Segundo o coordenador do Servi�o de Alergia e Pneumologia Pedi�trica do Jo�o Paulo II, Wilson Rocha Filho, antes da vacina��o � feita uma triagem. Se houver eventos adversos graves no hist�rico, como um choque anafil�tico, os m�dicos fazem um teste al�rgico usando a pr�pria vacina. Se o resultado der positivo, a vacina � dividida em duas e as doses s�o aplicadas uma em cada bra�o. Se der negativo, a dose � aplicada de forma completa. “O paciente fica uma hora em observa��o e se aparecer qualquer rea��o � medicado imediatamente”, diz Rocha Filho. O servi�o come�ou com cinco crian�as semanais, passou para 10 e neste momento o hospital discute com a Prefeitura de Belo Horizonte a amplia��o para 20. Hoje, as vacinas s�o aplicadas apenas nas sextas-feiras, mas podem passar para ter�as e sextas caso seja confirmada a amplia��o da oferta. Os pais que tiverem interesse no servi�o, totalmente gratuito, s� ser�o atendidos se tiverem a comprova��o da alergia, por meio de um relat�rio m�dico. O atendimento � marcado pelo telefone, pelo (31) 3239-9035.
O servi�o j� vinha sendo oferecido pela Prefeitura de Belo Horizonte desde agosto, quando a Secretaria Municipal de Sa�de (SMSA) come�ou a disponibilizar testes e aplica��o de vacina contra a febre amarela para crian�as e adolescentes com alergia a ovo, em ambiente controlado. Desde ent�o, o teste vem sendo realizado na Unidade de Refer�ncia Secund�ria Saudade (URS-Saudade) e, caso seja confirmada a alergia, a vacina � aplicada no Hospital Odilon Behrens (HOB), com supervis�o m�dica. Em fevereiro, a PBH fez uma parceria com o Hospital Infantil Jo�o Paulo II.
A SMSA disponibiliza ao Hospital Infantil quantas doses da vacina contra febre amarela forem necess�rias. Nesse momento, o munic�pio conta com estoque de aproximadamente 71 mil doses da vacina. Foram repassadas inicialmente ao Hospital Infantil Jo�o Paulo II 50 doses da vacina contra a febre amarela. Em 26 de fevereiro, mais 30 para atender � demanda.
Para ter acesso ao teste na URS Saudade, o paciente com suspeita de alergia ao ovo deve procurar um Centro de Sa�de, que vai encaminh�-lo � unidade. No local � realizado o teste, que detecta somente se ele pode ou n�o tomar a vacina contra a febre amarela. A unidade atende pacientes de 9 meses a 18 anos, e n�o h� fila para esse tipo de atendimento, que � realizado �s quintas e sextas-feiras, mediante agendamento pr�vio, via Centro de Sa�de. Para atendimento, � necess�rio que o respons�vel pela crian�a apresente o relat�rio m�dico com indica��o de suspeita de alergia a ovo. O teste utilizado para detectar alergia � vacina de febre amarela � o “Prick to prick”, que utiliza a pr�pria vacina como alerg�nico. Adultos que j� saibam que t�m a alergia, devem apresentar no posto de sa�de encaminhamento m�dico para que tomem a vacina em ambiente hospitalar, informou a secretaria.
O coordenador do setor ainda explica que a equipe do Jo�o Paulo II conta at� com psic�logos, porque normalmente as m�es s�o mais inseguras em rela��o aos problemas relacionados � alimenta��o dos filhos e poss�veis alergias. E � justamente esse grupo de m�es, seja as atuais seja as futuras, que mais sofrem quando ouvem os boatos relacionados � vacina da febre amarela.
Contra indica��o abaixo de 9 meses
Atualmente, o Minist�rio da Sa�de indica a vacina para quem tenha mais de 9 meses de idade. Segundo a m�dica infectologista e vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Virg�nia Zambelli, essa recomenda��o � necess�ria devido ao sistema de defesa do organismo das crian�as. “Abaixo dessa idade, as crian�as t�m um sistema imunol�gico que est� em processo de amadurecimento, ent�o elas t�m mais risco de n�o responder � vacina e tamb�m de desenvolver efeitos adversos”, afirma Zambelli.
