uma delas � sobre a dose �nica. O Minist�rio da Sa�de mudou a estrat�gia de vacina��o contra a febre amarela em abril de 2016, seguindo as orienta��es da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS). Com isso, a dose �nica foi adotada. Isso significa que apenas uma dose � capaz de imunizar por toda a vida, n�o havendo mais a necessidade de refor�o. As pessoas que j� receberem duas doses da vacina ao longo da vida n�o precisam se preocupar. Elas est�o consideradas imunizadas e n�o v�o precisar do refor�o feito de 10 em 10 anos.
Minas n�o alterou a dosagem da vacina��o, como ocorreu em S�o Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Nesses estados, a dose recebida pela popula��o � de 0,1ml, que � chamada de fracionada. Ela � recomendada pela Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS) em locais onde h� grande risco de a doen�a se expandir. Essa dosagem protege o morador por at� oito anos. Em Minas, a dose � completa. Com isso, o morador recebe 0,5ml da vacina. Essa dosagem protege o cidad�o pela vida toda.
As pessoas devem se programar se forem fazer alguma viagem, principalmente aos locais onde h� a comprova��o da circula��o do v�rus. A dose da vacina demora 10 dias para fazer efeito. Caso n�o lembre se j� recebeu alguma dose da vacina contra a febre amarela, a recomenda��o da Secretaria de Estado de Sa�de (SES/MG) � de procurar os profissionais de sa�de em qualquer Unidade B�sica de Sa�de (UBS) do sistema �nico de Sa�de (SUS) para uma avalia��o e verifica��o da necessidade de se vacinar. (Colaborou Leandro Couri)
FIQUE ATENTO
Quem deve se vacinar
» A vacina est� dispon�vel em todos os postos do Sistema �nico de Sa�de (SUS) para pessoas acima de 9 meses e at� 59 anos
Ressalvas
» Quem tem mais de 60 anos precisa passar pela avalia��o de um profissional da sa�de antes de tomar a vacina
» Pessoas acima de 60 anos, gestantes e mulheres que est�o amamentando crian�as menores de 6 meses devem se vacinar se forem deslocar para locais com transmiss�o ativa da febre amarela
» Mulheres que est�o amamentando devem suspender o aleitamento materno por 10 dias ap�s receber a vacina
Quem n�o pode se vacinar
» Crian�as com menos de 6 meses
» Indiv�duos com hist�rico de rea��o anafil�tica a subst�ncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que cont�m prote�na animal bovina)
» Pacientes com hist�rico de doen�as do timo (miastenia grave, timona, casos de aus�ncia de timo ou remo��o cir�rgica), tamb�m devem buscar orienta��o de um profissional de sa�de
» Pacientes com imunossupress�o de qualquer natureza
» Pacientes infectados pelo HIV com
imunossupress�o grave
» Pacientes em tratamento com drogas imunossupressoras (corticosteroides, quimioterapia, radioterapia, imunomoduladores)
» Pacientes submetidos a transplante de �rg�os
» Pacientes com imunodefici�ncia prim�ria
» Pacientes com neoplasias
Inhotim vai exigir cart�o
A visita��o no Inhotim, um dos mais importantes centros de arte contempor�nea do mundo, localizado em Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, s� poder� ser feita por pessoas que j� receberam a vacina contra a febre amarela. A medida foi anunciada ontem pela assessoria de imprensa do local tur�stico e passa a valer na pr�xima ter�a-feira. Os visitantes j� estavam recebendo repelentes ao irem � �rea verde por causa dos casos da doen�a que j� tinha sido confirmados na cidade no in�cio deste ano. No entanto, nenhum caso da enfermidade foi identificado dentro da unidade.
De acordo com o Inhotim, o cart�o de vacina��o deve ser apresentado pelos visitantes para comprovar a imuniza��o. A dose ter� de ter sido ministrada 10 dias antes. “A medida � mais uma a��o preventiva que o Instituto adota, em parceria com a Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais, para conscientizar os visitantes sobre a import�ncia de se vacinar contra a doen�a. O Inhotim j� oferece aos visitantes repelentes, dispostos em locais estrat�gicos do museu, como recep��o, esta��o educativa e pontos de alimenta��o”, explicou por meio de um comunicado. A confer�ncia do cart�o de vacina��o ser� realizada no estacionamento do parque.
Os respons�veis pelo local afirmam que j� v�m realizando a��es de preven��o contra a doen�a desde o ano passado. “O Instituto informa que n�o foi identificado nenhum caso de febre amarela no Inhotim e que continua tomando todas as medidas preventivas necess�rias para combater a doen�a”, completou.
Devido a circula��o do v�rus da febre amarela em Minas, ao menos cinco parques est�o fechados ou com restri��o de visita��o no estado. Entre eles, o Parque das Mangabeiras e da Serra do Curral, na Regi�o Centro-Sul de Belo Horizonte. Na capital, ainda h� alerta em tr�s �reas verdes devido a proximidade com locais onde tiveram mortes de primatas: Esta��o Ecol�gica do Cercadinho, entre BH e Nova Lima; Parque Estadual Serra Verde, na Regi�o Norte, e Parque Estadual da Baleia, na Regi�o Leste.