Os ind�cios sobre a n�o conformidade da qualidade da �gua em BH surgiram durante investiga��o da Promotoria de Justi�a de Habita��o e Urbanismo sobre cobran�as indevidas no tratamento de esgoto na cidade. “Essa investiga��o (sobre a qualidade da �gua) surgiu por causa do ind�cio de que haveria um grande volume de esgoto que teria sido recebido pelo curso d'�gua. Foi solicitada � vigil�ncia sanit�ria de BH relat�rio sobre a qualidade da �gua de 2014 a 2017, porque existe o monitoramento que � feito de acordo com as regras do Minist�rio da Sa�de. Esse monitoramento, pela lei, tem que ser feito pela vigil�ncia sanit�ria do munic�pio”, afirmou a promotora Luciana Ribeiro da Fonseca.
Um engenheiro t�cnico avaliou o relat�rio entregue pela prefeitura. Segundo o MPMG, ap�s a an�lise a Arsae e a administra��o municipal se reuniram, na semana passada. “Ficou definido que a vigil�ncia sanit�ria do munic�pio far� um estudo para ver se a atual estrutura atende �s normas do Minist�rio da Sa�de para o controle da �gua. A Arsae tamb�m vai analisar a not�cia da n�o conformidade da �gua. Lembrando que a vigil�ncia sanit�ria � importante para fazer, inclusive, a fiscaliza��o. Se for constatada a n�o conformidade, existem normas que para garantir que o problema seja resolvido”, completou.
O subsecret�rio de Vigil�ncia e Aten��o a Sa�de da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), Fabiano Pimenta, informou que desde 2005 � feita a coleta sistem�tica de amostras da �gua em diferentes pontos por meio do Programa Nacional de Vigil�ncia da Qualidade da �gua para Consumo Humano (Vigiagua). “Esses dados servem para retroalimentar as eventuais fornecedoras, que no nosso caso � a Copasa, quanto a eventuais problemas, que podem ser pontuais ou continuados. Desde que vem sendo feito esse monitoramento n�o h� problema grave detectado. Temos um n�vel de qualidade absolutamente dentro dos padr�es aceit�veis de sa�de p�blica.”
Problemas pontuais encontrados em amosta
Segundo o subsecret�rio, em 2017 foram 892 amostras coletadas e analisadas. Somente em duas foram encontrados problemas pontuais, fora do padr�o de qualidade. “Automaticamente, a Copasa foi avisada e corrigiu imediatamente”, disse Pimenta. Em outras seis amostras foi detectada diferen�a na cor aparente, o que, segundo ele, “n�o implica na reprova��o quanto � potabilidade”. E 21 amostras fugiram do par�metro do coliforme total, o que tamb�m n�o tem implica��o na potabilidade da �gua, conforme o subsecret�rio. Esses dados j� foram enviados para o MPMG.
A Copasa nega problema na potabilidade da �gua distribu�da na capital. “A Copasa � a empresa que ao longo de seus 50 anos tem se notabilizado pela excepcional �gua que fornece � popula��o de Minas Gerais. Existem eventualmente, n�o aqui na regi�o metropolitana, mas em outras cidades, momentos de dificuldade. Com o per�odo de seca, a qualidade de �gua bruta piora, �s vezes ocorrem eventos muito pontuais em rela��o � qualidade e a Copasa sempre comunica, suspende o abastecimento, conserta e volta a funcionar”, disse R�mulo Perilli, diretor de opera��es metropolitanas.
Perilli explica que o sistema produz cerca de 15 mil litros de �gua por segundo, que s�o distribu�dos em uma rede de 17 mil quil�metros de tubula��o: “Fazemos a an�lise no nosso sistema de produ��o a cada duas horas. Chega a centenas de milhares de an�lises de �gua. Temos absoluto controle da nossa rede. H� um plano chamado plano de amostragem em que a gente faz a an�lise nas pontas das redes, nos locais onde distribu�mos �gua. A Copasa n�o pode aceitar em hip�tese alguma qualquer tipo de insinua��o de que distribui �gua impr�pria do consumo humano”.
Amostra fora do padr�o de potabilidade
Por meio de nota, a Arsae-MG, informou na reuni�o no Minist�rio P�blico foram apresentados os resultados das an�lises de qualidade da �gua feitas pela Vigil�ncia Sanit�ria, “concluindo que em 76% dos 55 meses analisados contatou-se pelo menos uma amostra de �gua fora do padr�o de potabilidade”. “Para eventuais descumprimentos da Portaria 2.914 do Minist�rio da Sa�de deve ser avaliado o hist�rico de an�lises e solicitada a realiza��o de recoleta e an�lises pelo Prestador de Servi�os no mesmo local, o que n�o ocorreu. Tamb�m, devido � falta de reagentes, n�o foram realizadas an�lises pela Vigil�ncia Sanit�ria em 2016 e 2017 e poucas an�lises em 2015”, informou.
O �rg�o ressaltou que os dados apresentados pela Vigil�ncia Sanit�rio foram avaliados e constatou-se que 97% das an�lises atenderam ao padr�o de potabilidade da referida Portaria. “Assim, a Arsae-MG aponta a necessidade de uma verifica��o mais cuidadosa e detalhada dos dados para que n�o seja gerada uma desconfian�a quanto � �gua distribu�da. Quanto �s coletas e an�lises realizadas pela Copasa no mesmo per�odo constata-se que mais de 99% das an�lises atenderam ao padr�o de potabilidade, o que confirma o cumprimento do padr�o da �gua distribu�da em Belo Horizonte”, finalizou.