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Estado de Minas

A incans�vel busca por uma escultura desaparecida na d�cada de 1960

Professora percorre museus e munic�pios � procura de imagem da padroeira de Belo Oriente, no Vale do Rio Doce. A pe�a seria do in�cio do s�culo 18 e sumiu com demoli��o da Igreja Nossa Senhora da Piedade


postado em 20/01/2018 06:00 / atualizado em 20/01/2018 08:16

'O retorno dela seria muito importante para nossa história e nosso patrimônio. Quem sabe alguém pode nos ajudar com alguma informação', diz Maria Celeste de Abreu (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press)
'O retorno dela seria muito importante para nossa hist�ria e nosso patrim�nio. Quem sabe algu�m pode nos ajudar com alguma informa��o', diz Maria Celeste de Abreu (foto: T�lio Santos/EM/D.A Press)

Belo Oriente – Por onde anda, ela sempre olha. Com quem conversa, n�o deixa de perguntar. E, vigilante, fica atenta e esperan�osa de um dia encontrar. Assim tem sido a vida, nas �ltimas d�cadas, da professora aposentada Maria Celeste de Abreu, de 78 anos, moradora de Belo Oriente, no Vale do Rio Doce, a 253 quil�metros de Belo Horizonte.

Desde a demoli��o da Igreja Nossa Senhora da Piedade, na d�cada de 1960, ela n�o se conforma com o desaparecimento da imagem da padroeira local e tamb�m protetora de Minas, Nossa Senhora da Piedade. “Era esculpida em madeira, com altura de 60 cent�metros e l�grimas de diamantes saindo dos olhos”, recorda-se Maria Celeste, ainda tocada pela emo��o.


Mesmo que o desaparecimento tenha ocorrido h� mais de meio s�culo, Maria Celeste n�o se esquece dos detalhes da pe�a sacra, muito menos do altar, que conheceu menina. “Nossa Senhora tinha um manto azul, estava sentada aos p�s de uma cruz”, afirma a professora aposentada, para informar que, depois da demoli��o do templo, o altar ficou na pra�a principal, hoje com o nome da padroeira e reformada em 2011, com recursos federais, at� ser consumido pelo tempo. “Ficou ali e ningu�m se preocupou em retir�-lo.”

Diante da igreja de constru��o recente e com uma imagem de Nossa Senhora da Piedade bem na frente, Maria Celeste conta que j� esteve no Rio de Janeiro (RJ), “para onde teria sido levada”, mas voltou de m�os vazias. Tamb�m peregrinou por museus e arquivos na capital fluminense e em BH, sem sucesso.

“� uma imagem do in�cio do s�culo 18. O retorno dela seria muito importante para nossa hist�ria e nosso patrim�nio. Quem sabe algu�m pode nos ajudar com alguma informa��o”, diz a professora com a confian�a de um dia poder rever o bem cultural e espiritual.

SERT�O


Ciente da necessidade de manter viva a hist�ria de Belo Oriente, que se chamou Galo ou Mata do Galo no passado, a professora se dedicou, durante 12 anos, � pesquisa e posterior reda��o do livro Sert�o bravo do Rio Doce, lan�ado em 2002.

Na obra, ela publicou uma foto datada 1959, do arquivo de Irany Laureano Diniz, que mostra o antigo templo dedicado � padroeira de Belo Oriente. Na frente est� um jipe, primeiro ve�culo da regi�o, com a bandeira do Brasil hasteada e usado nas campanhas de erradica��o da mal�ria.

Na apresenta��o, escreveu: “Os dados foram coletados aqui e acol�, em cidades mineiras e capixabas (...) Andei por v�rios lugares, conheci e entrevistei pessoas dos mais diferentes n�veis sociais e culturais, todos, por�m, ligados direta ou indiretamente, por si mesmos ou pelos antepassados, aos fatos hist�ricos ocorridos em nossa regi�o. Alguns desses personagens tinham muita hist�ria para contar”.

Os prim�rdios da regi�o est�o registrados no livro, e a autora usa como fio condutor a vida e o trabalho de Guido Thomas Marli�re (1767-1836), “um militar humanista franc�s, cujos rastros fizeram hist�ria no Rio de Janeiro, Esp�rito Santo, Minas Gerais e divisa com a Bahia”.

Maria Celeste destacou os relevantes servi�os prestados pelo franc�s no Vale do Rio Doce e a trajet�ria dos povos ind�genas, que habitaram as matas dos estados mencionados.

INFORMA��ES


De acordo com o Minist�rio P�blico de Minas Gerais, via Coordenadoria das Promotorias de Justi�a de Defesa do Patrim�nio Cultural e Tur�stico (CPPC/MPMG), n�o h� registro da imagem de Nossa Senhora da Piedade desaparecida em Belo Oriente, j� que essa informa��o nunca foi repassada � institui��o.

No entanto, os interessados em encontrar a imagem podem fazer o contato e passar os dados. Se n�o houver fotos ou pinturas, as descri��es sobre a pe�a sacra, �poca e circunst�ncias do desaparecimento s�o importantes para o cadastramento no banco de dados do MPMG. (Ver o servi�o)

 

 

PARA DENUNCIAR


Quem tiver informa��es sobre pe�as desparecidas e quiser fazer den�ncias pode acionar:

Minist�rio P�blico de Minas Gerais
E-mail: [email protected] e telefone (31) 3250-4620. Pode tamb�m enviar correspond�ncia para Rua Timbiras, 2.941, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte. CEP 30.140-062 e consultar o blog patrimoniocultural.blog.br para ver se a pe�a est� cadastrada

Iphan
Para obter ou dar informa��es, basta acessar o site www.iphan.gov.br e verificar o banco de dados de pe�as desaparecidas. Den�ncias an�nimas podem ser feitas pelos telefones
(61) 2024-6342/2024-6355/2024-6370, telefone do Departamento de Patrim�nio Material e Fiscaliza��o (Depam) e pelo e-mail [email protected]

Iepha/MG
Pelo site www.iepha.mg.gov.br ou pelos telefones (31) 3235-2812/2813


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