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Estado de Minas

Febre amarela motiva reorganiza��o de servi�os de sa�de em Minas Gerais

Doen�a provoca mudan�a na rotina de hospitais, laborat�rios, bancos de sangue e at� nos transplantes. Eduardo de Menezes, por exemplo, remanejou pacientes e adiou exames


postado em 02/03/2018 06:00 / atualizado em 02/03/2018 07:34

Referência no tratamento da febre amarela, o Hospital Eduardo de Menezes transferiu atendimentos de outras enfermidades para duas unidades diferentes(foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 16/01/2017)
Refer�ncia no tratamento da febre amarela, o Hospital Eduardo de Menezes transferiu atendimentos de outras enfermidades para duas unidades diferentes (foto: Jair Amaral/EM/D.A PRESS - 16/01/2017)
Com a escalada de casos de febre amarela confirmados em Minas Gerais – j� s�o 264 com 96 mortes contando apenas o atual surto da doen�a – unidades de sa�de do estado veem sua rotina alterada em fun��o da necessidade de resposta r�pida � enfermidade. As mudan�as, como a entrada dos pacientes em hospitais, doa��o de sangue, an�lise de amostras de poss�veis casos e transplantes de pacientes com quadro grave de complica��es no f�gado, implicam a reorganiza��o dos atendimentos. Em alguns casos essa situa��o leva a perda de f�lego em outros servi�os, enquanto em outros as atividades seguem normais com adequa��es.

No Hospital Eduardo de Menezes, por exemplo, os prazos para realiza��o de exames em portadores do v�rus HIV foram estendidos por conta da alta ocupa��o dos leitos com pacientes de febre amarela, numa mudan�a de rotina vista tamb�m em outras dos 26 unidades de refer�ncia para o tratamento da doen�a no estado. No Fel�cio Rocho, que � refer�ncia para transplante de f�gado, um n�cleo foi criado com o objetivo de desenvolver a��es coordenadas em rela��o � doen�a, mantendo o fluxo normal da unidade. O MG Transplantes tem se reportado a um corpo t�cnico do Minist�rio da Sa�de para avaliar, caso a caso, se o paciente necessita de um transplante de f�gado. O procedimento � realizado somente quando a enfermidade provoca hepatite aguda fulminante. O quadro tamb�m pode ser causado por outros fatores.

Um dos primeiros pontos de reorganiza��o do sistema de atendimento da febre amarela pode ser visto em diferentes hospitais. O Hospital Eduardo de Menezes, que fica na Regi�o do Barreiro, precisou ativar um Plano de Conting�ncia para Cat�strofes, que consiste na redistribui��o de pacientes da rede do SUS. Enquanto a unidade ganha f�lego para atender os pacientes graves de febre amarela, que podem morrer em horas, os pacientes de outras enfermidades est�o sendo encaminhados para unidades como o Hospital Metropolitano Doutor C�lio de Castro e o Hospital J�lia Kubitschek, ambos na mesma regi�o.

No caso do J�lia, uma equipe do Eduardo de Menezes foi transferida para atender os pacientes que tiveram que se deslocar para a segunda unidade, como parte do plano de conting�ncia. Nesse caso, os “prazos para a realiza��o dos exames eletivos foram estendidos em raz�o da sobrecarga do laborat�rio do Eduardo de Menezes, inclu�das as coletas de CD4 e carga viral, para pacientes com HIV, e ser�o normalizados assim que for restabelecida a atividade cotidiana da assist�ncia, o que provavelmente ocorrer� na pr�xima semana sem qualquer preju�zo para os pacientes”, informou, em nota, a Funda��o Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig).  

N�CLEO Se por um lado o Eduardo de Menezes � refer�ncia para atendimento a casos de febre amarela, por outro o Fel�cio Rocho se destaca quando os diagn�sticos s�o muito graves e incluem a necessidade de transplante de f�gado. Nos pacientes mais graves, a evolu��o da doen�a prev� o comprometimento das fun��es hep�ticas. Se isso acontecer, o paciente � transferido para que o procedimento seja feito na unidade do Barro Preto, Centro-Sul de Belo Horizonte. Quatro transplantes de f�gado em decorr�ncia de febre amarela j� ocorreram este ano no Fel�cio Rocho, sendo que dois pacientes morreram e dois seguem no Centro de Tratamento Intensivo (CTI).

“Criamos um n�cleo interno no hospital, que inclui a equipe de transplante de f�gado, a infectologia, a diretoria do hospital e o laborat�rio para agir de forma coordenada”, afirma o hepatologista e respons�vel t�cnico pelo transplante de f�gado do Fel�cio Rocho, Ant�nio M�rcio de Faria Andrade. Al�m disso, ele explica que o CTI reservou um espa�o maior para esses pacientes, por�m, sem nenhum impacto para os demais atendidos da unidade. Otimista quanto � recupera��o dos dois casos que seguem na unidade, Andrade destaca que o Fel�cio Rocho j� realizava, antes do surto de febre amarela, em m�dia, 50 transplantes por ano, sendo o maior transplantador nos �ltimos tr�s anos do pa�s.

