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Estado de Minas

Medo da febre amarela afasta turistas de Brumadinho

Com tr�s casos confirmados de febre amarela, munic�pio da RMBH registra queda no turismo local. Em Casa Branca, pousadas relatam cancelamentos, inclusive para o carnaval


postado em 28/01/2018 06:00 / atualizado em 01/02/2018 17:52


Os casos de febre amarela t�m impactado n�o apenas a rotina das unidades de sa�de, mas tamb�m a economia de Brumadinho, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Em Casa Branca, um povoado charmoso no entorno do Parque Estadual da Serra do Rola-Mo�a com muitas pousadas e intenso circuito gastron�mico, moradores e comerciantes reclamam de queda na visita��o. No Instituto Inhotim, pr�ximo dali, estrutura montada garante que s� pessoas vacinadas contra a doen�a visitem o parque.
Non Instituto Inhotim, uma grande estrutura foi montada para garantir que só pessoas vacinadas visitem o parque(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Non Instituto Inhotim, uma grande estrutura foi montada para garantir que s� pessoas vacinadas visitem o parque (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


Brumadinho tem tr�s casos confirmados da enfermidade pela Secretaria de Estado de Sa�de. Um dos pacientes morreu. Casa Branca se tornou centro das aten��es depois da morte do m�sico e presidente da Rede Minas e da R�dio Inconfid�ncia, Fl�vio Henrique Alves de Oliveira, de 49 anos, no �ltimo dia 18. Amigos e parentes suspeitam que ele tenha contra�do a doen�a no povoado, onde tinha casa e havia passado o r�veillon.

A chefe de servi�o do Centro de Atendimento ao Turista (CAT) do local, Renata Rezende Perez Gouthier, compara o movimento atual com janeiro do ano passado. “N�o parava. Agora, quem vive de aluguel est� fechando. Sobrevivem as pousadas e restaurantes que t�m im�vel pr�prio. Nem pedreiro de BH quer vir mais trabalhar aqui, com medo da febre amarela”, relata. No grupo de WhatsApp da rede de turismo da localidade n�o param de chegar mensagens de donos de pousadas relatando cancelamentos, inclusive para o carnaval. Pelo menos duas fecharam.

A doen�a est� prejudicando o turismo e os macacos. Quarta-feira, tr�s primatas foram encontrados mortos a tiros num condom�nio da regi�o. “O pessoal do Instituto Estadual de Florestas (IEF) veio aqui deixar cartazes e pedir que orientemos os visitantes sobre o fato de que os macacos n�o s�o respons�veis, pelo contr�rio, s�o t�o v�timas como n�s”, conta Renata. H� tr�s semanas, duas turistas do Rio de Janeiro que n�o tinham se vacinado usaram a sede do CAT para se encher de repelente: “As pessoas t�m que ter consci�ncia. Postos de sa�de est�o dando vacina de segunda-feira a s�bado. � s� tomar e esperar 10 dias para ficar imune. N�o precisa deixar de fazer os passeios. � s� se proteger”.

Administrador da pousada Verde Folhas, Alysson Vin�cius diz que, embora continuem com a casa cheia, diminuiu entre 30% e 40% a procura neste m�s de janeiro. Em compensa��o, aumentaram as perguntas dos h�spedes sobre a doen�a. “Acho que tr�s fatores contribu�ram: o conflito de informa��es sobre a doen�a, que deixa as pessoas confusas, o fator econ�mico e a concorr�ncia forte que pulveriza o p�blico”, diz. Nos questionamentos, as principais d�vidas s�o sobre o mosquito e a intensidade da contamina��o na localidade. Na Entre Folhas, houve um cancelamento de uma turista de Bras�lia, que queria visitar o Inhotim, mas, ao saber da exig�ncia da apresenta��o do cart�o de vacina, desistiu. “Ela tinha certeza de que havia sido imunizada, mas j� estava em tr�nsito e n�o tinha ningu�m que pudesse digitalizar o cart�o para lhe enviar. Ent�o, preferiu cancelar.”

Para Alysson, o ponto-chave para n�o perder clientes � a forma como se lida com as d�vidas. “Procuro informar e tranquilizar. Se a pessoa n�o tiver vacina, oriento a tomar e esperar 10 dias para vir. Tamb�m pode visitar sem vacina, mas � prudente passar repelente e evitar os hor�rios de pico dos mosquitos. Acaba sendo uma loteria, pois nem todos os insetos est�o contaminados”, diz. O jardineiro Jos� Carlos Ramalho, de 47, morador de Casa Branca, tamb�m percebeu a redu��o de visitantes na regi�o. “Tem muita gente da �rea urbana evitando vir aqui”, conta. Ele tamb�m est� tomando precau��es: “Estou batendo inseticida at� debaixo da cama. Tem muito mosquito mesmo e eles n�o est�o mais s� na �gua”.
Administrador da pousada Verde Folhas, Alysson Vinícius diz que a procura em janeiro caiu(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Administrador da pousada Verde Folhas, Alysson Vin�cius diz que a procura em janeiro caiu (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


PREVEN��O No Instituto Inhotim, logo no estacionamento foi montada uma grande estrutura para atender os visitantes. Uma dezena de funcion�rios confere o cart�o de vacina acompanhado de documento de identidade. Quem n�o tiver o cart�o em m�os pode apresent�-lo digitalizado. A exig�ncia do documento foi uma medida para garantir a seguran�a do p�blico, de acordo com o diretor de opera��es do parque, Gustavo Ferraz. Sem cart�o, s� entra quem garantir que foi imunizado. E, mesmo assim, � preciso assinar um termo de responsabilidade no qual a pessoa assume a informa��o e isenta o instituto de qualquer problema. Segundo o diretor, houve poucos casos de turistas que, sem a certeza da vacina��o, preferiram n�o arriscar.

Gustavo Ferraz, no entanto, alerta: “N�o h� casos de contamina��o no Inhotim nem foram encontrados macacos mortos aqui. Uma equipe faz o monitoramento di�rio dos animais. Sendo Brumadinho uma �rea de casos da doen�a, a medida � uma forma de garantir a seguran�a de visitantes que v�m de todas as partes do pa�s e do exterior”. Repelentes tamb�m est�o dispon�veis no estacionamento e em pontos estrat�gicos do parque. De acordo com ele, a m�dia de p�blico, de cerca de 1,2 mil pessoas por dia, est� mantida.

A funcion�ria p�blica K�nia Nascimento, de 33, tomou a vacina duas vezes. De Sete Lagoas, na regi�o central do estado, foi ontem ao Inhotim num grupo de oito familiares, todos com o cart�o em dia. Mesmo assim, preferiram usar repelente para espantar os mosquitos. “Acho necess�ria a medida. Como h� um surto na regi�o, � um compromisso social que o Inhotim adota. E n�o tem outro jeito. A preven��o � a vacina”, disse. O estudante Elmo J�nior Nascimento Silva, de 19, tamb�m elogiou a iniciativa: � certo essa preven��o, pois estamos num lugar de mata. � o mais eficiente a fazer”.


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