Depois de sofrer na �ltima temporada com o mais grave surto de febre amarela j� registrado no Brasil, acumulando 61,1% de todos os diagn�sticos no pa�s e 62% das mortes, Minas Gerais volta � lideran�a em n�mero de �bitos provocados pela doen�a. Nos �ltimos boletins, pela primeira vez neste ano os casos fatais em territ�rio mineiro superam os do vizinho estado de S�o Paulo. At� ontem, informe da Secretaria de Estado da Sa�de mineira confirmava 86 mortes. A letalidade tamb�m � a mais alta do Brasil, chegando a 38,7% na atual fase da doen�a, com monitoramento epidemiol�gico entre julho de 2017 e junho de 2018. Os dados mostram ainda que o estado computou 222 pacientes com infec��o confirmada e investiga 32 �bitos e 473 casos.

Diferentemente do estado paulista, Minas come�ou o ano com poucos casos. O primeiro boletim da secretaria mineira foi divulgado em 5 de janeiro (veja arte). Desde ent�o, as infec��es diagnosticadas por febre amarela v�m subindo rapidamente. No primeiro informe, Minas computava duas mortes pela doen�a. Cinco dias depois, j� eram 13 casos confirmados, sendo seis �bitos, e 10 casos investigados. Em 11 de janeiro eram 11 confirma��es, nove mortes e 10 notifica��es em apura��o. Em 15 de janeiro, o n�mero de casos subiu para 12, com 11 �bitos, e 34 registros em investiga��o. O boletim seguinte foi divulgado em 17 de janeiro, com 22 casos, 15 mortes e 46 notifica��es em apura��o. O primeiro m�s de 2018 terminou com 81 casos confirmados, 36 mortes e 208 exames sendo investigados.

Em fevereiro a escalada prossegue. O primeiro balan�o foi liberado no dia 6, quando 164 casos tinham sido confirmados, com 61 �bitos e 301 exames pendentes. No boletim de semana passada, dia 13, foram inclu�dos 19 casos e 15 mortes. Agora, Minas registra 39 casos confirmados e 10 mortes a mais em rela��o ao balan�o anterior. Do total de diagn�sticos, 199 (89,6%) s�o de pacientes do sexo masculino e 23 (10,4%) do sexo feminino.
Para a Secretaria de Estado da Sa�de, n�o houve agravamento do quadro epidemiol�gico na atual temporada. O que mudou entre os dois per�odos, na avalia��o da pasta, foi a r�pida resposta do sistema de diagn�stico laboratorial da Funda��o Ezequiel Dias (Funed), que vem permitindo a confirma��o mais �gil dos casos.
A capital mineira segue com sete diagn�sticos, embora as contamina��es tenham ocorrido em outros munic�pios. As corridas aos postos de vacina��o se intensificaram depois da morte do m�sico Fl�vio Henrique, no in�cio do ano. Mas, ap�s o carnaval, v�rios postos se encontram vazios, mesmo tendo doses dispon�veis. Era o que se via ontem no Centro de Sa�de Menino Jesus, no Bairro Santo Ant�nio, Regi�o Centro-Sul de BH, onde por volta das 16h havia poucas pessoas e apenas uma aguardava imuniza��o contra a febre amarela. Segundo a Secretaria Municipal de Sa�de, a rede de BH conta com estoque para atender a todos os que ainda n�o se vacinaram. Neste ano, mais de 220 mil pessoas foram vacinadas na cidade, que atingiu cobertura de 92% e trabalha para alcan�ar a meta de 95% de imuniza��o, segundo a pasta.
• FALTA DE VACINA��O
Em Minas, a cobertura vacinal est� em torno de 84,52%. Ainda h� uma estimativa de 3.073.262 pessoas n�o protegidas contra a febre amarela, especialmente na faixa et�ria de 15 a 59 anos – tamb�m a mais acometida pela virose. Entre os 853 munic�pios do estado, 289 n�o alcan�aram 80% de cobertura vacinal.
Para o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, Carlos Starling, o aumento dos casos da doen�a tem rela��o com esse quadro. “At� o momento, os casos est�o ligados a pessoas que trabalham ou fazem atividades de lazer em matas, e que n�o foram vacinadas ou se vacinaram menos de 10 dias antes da infec��o”, explicou. “� uma doen�a cuja forma grave tem letalidade entre 30% e 60%. E n�o tem tratamento espec�fico”, acrescenta.
O infectologista avalia que falta informa��o para pessoas que vivem em �reas rurais. “Aqueles que v�o frequentar regi�es de matas para trabalhar, a lazer ou turismo, e pessoas que j� moram em �reas em alerta devem se vacinar. O que me parece � que falta comunica��o. As pessoas da cidade est�o muito mais informadas do que as da zona rural. Precisamos modernizar os processo de comunica��o e de imuniza��o.”
Questionada sobre as a��es em cidades que t�m cobertura vacinal abaixo da meta, como � o caso dos munic�pios de Santana do Garamb�u, na Regi�o Central, S�o Jos� da Lapa (Grande BH) e Ant�nio Dias (Vale do Rio Doce) – que t�m menos de 60% da popula��o imunizada – a Secretaria de Estado da Sa�de de Minas refor�ou que a medida mais importante para preven��o e controle da febre amarela � a vacina��o. A��es de preven��o e controle est�o sendo desencadeadas nos munic�pios afetados e vizinhos, mesmo sem confirma��o laboratorial da doen�a, segundo a pasta.
Entre as a��es desenvolvidas, a Sa�de estadual destaca a intensifica��o da vacina��o de rotina, do monitoramento de mortes de macacos, da investiga��o de insetos e da vigil�ncia laboratorial das s�ndromes febris. J� foram investidos R$ 11,68 milh�es para preven��o e controle da febre amarela no estado, informou a secretaria.
Previna-se
Orienta��es para a vacina��o
» A partir de 9 meses n�o vacinado: uma dose
» Gestante n�o vacinada: deve ser imunizada somente se viver ou for se deslocar para �rea com transmiss�o ativa da doen�a. Depende de avalia��o m�dica
» Mulher amamentando crian�a menor de 6 meses n�o vacinada: deve ser vacinada somente se viver ou for se deslocar para �rea com transmiss�o ativa da doen�a. Suspender o aleitamento por 10 dias ap�s a vacina��o
» Pessoa acima de 60 anos n�o vacinada: na atual situa��o epidemiol�gica de Minas, deve ser imunizada. � fundamental que os profissionais dos servi�os de sa�de fa�am a avalia��o
» Viajante n�o vacinado que segue para �reas com vig�ncia de surto no pa�s ou para pa�ses que exijam o Certificado Internacional de Vacina��o ou Profilaxia: uma dose pelo menos 10 dias antes da viagem, respeitando as precau��es e contraindica��es da vacina