O resultado da febre amarela no Fel�cio Rocho tamb�m impactou o funcionamento da cl�nica Vita Hemoterapia, banco de sangue privado que atende o hospital com doa��es. Segundo o propriet�rio, Natan Lessa Goyata, a unidade saltou de 45 bolsas de sangue di�rias para cerca de 120 nas duas �ltimas semanas, aumento de 166%. Isso implicou a necessidade de comprar um novo freezer, al�m de outros equipamentos. “O tamanho da demanda tamb�m nos fez criar o servi�o de agendamento de doa��o online, para que possamos ter no��o da agenda de doa��es durante o dia. Criamos ainda uma se��o de perguntas e respostas em nosso site para facilitar o atendimento e aumentamos em 20% nosso efetivo”, afirma Natan.

INTERIOR A mesma situa��o vivida pelos hospitais de Belo Horizonte ocorre no interior do estado. Em Barbacena, na Regi�o Central de Minas Gerais, o Hospital Regional da cidade foi estabelecido como refer�ncia no atendimento aos pacientes de febre amarela. Por isso, o Hospital Ibiapaba se tornou a retaguarda para os atendimentos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Para suportar a demanda, a unidade de sa�de ativou um novo Centro de Terapia Intensiva (CTI) com mais 10 leitos, pronto desde o ano passado. A prefeitura vai alugar equipamentos para o funcionamento. Na Regional de Sa�de de Barbacena foram confirmados 19 casos e 11 mortes em decorr�ncia da febre amarela.

A corrida mobiliza a sa�de p�blica de maneira geral. A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) estabeleceu 26 unidades de refer�ncia em todo o estado para o atendimento aos usu�rios do Sistema �nico de Sa�de (SUS), em 13 regi�es, e disponibilizou R$ 3,5 milh�es para manuten��o e abertura de novos leitos. De acordo com a SES/MG, 100 munic�pios mineiros j� foram contemplados com repasses de recursos para a��es contra a febre amarela. A Funda��o Ezequiel Dias (Funed) � refer�ncia do estado nos exames de febre amarela. Devido ao surto, tamb�m refor�ou as a��es. Segundo a SES, o Laborat�rio de Arbov�rus da funda��o est� dispon�vel e l� s�o feitas as an�lises das amostras encaminhadas de doen�as como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. A Funed esclarece que “tem trabalhado para entregar os resultados dentro do prazo estabelecido pelos protocolos da Sa�de”.

Minist�rio avalia transplantes


Na tentativa de recuperar pacientes em estado grave em decorr�ncia da febre amarela est� sendo realizado um procedimento, at� ent�o, in�dito: o transplante de f�gado. O procedimento ocorre quando h� fal�ncia hep�tica grave, chamada de hepatite aguda fulminante, que pode provocar a morte dentro de 48 horas. Em Minas Gerais, seis pessoas nesta situa��o receberam um novo �rg�o. Quatro morreram. A avalia��o de cada caso est� sendo criteriosa. O MG Transplantes tem se reportado a um corpo t�cnico do Minist�rio da Sa�de para detectar se o paciente necessita de um transplante de f�gado.

“(O transplante) N�o � um tratamento para febre amarela, est� indicado para os pacientes com a doen�a que tenham fal�ncia hep�tica grave. � um grupo pequeno de pacientes que vai ter indica��o para o tratamento. � uma indica��o muito criteriosa, que s� ocorre mediante uma avalia��o de um grupo t�cnico do Minist�rio da Sa�de em relat�rios e exames do paciente. Todos os casos passam pelo crivo t�cnico”, explicou a m�dica S�lvia Zen�bio Nascimento, do MG Transplante.

Os t�cnicos avaliam os casos dentro dos crit�rios da legisla��o do transplante, e determinam a prioridade do paciente quando est� com hepatite aguda fulminante. “S�o situa��es de extrema gravidade e mortalidade muito alta. Precisam de prioriza��o na fila de espera, pois n�o t�m expectativa de vida de 48 horas. Isso (a prioridade) sempre ocorreu em todo o Brasil e est� regulamentado”, completou.

Em Minas Gerais, seis pacientes passaram pelo transplante devido � febre amarela. Quatro dos procedimentos foram feito este ano no Fel�cio Rocho, sendo que dois pacientes morreram e dois seguem no Centro de Tratamento Intensivo (CTI). Uma das pessoas que se recuperam na unidade de sa�de � o m�dico e professor do Departamento de Cl�nica M�dica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Rodrigo Bastos F�scolo. Os dados dos dois transplantes fora do Fel�cio Rocho n�o foram divulgados, exceto que os pacientes morreram.

Aeronave usada no transporte de órgãos pelo MG Transplantes: procedimento passa pelo crivo técnico do Ministério da Saúde(foto: Polícia Militar/Divulgação)
Aeronave usada no transporte de �rg�os pelo MG Transplantes: procedimento passa pelo crivo t�cnico do Minist�rio da Sa�de (foto: Pol�cia Militar/Divulga��o)


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