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Estado de Minas

Minas sobe no ranking de mortes por homofobia, com aumento de 105%

Com 43 mortes de LGBTs em 2017, Minas Gerais � o segundo estado em n�mero de notifica��es conforme levantamento anual do Grupo Gay da Bahia


postado em 19/01/2018 10:05 / atualizado em 19/01/2018 10:16



Em 2017, das 445 l�sbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBTs) v�timas da homofobia no Brasil, 43 morreram em Minas Gerais. Foi o segundo estado em n�mero de notifica��es de assassinatos e suic�dios dessa popula��o. Os dados s�o do relat�rio anual do Grupo Gay da Bahia (GGB), que considera o n�mero do ano passado o maior em 38 anos, quando o monitoramento come�ou a ser feito pela entidade. 

O levantamento realizado pelo GGB se baseia principalmente em informa��es veiculadas pelos meios de comunica��o. Conforme a pesquisa, os estados que notificaram o maior n�mero de casos, em termos absolutos, foram S�o Paulo (59 v�timas), Mina Gerais (43), Bahia (35) e Cear� (30). No levantamento de 2016, Minas aparecia na 5ª posi��o, com 21 mortes, o que mostra um aumento de 105% no intervalo de um ano.

Os dados de 2017 representam um aumento de 30% em rela��o a 2016, quando foram registrados 343 casos. Em 2015 foram 343 LGBTs assassinados, contra 320 em 2014 e 314 em 2013. O saldo de crimes violentos contra essa popula��o em 2017 � tr�s vezes maior do que o observado h� 10 anos, quando foram identificados 142 casos.

A pesquisa do grupo tamb�m contabiliza mortes de heterossexuais. “Das 445 v�timas de homotransfobia documentados em 2017, 194 eram gays (43,6%), 191 trans (42,9%), 43 l�sbicas (9,7%), 5 bissexuais (1,1%) e 12 heterossexuais (2,7%)”, explica a entidade no levantamento.  “12 das v�timas foram identificadas como heterossexuais, justificando-se sua inclus�o neste relat�rio pelo fato de terem sido mortos devido a seu envolvimento com o universo LGBT, seja por tentarem defender algum gay ou l�sbica quando amea�ados de morte, seja por estarem em espa�os predominantemente gays ou serem 'T-lovers', amantes de travestis. Do mesmo modo que um branco morto por defender quilombolas deve ser inclu�do sem sombra de d�vida entre as v�timas do racismo”, justifica o texto. 

A maioria das v�timas tinha entre 18 e 25 anos (32,9). Outros 41,2% tinham idades entre 26 e 40 anos. 5,7% eram menores de 18 anos. Segundo o relat�rio, tr�s travestis tinham 16 anos quando foram mortas. “Esses assassinatos de menores travestis tocam numa ferida delicada e tr�gica do universo LGBT+: a precocidade da inser��o de adolescentes na presta��o de servi�os sexuais, pr�tica ilegal e criminosa na perspectiva dos clientes, solu��o inevit�vel por parte das trans adolescentes, que expulsas de casa n�o encontram outro meio de sobreviv�ncia a n�o ser vender seus corpos na calada da noite”, analista o Grupo Gay da Bahia. Ainda segundo o levantamento, em 1,9% dos casos, as v�timas eram idosas. 

Número de mortes de LGBTs no Brasil em 2017, por estado(foto: GGB/Divulgação)
N�mero de mortes de LGBTs no Brasil em 2017, por estado (foto: GGB/Divulga��o)


Causas violentas


“Segundo ag�ncias internacionais de direitos humanos, matam-se muit�ssimo mais homossexuais aqui do que nos 13 pa�ses do Oriente e �frica onde h� pena de morte contra os LGBT. E o mais preocupante � que tais mortes crescem assustadoramente: de 130 homic�dios em 2000, saltou para 260 em 2010 e 445 mortes em 2017”, enfatiza a pesquisa da entidade baiana. 

Das 445 mortes registradas em 2017, 194 eram gays, 191 eram pessoas trans, 43 eram l�sbicas e cinco eram bissexuais. Em rela��o � maneira como eles foram mortos, 136 epis�dios envolveram o uso de armas de fogo, 111 foram com armas brancas, 58 foram suic�dios, 32 ocorreram ap�s espancamento e 22 foram mortos por asfixia. H� ainda registro de viol�ncias como o apedrejamento, degolamento e desfigura��o do rosto.

Quanto ao local, 56% dos epis�dios ocorreram nas ruas e 37% dentro da casa da v�tima. Segundo o GGB, a pr�tica mais comum com travestis � o assassinato na rua a tiros ou por espancamento. J� gays em geral s�o esfaqueados ou asfixiados dentro de suas resid�ncias.

Um exemplo foi o assassinato da travesti Dandara, de 42 anos. Ela foi espancada, apedrejada e depois morta a tiros por oito pessoas em Fortaleza no dia 15 de fevereiro de 2017. Os autores ainda registraram o crime em v�deo, que ganhou grande repercuss�o nas redes sociais.

Os dados das mortes de 2017 representam um aumento de 30% em relação a 2016(foto: Wikimedia)
Os dados das mortes de 2017 representam um aumento de 30% em rela��o a 2016 (foto: Wikimedia)


Leis e puni��o


Ainda de acordo com o levantamento, o fundador do Grupo Gay da Bahia e um dos autores do estudo, o antrop�logo Luiz Mott, aponta cinco solu��es emergenciais para erradicar os crimes de homofobia: “educa��o sexual e de g�nero para ensinar aos jovens e � popula��o em geral o respeito aos direitos humanos dos LGBT; aprova��o de leis afirmativas que garantam a cidadania plena da popula��o LGBT, equiparando a homofobia e transfobia ao crime de racismo; pol�ticas p�blicas na �rea da sa�de, direitos humanos, educa��o, que proporcionem igualdade cidad� � comunidade LGBT; exigir que a Pol�cia e Justi�a investiguem e punam com toda severidade os crimes homo/transf�bicos e finalmente, que os pr�prios gays, l�sbicas e trans evitem situa��es de risco, n�o levando desconhecidos para casa e acertando previamente todos os detalhes da rela��o. A certeza da impunidade e o estere�tipo do LGBT como fraco, indefeso, estimulam a a��o dos assassinos”, finaliza. 


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