Outra orienta��o do Minist�rio da Sa�de � contraindicar a vacina para mulheres que estejam amamentando crian�as de at� seis meses de idade. “Nessa faixa, existe o risco de que o v�rus atenuado seja transmitido pelo leite materno � crian�a”, diz o m�dico infectologista do Hospital das Cl�nicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Dirceu Greco. No caso das gr�vidas, Virg�nia Zambelli explica que n�o h� transmiss�o pela placenta para o beb�. Por�m, como mulheres gestantes podem apresentar baixa no sistema imunol�gico, a decis�o pela vacina��o deve partir de uma orienta��o m�dica. “O profissional vai avaliar o risco e o benef�cio para a gestante. Se ela morar em uma �rea de risco, provavelmente ter� a indica��o, o que pode n�o ocorrer se ela estiver em um lugar onde n�o h� transmiss�o”, afirma Zambelli.
No caso das crian�as, o uso de repelentes n�o � recomendado pelos pediatras nos pequenos com menos de um ano devido a poss�veis alergias. Se a crian�a n�o tiver tomado a vacina nem tem condi��es ainda de usar o repelente, especialistas recomendam que elas n�o visitem �reas de risco e que os pais protejam suas casas com telas, caso sejam moradores dos locais com transmiss�o do v�rus.
IMUNIZA��O DE M�ES E FILHOS
Orienta��es para crian�as e gr�vidas
» Qualquer crian�a pode tomar a vacina contra a febre amarela?
N�o. A indica��o geral da vacina vale para crian�as a partir de 9 meses de idade, segundo o Minist�rio da Sa�de. Abaixo dessa faixa, especialistas indicam que o risco de o organismo da crian�a n�o responder � vacina � maior, assim como a possibilidade de efeitos adversos da dose por conta de o sistema imunol�gico ainda estar em processo de amadurecimento.
» Qual � a melhor forma de prote��o para aquelas crian�as que n�o podem tomar o imunizante?
Primeiro, n�o visitar �reas de risco, como cachoeiras, matas, rios e �reas rurais de lugares onde h� transmiss�o do v�rus. O repelente vem em segundo lugar, mas pediatras n�o recomendam o uso em crian�as menores de um ano devido ao risco de alergia. A prote��o de casas com telas tamb�m � considerada uma boa medida caso a crian�a se encontre em lugares de risco.
» Mulheres que est�o amamentando podem ser imunizadas?
O Minist�rio da Sa�de contraindica a vacina para mulheres que est�o amamentando crian�as de at� seis meses de idade. Especialistas explicam que existe uma possibilidade de o v�rus atenuado da vacina passar pelo leite materno para a a crin�a, que ainda est� amadurecendo seu sistema imunol�gico e, portanto, � mais suscet�vel a desenvolver rea��es adversas.
» Gr�vidas podem tomar a vacina?
O Minist�rio da Sa�de orienta mulheres gestantes a procurar orienta��o de um m�dico antes de se vacinarem. Segundo especialistas, essa recomenda��o � explicada pelo fato de que gr�vidas podem ter baixas no sistema imunol�gico. O que vai pesar � a rela��o risco e benef�cio na hora de o m�dico indicar ou n�o a vacina. No caso das gr�vidas, o m�dico tamb�m pode ser consultado sobre o uso de repelentes, mas a princ�pio n�o h� contraindica��es. Ele protege, inclusive, contra o v�rus
da zika, que pode causar a microcefalia nos beb�s.
Doen�as do Aedes
Desde 1º janeiro, Minas Gerais registrou 6.588 casos prov�veis – confirmados mais suspeitos – de dengue, 1.452 de chikungunya e 76 de zika, todas elas doen�as transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (foto). At� o momento, h� sete �bitos em investiga��o para dengue em 2018. N�o h� mortes confirmadas nem investigadas para as outras duas doen�as. Nas quatro �ltimas semanas epidemiol�gicas – 28 de janeiro a 24 de fevereiro –, tr�s munic�pios registraram incid�ncia muito alta de casos prov�veis de dengue, tr�s tiveram incid�ncia alta, em 11 o indicador foi m�dio, em 273, baixo, e em 563 n�o houve registro de casos prov�veis.